Mesmo com estiagem, açúcar volta a cair em Nova York sob pressão da Índia
10/02/2014
Açúcar
POR: Patrícia Mendonça | Agência UDOP de Notícias
Os preços do açúcar fecharam a semana mistos no mercado internacional. Na sexta-feira (7), a commodity foi comercializada, em Nova York, a 15,73 centavos de dólar por libra-peso no vencimento em março, baixa de 12 pontos. Já em Londres, o açúcar fechou no mesmo vencimento a US$ 435,40 a tonelada, alta de US$ 0,60 a mais do que os preços praticados na véspera.
Segundo uma análise do jornal Valor Econômico de hoje (10), os preços do açúcar voltaram a perder força em Nova York, depois que as autoridades indianas adiaram a decisão sobre os incentivos às exportações da commodity. A Índia é o segundo maior produtor mundial de açúcar, atrás do Brasil. O governo indiano propôs dar US$ 32 por cada tonelada de açúcar exportada para compensar as usinas locais, mas as indústrias pleiteiam quase o dobro do valor. De acordo com os analistas ouvidos pelo jornal, se aprovada, a medida pode adicionar pressão aos já robustos estoques mundiais - prevê-se um superávit de 4,7 milhões de toneladas em 2013/14.
Apesar de terminar a semana em queda, o açúcar registrou valorizações durante cinco dias em NY e Londres. O diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa, explica que isso aconteceu devido à falta de chuvas nas regiões produtoras de cana. Mas, para ele, esse momento de correção pode ser apenas o começo de uma reviravolta nos preços. "Várias usinas consultadas demonstram sensível preocupação com a falta de chuva que deve afetar a produção e o nível de sacarose na cana. É muito cedo ainda para adiantar um número para a safra 2014/2015, mas alguns produtores apostam numa produção "na melhor das hipóteses" igual a da 2013/2014, ou seja, em torno de 595 milhões de toneladas", disse Corrêa.
Mercado interno
O mercado interno fechou a semana em alta. Segundo os índices medidos pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), os contratos do açúcar em SP foram fechados a R$ 50,10 a saca de 50 quilos, valorização de 0,32%.