David Brough
DUBAI - O mercado global de açúcar poderá passar para um pequeno déficit em 2014/15 após quatro anos de excedentes, com produtores enfrentando dificuldades para cobrirem seus custos, mas os estoques construídos nos anos de ampla oferta vão frear qualquer recuperação nos preços.
Os traders e analistas que participam da conferência Dubai Platts Kingsman disseram que o consumo deve ultrapassar uma produção prevista entre estável e mais baixa.
"Praticamente todos os produtores estão operando com custos inferiores aos de produção", disse Kona Haque, chefe para pesquisas agrícolas do Macquarie Bank.
Kona acendeu o debate sobre a perspectiva do mercado de açúcar em 2014/15 por ser a primeira analista a falar publicamente na conferência sobre um déficit global, ainda que pequeno, de 1 milhão de toneladas.
Plínio Nastari, presidente da consultoria brasileira Datagro, já havia feito uma previsão de um déficit de 1,6 milhão de toneladas na oferta global de açúcar em 2014/15, por conta das expectativas de crescimento do consumo global de 2,5 por cento em meio aos baixos preços.
O consumo mundial de açúcar em 2013/14 foi estimado pela Organização Internacional do Açúcar em 176,8 milhões de toneladas, alta de 2,5 por cento, ou o equivalente a cerca de 4,4 milhões de toneladas.
Nastari também apontou dificuldades financeiras enfrentadas pelos produtores no Brasil, após anos de preços fracos, levando ao fechamento das fábricas e menor investimento no setor.
Os preços globais do açúcar caíram para a mínima de 3 anos e meio, a 14,70 centavos por libra-peso, em 28 de janeiro, pressionado por excedentes de oferta nos principais produtores globais, como o Brasil, Tailândia e Índia.
O mercado foi lentamente voltando ao equilíbrio após um salto na produção depois do aumento dos preços para mais de 30 centavos de dólar por libra no início de 2011.
A OIA tem previsão de um excedente global de açúcar de 4,73 milhões de toneladas em 2013/14, menos da metade dos 10,60 milhões em 2012/13.
QUEDA RENTABILIDADE
Jonathan Kingsman, chefe da divisão agrícola do provedor de dados Platts, disse que os preços fracos tornaram a produção de açúcar menos rentável, enquanto o consumo continuou a crescer.
Ele prevê uma redução pela metade no excedente global de açúcar em 2014/15, para 2 milhões de toneladas, acrescentando que suas previsões de crescimento do consumo mundial podem ser muito conservadoras.
No entanto, vários participantes importantes da indústria presentes na conferência disseram que o rali nos preços do açúcar, para uma alta de 16,38 centavos de dólar na semana passada de um mês, pode ter sido exagerado.
O aumento foi provocado pelo tempo quente e seco no Brasil e a incerteza sobre se a expectativa com as exportações da Índia, segundo maior produtor, vai se materializar.
Eles disseram que o cenário atual de cotações pressionadas poderá continuar por algum tempo, enquanto o mundo consome seus enormes estoques.
A Índia, maior consumidor mundial de açúcar, deverá ter estoques de 9,8 milhões de toneladas ao final de setembro, acima dos 9,3 milhões de toneladas no ano anterior, de acordo com Abinash Verma, diretor-geral da Associação das Usinas de Açúcar da Índia (ISMA).
A China, outro importante importador de açúcar, também está sentada sobre estoques substanciais de açúcar, estimados em 6,5 milhões de toneladas, após agressivas importações nos últimos anos em meio às quedas de preços, disse Lui Hande, presidente do Guang Dong Zhongqing Sugar Group, do país.
(Reportagem adicional de Nigel Hunt)
David Brough
DUBAI - O mercado global de açúcar poderá passar para um pequeno déficit em 2014/15 após quatro anos de excedentes, com produtores enfrentando dificuldades para cobrirem seus custos, mas os estoques construídos nos anos de ampla oferta vão frear qualquer recuperação nos preços.
Os traders e analistas que participam da conferência Dubai Platts Kingsman disseram que o consumo deve ultrapassar uma produção prevista entre estável e mais baixa.
"Praticamente todos os produtores estão operando com custos inferiores aos de produção", disse Kona Haque, chefe para pesquisas agrícolas do Macquarie Bank.
Kona acendeu o debate sobre a perspectiva do mercado de açúcar em 2014/15 por ser a primeira analista a falar publicamente na conferência sobre um déficit global, ainda que pequeno, de 1 milhão de toneladas.
Plínio Nastari, presidente da consultoria brasileira Datagro, já havia feito uma previsão de um déficit de 1,6 milhão de toneladas na oferta global de açúcar em 2014/15, por conta das expectativas de crescimento do consumo global de 2,5 por cento em meio aos baixos preços.
O consumo mundial de açúcar em 2013/14 foi estimado pela Organização Internacional do Açúcar em 176,8 milhões de toneladas, alta de 2,5 por cento, ou o equivalente a cerca de 4,4 milhões de toneladas.
Nastari também apontou dificuldades financeiras enfrentadas pelos produtores no Brasil, após anos de preços fracos, levando ao fechamento das fábricas e menor investimento no setor.
Os preços globais do açúcar caíram para a mínima de 3 anos e meio, a 14,70 centavos por libra-peso, em 28 de janeiro, pressionado por excedentes de oferta nos principais produtores globais, como o Brasil, Tailândia e Índia.
O mercado foi lentamente voltando ao equilíbrio após um salto na produção depois do aumento dos preços para mais de 30 centavos de dólar por libra no início de 2011.
A OIA tem previsão de um excedente global de açúcar de 4,73 milhões de toneladas em 2013/14, menos da metade dos 10,60 milhões em 2012/13.
QUEDA RENTABILIDADE
Jonathan Kingsman, chefe da divisão agrícola do provedor de dados Platts, disse que os preços fracos tornaram a produção de açúcar menos rentável, enquanto o consumo continuou a crescer.
Ele prevê uma redução pela metade no excedente global de açúcar em 2014/15, para 2 milhões de toneladas, acrescentando que suas previsões de crescimento do consumo mundial podem ser muito conservadoras.
No entanto, vários participantes importantes da indústria presentes na conferência disseram que o rali nos preços do açúcar, para uma alta de 16,38 centavos de dólar na semana passada de um mês, pode ter sido exagerado.
O aumento foi provocado pelo tempo quente e seco no Brasil e a incerteza sobre se a expectativa com as exportações da Índia, segundo maior produtor, vai se materializar.
Eles disseram que o cenário atual de cotações pressionadas poderá continuar por algum tempo, enquanto o mundo consome seus enormes estoques.
A Índia, maior consumidor mundial de açúcar, deverá ter estoques de 9,8 milhões de toneladas ao final de setembro, acima dos 9,3 milhões de toneladas no ano anterior, de acordo com Abinash Verma, diretor-geral da Associação das Usinas de Açúcar da Índia (ISMA).
A China, outro importante importador de açúcar, também está sentada sobre estoques substanciais de açúcar, estimados em 6,5 milhões de toneladas, após agressivas importações nos últimos anos em meio às quedas de preços, disse Lui Hande, presidente do Guang Dong Zhongqing Sugar Group, do país.
(Reportagem adicional de Nigel Hunt)