Melhoramento genético da cana-de-açúcar

27/09/2021 Cana-de-Açúcar POR: Eddie Nascimento

Ridesa apresentou 21 variedades de cana-de-açúcar, algumas consideradas promissoras para produção na região Centro-Sul

 

Foram apresentadas no final do mês de julho, as 21 novas variedades de cana-de-açúcar desenvolvidas pela Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento Sucroener­gético (Ridesa). O evento foi transmitido pelo canal da Ridesa no Youtube e pode ser acessado através do QR Code acima. Com as novas variedades, a Ridesa contabiliza agora 114 qualidades de cana-de-açúcar RB desenvolvida em 50 anos de pesquisa pelo setor público. “Sem dúvida nenhuma é um marco para a história da cana-de-açúcar no Brasil. A Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento Sucroenergético é o maior e melhor exemplo de cooperação entre as univer­sidades públicas brasileiras. Conseguimos reunir dezenas de pesquisadores, dezenas de indústrias em um movimento de colaboração para o desenvolvimento de variedades de alta performance na cultura de cana-de-açúcar. Esse exemplo ins­pira outras iniciativas da mesma natureza entre as universi­dades brasileiras” destacou o presidente da Ridesa, Prof. Dr. Edward Madureira Brasil.

“A Ridesa faz história não só na cana-de-açúcar, que hoje representa praticamente dois terços da área plantada com variedades Ridesa, mas também como exemplo para outras iniciativas de cooperação. Essas instituições de ensino são as mais importantes do país, pela sua capilaridade pela sua gran­deza, pela sua dimensão, por todo o seu corpo técnico e pela rede de laboratórios que possui”, comenta o presidente.

“É um orgulho participar desse momento da cultura da cana­-de-açúcar. Histórico para o Brasil e para ciência brasileira que dá mostras de que é possível fazer uma ciência de excelên­cia, produzir tecnologia de ponta a partir dos nossos pesqui­sadores, dos nossos estudantes e dos nossos técnicos ativos. Viva a Ridesa, viva a universidade pública brasileira”, finaliza Edward Madureira Brasil.

Das 21 novas variedades, seis foram desenvolvidas pela Uni­versidade Federal de Alagoas (UFAL), quatro pela Universi­dade Federal do Paraná (UFPR), cinco pela Federal de São Carlos (UFSCar), três pela Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e cada uma das universidades federais de Goiás (UFG), Viçosa (UFV), e Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) produziu uma variedade.

Atualmente, as variedades RB mais cultivadas no país são a RB966928, desenvolvida na UFPR, seguida pela RB867515 desenvolvida na UFV. Segundo o último Censo Varietal de cana-de-açúcar da Ridesa, que contou com dados de 122 uni­dades produtoras dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, as variedades mais cultivadas são a RB966928 (1ª) — com área de cultivo de 644.832 (ha); RB867515 (2ª) - com uma área de cultivo de 590.031 (ha); e, CTC4 (3ª) — com área de cultivo de 485.328 (ha).

O levantamento mostrou também as variedades mais plan­tadas em 2020 nas unidades pesquisadas. A preferência tem sido, pela ordem, RB966928 (1ª) — com área de plantio de 68.794 (ha); CTC4 (2ª) — com área de plantio de 67.339 (ha); e, CTC9001 (3ª) — com área de plantio de 54.316 (ha).

Das novas variedades apresentadas três são consideradas por engenheiros agrônomos entrevistados pela Revista Canaviei­ros como promissoras para a região de atuação da Copercana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) e Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo): a RB975033, RB015177 e RB005014.

A RB975033 é uma variedade que se destacou na região oeste do estado de São Paulo primeiro em solos intermediários a desfavoráveis. É um material rico, com bom perfilhamento, boa brotação, difícil tombamento e chama a atenção pela tole­rância à seca.

Apesar de render de maneira positiva em ambientes favorá­veis, essa variedade se destaca pelo desempenho em regiões com alto déficit hídrico e estresse térmico. A colheita é pre­coce, sendo de abril a julho, e quanto mais desfavorável for o solo, mais cedo deve ser feita.

A RB975033 se destaca também pela curva de maturação, principalmente a partir de maio, já empatada com outras variedades como o RB966928 e CTC9001. Segundo dados da Safra 2020/2021 na região de Araçatuba, essa variedade entregou mais de 107 toneladas por hectare.

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