Grandes influenciadoras dos ganhos de produtividades dos canaviais, as variedades de cana-de-açúcar ganham cada vez mais atenção de produtores e usinas no intuito de aumentar a eficiência no campo. Neste contexto, os programas de melhoramento avançam nas pesquisas na busca por cultivares com características adequadas a diversos ambientes de produção e mais resistentes às pragas e ao clima.
É o caso do IAC (Instituto Agronômico) que lançará, em junho, duas novas variedades: a IACSP01-3127 e a IACSP01-5503. As cultivares foram avaliadas nos estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais. O último lançamento de variedades do IAC ocorreu em 2013, quando foram apresentadas as cultivares IACSP97-4039 e IACSP96-7569, voltadas para o início e o fim da safra. Com o novo lançamento, o instituto passa a contar com 24 materiais disponibilizados nos últimos 14 anos.
De acordo com Marcos Landell, diretor do Centro de Cana IAC, de Ribeirão Preto-SP, a IACSP01-5503 é um material bastante rústico, de alta performance em regiões mais secas; com desempenho de muito destaque não só em uma época de colheita. “É uma cana que se adapta muito bem desde o início até final de safra, com período útil de industrialização grande”, explica o pesquisador, completando “Já a IACSP01-3127 é uma cana que responde muito bem a manejos avançados; ambiente com utilização de resíduos orgânicos. É uma cana de altíssimo potencial biológico, que também deve se juntar aí ao plantel varietal mais moderno para ajudar os produtores a dar um salto na produtividade de seus canaviais”, afirmou.
A hibridação desses materiais ocorreu em 2001, ano em que foram produzidas as sementes, a partir daí os seedlings (mudas) foram germinados e, no ano seguinte, foram colocados no campo nas estações experimentais do IAC, em Jaú-SP e em Pindorama-SP, seguindo a sequência de seleções regionais, até entrar em ensaios da rede nacional para estudos de estabilidade. “As variedades participaram de ensaio nacional em 2012, e foi neste ensaio que se revelou a performance delas, a estabilidade desses materiais e as suas adaptações a outras regiões”, disse Landell.
PMGCA – UFSCar libera mais quatro variedades no próximo ano O PMGCA (Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-açúcar) da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), ligado à RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético) também se prepara para a liberação de quatro novas variedades em 2018. “São materiais muito bons, oportunos, cada um com seu apelo. Devido à performance deles, resolvemos liberar antes do lançamento nacional da Rede, que acontece em 2020”, explicou Hermann Paulo Hoffmann, coordenador do PMGCA - UFSCar e coordenador Nacional da
RIDESA.
Os novos cultivares (RB975375, RB005014, RB005983 e RB015935) já foram multiplicados pelas usinas conveniadas ao programa em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, apresentando grande potencial. “A variedade RB975375 é para solo fraco, com potencial um pouco superior à RB867515, mas com perfil diferente, possibilitando maior número de colmos, porém de menor diâmetro. Já a RB005014 está indo muito bem nos ensaios, oferecendo mais produtividade e perfilhamento.
A RB005983 é um material precoce, de rápido crescimento, com elevada riqueza e alto teor de fibra; além disso, vem mostrando boa performance como cana de ano. A RB015935 é uma variedade rica em açúcar e com longo período de utilização industrial, podendo ser colhida em início e meio de safra, visto que não apresenta florescimento. Então, são materiais que poderão ajudar no aumento da produtividade dos canaviais”, explicou o pesquisador.
A última liberação de variedades da UFSCar foi em 2015, durante lançamento nacional da RIDESA. Na ocasião, foram disponibilizadas ao mercado 16 novos cultivares, sendo quatro da universidade: RB975952, RB985476, RB975242 e RB975201. “Essas variedades já conquistaram seu espaço devido às características agronômicas que apresentam”, concluiu Hoffmann.
2018 será marcado com a chegada da cana transgênica
A primeira variedade comercial de cana-de-açúcar transgênica do mundo será lançada pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), em 2018. A variedade CTC 20 Bt será resistência à broca da cana e tolerante à seca, oferecendo maior produtividade e maior teor de açúcar. Antes do lançamento da pioneira cana transgênica, o Centro disponibilizará outras duas variedades, ainda este ano. Confira entrevista com o gerente de Marketing do CTC, Luiz Antonio Dias Paes:
Revista Canavieiros: Há previsão do CTC lançar novas variedades de cana este ano ainda? Caso positivo, quais serão as características dessas cultivares?
Luiz Antonio Dias Paes: O CTC planeja lançar duas novas variedades convencionais, em 2017. Ambas apresentam características de precocidade, com elevada produtividade e riqueza, significativamente superiores às variedades comerciais hoje cultivadas neste posicionamento. A primeira delas será lançada para a região de cerrado (GO/MG) e a segunda para as regiões de clima menos restritivo, cobrindo, portanto, a totalidade do canavial de início de safra do Centro-Sul.
Revista Canavieiros: Com relação à cana transgênica, quando estará disponível no mercado?
Paes: A primeira variedade comercial de cana geneticamente modificada, com proteção à broca da cana deverá estar disponível na safra 17/18, após sua aprovação pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biotecnologia). Isto significará um importante avanço na tecnologia aplicada à cana, refletindo-se em ganhos de produtividade e qualidade agrícola e industrial.
Revista Canavieiros: A variedade transgênica poderá ser cultivada em todo o Brasil?
Paes: A primeira variedade geneticamente modificada do CTC é derivada de um material adaptado a solos e climas não restritivos. A ela seguir-se-á uma série de outras variedades posicionadas para os diferentes ambientes de produção e épocas de colheita, abrangendo todas as regiões canavieiras do país.
Revista Canavieiros: Qual é o atual market share das variedades CTC, principalmente relacionado a renovação de canaviais?
Paes: O market share de plantio das variedades CTC na safra 16/17, segundo divulgação recente do IAC, com base no Censo Varietal, deve atingir 27,3% da área plantada. Destaca-se o expressivo crescimento das variedades premium da série 9000, que lançadas em 2012 já estão entre as mais plantadas do Brasil e com alta intenção de plantio para a safra 17/18. O consistente ganho de market share nas usinas e fornecedores é resultado do desempenho superior destes materiais, comprovado no campo.
Grandes influenciadoras dos ganhos de produtividades dos canaviais, as variedades de cana-de-açúcar ganham cada vez mais atenção de produtores e usinas no intuito de aumentar a eficiência no campo. Neste contexto, os programas de melhoramento avançam nas pesquisas na busca por cultivares com características adequadas a diversos ambientes de produção e mais resistentes às pragas e ao clima.
É o caso do IAC (Instituto Agronômico) que lançará, em junho, duas novas variedades: a IACSP01-3127 e a IACSP01-5503. As cultivares foram avaliadas nos estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais. O último lançamento de variedades do IAC ocorreu em 2013, quando foram apresentadas as cultivares IACSP97-4039 e IACSP96-7569, voltadas para o início e o fim da safra. Com o novo lançamento, o instituto passa a contar com 24 materiais disponibilizados nos últimos 14 anos.
De acordo com Marcos Landell, diretor do Centro de Cana IAC, de Ribeirão Preto-SP, a IACSP01-5503 é um material bastante rústico, de alta performance em regiões mais secas; com desempenho de muito destaque não só em uma época de colheita. “É uma cana que se adapta muito bem desde o início até final de safra, com período útil de industrialização grande”, explica o pesquisador, completando “Já a IACSP01-3127 é uma cana que responde muito bem a manejos avançados; ambiente com utilização de resíduos orgânicos. É uma cana de altíssimo potencial biológico, que também deve se juntar aí ao plantel varietal mais moderno para ajudar os produtores a dar um salto na produtividade de seus canaviais”, afirmou.
A hibridação desses materiais ocorreu em 2001, ano em que foram produzidas as sementes, a partir daí os seedlings (mudas) foram germinados e, no ano seguinte, foram colocados no campo nas estações experimentais do IAC, em Jaú-SP e em Pindorama-SP, seguindo a sequência de seleções regionais, até entrar em ensaios da rede nacional para estudos de estabilidade. “As variedades participaram de ensaio nacional em 2012, e foi neste ensaio que se revelou a performance delas, a estabilidade desses materiais e as suas adaptações a outras regiões”, disse Landell.
PMGCA – UFSCar libera mais quatro variedades no próximo ano
O PMGCA (Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-açúcar) da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), ligado à RIDESA (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético) também se prepara para a liberação de quatro novas variedades em 2018. “São materiais muito bons, oportunos, cada um com seu apelo. Devido à performance deles, resolvemos liberar antes do lançamento nacional da Rede, que acontece em 2020”, explicou Hermann Paulo Hoffmann, coordenador do PMGCA - UFSCar e coordenador Nacional da RIDESA.
Os novos cultivares (RB975375, RB005014, RB005983 e RB015935) já foram multiplicados pelas usinas conveniadas ao programa em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, apresentando grande potencial. “A variedade RB975375 é para solo fraco, com potencial um pouco superior à RB867515, mas com perfil diferente, possibilitando maior número de colmos, porém de menor diâmetro. Já a RB005014 está indo muito bem nos ensaios, oferecendo mais produtividade e perfilhamento.
A RB005983 é um material precoce, de rápido crescimento, com elevada riqueza e alto teor de fibra; além disso, vem mostrando boa performance como cana de ano. A RB015935 é uma variedade rica em açúcar e com longo período de utilização industrial, podendo ser colhida em início e meio de safra, visto que não apresenta florescimento. Então, são materiais que poderão ajudar no aumento da produtividade dos canaviais”, explicou o pesquisador.
A última liberação de variedades da UFSCar foi em 2015, durante lançamento nacional da RIDESA. Na ocasião, foram disponibilizadas ao mercado 16 novos cultivares, sendo quatro da universidade: RB975952, RB985476, RB975242 e RB975201. “Essas variedades já conquistaram seu espaço devido às características agronômicas que apresentam”, concluiu Hoffmann.
2018 será marcado com a chegada da cana transgênica
A primeira variedade comercial de cana-de-açúcar transgênica do mundo será lançada pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), em 2018. A variedade CTC 20 Bt será resistência à broca da cana e tolerante à seca, oferecendo maior produtividade e maior teor de açúcar. Antes do lançamento da pioneira cana transgênica, o Centro disponibilizará outras duas variedades, ainda este ano. Confira entrevista com o gerente de Marketing do CTC, Luiz Antonio Dias Paes:
Revista Canavieiros: Há previsão do CTC lançar novas variedades de cana este ano ainda? Caso positivo, quais serão as características dessas cultivares?
Luiz Antonio Dias Paes: O CTC planeja lançar duas novas variedades convencionais, em 2017. Ambas apresentam características de precocidade, com elevada produtividade e riqueza, significativamente superiores às variedades comerciais hoje cultivadas neste posicionamento. A primeira delas será lançada para a região de cerrado (GO/MG) e a segunda para as regiões de clima menos restritivo, cobrindo, portanto, a totalidade do canavial de início de safra do Centro-Sul.
Revista Canavieiros: Com relação à cana transgênica, quando estará disponível no mercado?
Paes: A primeira variedade comercial de cana geneticamente modificada, com proteção à broca da cana deverá estar disponível na safra 17/18, após sua aprovação pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biotecnologia). Isto significará um importante avanço na tecnologia aplicada à cana, refletindo-se em ganhos de produtividade e qualidade agrícola e industrial.
Revista Canavieiros: A variedade transgênica poderá ser cultivada em todo o Brasil?
Paes: A primeira variedade geneticamente modificada do CTC é derivada de um material adaptado a solos e climas não restritivos. A ela seguir-se-á uma série de outras variedades posicionadas para os diferentes ambientes de produção e épocas de colheita, abrangendo todas as regiões canavieiras do país.
Revista Canavieiros: Qual é o atual market share das variedades CTC, principalmente relacionado a renovação de canaviais?
Paes: O market share de plantio das variedades CTC na safra 16/17, segundo divulgação recente do IAC, com base no Censo Varietal, deve atingir 27,3% da área plantada. Destaca-se o expressivo crescimento das variedades premium da série 9000, que lançadas em 2012 já estão entre as mais plantadas do Brasil e com alta intenção de plantio para a safra 17/18. O consistente ganho de market share nas usinas e fornecedores é resultado do desempenho superior destes materiais, comprovado no campo.