O deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB) apoia as reivindicações dos produtores de cana-de-açúcar e apontou alternativas para enfrentar a crise vivida pelo setor sucroalcooleiro. As sugestões foram apresentadas durante Manifesto em Prol do Setor Sucroalcooleiro, realizado nesta sexta-feira de manhã na Coplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo), em Piracicaba.
Estiveram presentes na manifestação, além das autoridades que representam o setor, produtores de cana de todo Estado de São Paulo. O ato foi o ponto de partida para outras manifestações, que devem ser realizadas nos municípios e em Brasília.
"Quero estar junto com vocês em todo esse esforço nas próximas semanas para dar uma virada, um ponto de mutação a partir desta reunião de hoje em Piracicaba", declarou Mendes Thame, sugerindo alguns passos a serem dados.
"O primeiro passo a ser tomado é apresentarmos emendas, projetos, propostas para incentivar o setor, brigando no Congresso para que possamos conseguir avanços na legislação brasileira. O segundo caminho é proceder gestões junto ao governador Geraldo Alckmin para que ele faça aquilo que já foi feito por Mário Covas, quando conseguimos aprovar o Pacto pelo Emprego no Setor Sucroenergético, no final dos anos 90, o que salvou naquela época o setor da bancarrota. O terceiro caminho é a manifestação popular. Vontade política não nasce por geração espontânea e sim da pressão da sociedade organizada. Temos que trazer os trabalhadores rurais, trabalhadores nas indústrias, temos que estar juntos, com uma proposta só, uma proposta que seja do setor produtivo de álcool, de cana, que tenha a força de representar o desejo do setor".
"O setor canavieiro necessita urgentemente de um subsídio para a sobrevivência dos produtores e de políticas públicas que venham a tornar o setor viável, uma vez que 80% dos produtores de cana-de-açúcar são médios e pequenos", afirma o presidente da Coplacana, Arnaldo Bortoletto, deixando claro que "ninguém sobrevive tendo que pagar para produzir".
"É importante começarmos esse movimento para nos organizarmos e irmos para Brasília. Não é possível trabalhar com prejuízo", acrescentou o vice-presidente da Coplacana, José Coral. "Nosso objetivo final é chegar até a presidência, porque do jeito que ela está administrando um setor produtivo como o nosso, parece o fim do mundo. Não é possível quase quebrar a Petrobrás, aumentar o diesel e segurar a gasolina."
O assessor técnico da Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Geraldo Majela de Andrade Silva, traçou um perfil do setor: 92% dos fornecedores são pequenos, entregam até 12 mil toneladas de cana, o que representa 35% do total do Estado; 8% dos fornecedores entregam acima de 12 mil e respondem por 65%. "A safra de 2006 foi a melhor que tivemos até hoje em termos de remuneração de capital do fornecedor; 2007 e 2008, foram safras difíceis para produtor e para unidade industrial; em 2009, o preço remunerou o custo operacional e arrendamento; a safra de 2012 remunerou apenas parte do capital e a safra 2013 caminha para ser semelhante à de 2009", relatou. Na safra de 2006, eram necessárias 68 toneladas de cana para cobrir custo total de produção. Para a safra de 2013, a previsão é de 91 toneladas para remunerar custo total.
"Nós temos o melhor projeto de energia renovável do mundo, que é nosso etanol, a agricultura brasileira hoje salva a balança comercial por vários e vários anos e nós não temos a atenção que o governo deveria dar para nossos pequenos e médios produtores", declarou o vice-presidente da Orplana, Pedro Luís Lorenzetti.
O presidente da Feplana (Federação dos Plantadores de Cana do Brasil), Paulo Leal, relatou que nos últimos anos, o setor vive com o custo de produção muito superior ao que tem recebido. "Todos nós estamos sofrendo com isso. Cada vez mais com empecilhos de legislações ambientais, trabalhistas e fundiárias. Nós estamos sendo impedidos de praticar o que nós sabemos, que é plantar, colher e entregar para a usina industrializar. Estamos sendo penalizados não só por este governo, mas também pelos governos internacionais, que boicotam nosso etanol. É preciso que haja uma política a longo prazo para o nosso etanol, um combustível limpo e renovável que, nós, brasileiros, plantamos e produzimos".
Flávia Paschoal e Marisa Massiarelli Setto
O deputado federal Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB) apoia as reivindicações dos produtores de cana-de-açúcar e apontou alternativas para enfrentar a crise vivida pelo setor sucroalcooleiro. As sugestões foram apresentadas durante Manifesto em Prol do Setor Sucroalcooleiro, realizado nesta sexta-feira de manhã na Coplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo), em Piracicaba.
Estiveram presentes na manifestação, além das autoridades que representam o setor, produtores de cana de todo Estado de São Paulo. O ato foi o ponto de partida para outras manifestações, que devem ser realizadas nos municípios e em Brasília.
"Quero estar junto com vocês em todo esse esforço nas próximas semanas para dar uma virada, um ponto de mutação a partir desta reunião de hoje em Piracicaba", declarou Mendes Thame, sugerindo alguns passos a serem dados.
"O primeiro passo a ser tomado é apresentarmos emendas, projetos, propostas para incentivar o setor, brigando no Congresso para que possamos conseguir avanços na legislação brasileira. O segundo caminho é proceder gestões junto ao governador Geraldo Alckmin para que ele faça aquilo que já foi feito por Mário Covas, quando conseguimos aprovar o Pacto pelo Emprego no Setor Sucroenergético, no final dos anos 90, o que salvou naquela época o setor da bancarrota. O terceiro caminho é a manifestação popular. Vontade política não nasce por geração espontânea e sim da pressão da sociedade organizada. Temos que trazer os trabalhadores rurais, trabalhadores nas indústrias, temos que estar juntos, com uma proposta só, uma proposta que seja do setor produtivo de álcool, de cana, que tenha a força de representar o desejo do setor".
"O setor canavieiro necessita urgentemente de um subsídio para a sobrevivência dos produtores e de políticas públicas que venham a tornar o setor viável, uma vez que 80% dos produtores de cana-de-açúcar são médios e pequenos", afirma o presidente da Coplacana, Arnaldo Bortoletto, deixando claro que "ninguém sobrevive tendo que pagar para produzir".
"É importante começarmos esse movimento para nos organizarmos e irmos para Brasília. Não é possível trabalhar com prejuízo", acrescentou o vice-presidente da Coplacana, José Coral. "Nosso objetivo final é chegar até a presidência, porque do jeito que ela está administrando um setor produtivo como o nosso, parece o fim do mundo. Não é possível quase quebrar a Petrobrás, aumentar o diesel e segurar a gasolina."
O assessor técnico da Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil), Geraldo Majela de Andrade Silva, traçou um perfil do setor: 92% dos fornecedores são pequenos, entregam até 12 mil toneladas de cana, o que representa 35% do total do Estado; 8% dos fornecedores entregam acima de 12 mil e respondem por 65%. "A safra de 2006 foi a melhor que tivemos até hoje em termos de remuneração de capital do fornecedor; 2007 e 2008, foram safras difíceis para produtor e para unidade industrial; em 2009, o preço remunerou o custo operacional e arrendamento; a safra de 2012 remunerou apenas parte do capital e a safra 2013 caminha para ser semelhante à de 2009", relatou. Na safra de 2006, eram necessárias 68 toneladas de cana para cobrir custo total de produção. Para a safra de 2013, a previsão é de 91 toneladas para remunerar custo total.
"Nós temos o melhor projeto de energia renovável do mundo, que é nosso etanol, a agricultura brasileira hoje salva a balança comercial por vários e vários anos e nós não temos a atenção que o governo deveria dar para nossos pequenos e médios produtores", declarou o vice-presidente da Orplana, Pedro Luís Lorenzetti.
O presidente da Feplana (Federação dos Plantadores de Cana do Brasil), Paulo Leal, relatou que nos últimos anos, o setor vive com o custo de produção muito superior ao que tem recebido. "Todos nós estamos sofrendo com isso. Cada vez mais com empecilhos de legislações ambientais, trabalhistas e fundiárias. Nós estamos sendo impedidos de praticar o que nós sabemos, que é plantar, colher e entregar para a usina industrializar. Estamos sendo penalizados não só por este governo, mas também pelos governos internacionais, que boicotam nosso etanol. É preciso que haja uma política a longo prazo para o nosso etanol, um combustível limpo e renovável que, nós, brasileiros, plantamos e produzimos".
Flávia Paschoal e Marisa Massiarelli Setto