O aumento se amparou nos preços valorizados da commodity por conta de um déficit no mercado mundial no ano passado e da instalação da fábrica de açúcar em duas usinas
Uberaba. A produção de açúcar na próxima safra mineira 2017/2018 de cana-de-açúcar em Minas Gerais será recorde no Estado. De 3,982 milhões de toneladas na safra 2016/2017 vai passar para 4,110 milhões de toneladas, alta de 3% neste ano.
O aumento se amparou nos preços valorizados da commodity por conta de um déficit no mercado mundial no ano passado e da instalação da fábrica de açúcar em duas usinas: Vale do Pontal da Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA), em Limeira do Oeste; e Bioenergética Aroeira em Tupaciguara, ambas no Triângulo Mineiro, aumentando em 400 mil toneladas a capacidade instalada do produto em Minas.
“Tivemos uma condição de câmbio aliada a preço melhor para o açúcar com cotações chegando a R$ 1.500 até R$ 1.600 (a tonelada) para fechar negócios no ano passado. Em média, observou-se preços de R$ 1.200 a R$ 1.300 (a tonelada)”, justificou o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, durante a abertura da safra mineira de açúcar e etanol 2017/2018, na Usina Vale do Tijuco da CMAA, em Uberaba, no Triângulo Mineiro. O evento reuniu 200 pessoas entre empresários e políticos.
Neste ano, Campos disse que a cotação da tonelada do açúcar deve ficar em torno de R$ 1.000 e começa a se aproximar do preço próximo ao etanol, hoje, vendido em torno de R$ 1,45, o litro, sem impostos na usina. “Isso pode refletir em uma produção maior de etanol”, disse. Mas, na primeira estimativa da safra 2017/2018 a produção de etanol total (anidro e hidratado) é de queda de 12% caindo de 2,64 bilhões de litros para 2,33 bilhões de litros. Só no álcool anidro, usado na mistura da gasolina a queda chega a 20% de 1,19 bilhões de litros da safra passada para 948,5 milhões de litros. No caso do etanol hidratado, para consumo na bomba, vai cair de 1,44 bilhões de litros para 1,38 bilhões de litros na safra 2017/2018.
Fase de ajuste. Para o presidente da Siamig, essa safra ainda é de ajuste, porque as usinas não tinham dinheiro e estavam renovando pouco as lavouras. “É uma safra de transição para a retomada do setor”, observou. Nos próximos anos, Campos acredita que o etanol e o açúcar vão caminhar juntos. “Não conseguimos produzir mais açúcar porque estamos com capacidade ocupada na usina. Já o etanol tem uma capacidade ociosa enorme. Se houver um incentivo para o etanol rapidamente a gente produz mais etanol”, afirmou.
Campos acrescentou que o ano é de queda do etanol porque houve uma migração para a produção de açúcar, além disso, a moagem de cana está diminuindo porque está acontecendo uma renovação maior. Em relação à moagem de cana-de-açúcar, a estimativa da Siamig mostra redução no volume de produção. Tudo por causa da renovação de 12% para 18% da área plantada no Estado que é de 970 mil hectares. A produção da cana vai cair de 63.517.604 milhões de toneladas na safra 2016/2017 para 61 milhões de toneladas nesta safra, uma queda de 4%. “Não vejo como uma safra pior, vejo como encerramento do ajuste que estávamos fazendo. Durante muito tempo não conseguimos”, avaliou Campos. Na produtividade agrícola, a Siamig projeta a mesma do ano passado, ou seja, de 76 toneladas por hectare.
Fundador da CMAA diz que queda do ICMS ajudou o Estado
O fundador e presidente do conselho de administração da CMAA, José Francisco Santos, contou que a empresa - formada pelas usinas Vale do Tijuco e Vale do Pontal, (essa última adquirida recentemente), e ambas no Triângulo Mineiro - disse que o setor representa muito para Minas Gerais. “Começamos 100% mecanizados na cana em 2010 e crescemos até agora com cautela e qualidade e hoje produzimos 35 mil sacos de açúcar por dia e mais de 1 milhão de litros de álcool por dia. A Usina Vale do Tijuco tem 60 mil hectares com produtividade que surpreende”, contou.
Santos agradeceu ainda a decisão do governo passado de reduzir a alíquota de ICMS. “Foi uma vitória para o Estado. Somos o segundo Estado que mais consome álcool no Brasil porque tivemos a diminuição do ICMS de 19% para 14%. Isso é muito importante para nós porque a concorrência é grande”, explicou.
Santos criticou a importação “desenfreada” de álcool pelo país. “Entram sem imposto nenhum. Nós exportamos suco de laranja para os Estados Unidos que nos cobram US$ 400 a tonelada”, disse Santos, referindo-se ao imposto cobrado pelo produto brasileiro. Santos também é dono da JF Citrus que produz suco de laranja. “Nós temos que taxar o álcool deles (EUA). Estamos pedindo isso para continuarmos com essa produtividade que temos”, acrescentou.
O governador Fernando Pimentel também participou da solenidade e elogiou o setor de cana-de- açúcar, etanol e açúcar além da geração de energia. “O setor fica a cada dia mais modernizado, socialmente e ambientalmente comprometido. É combustível barato e ambientalmente correto”, elogiou.
Pimentel disse ainda que estamos vivendo um momento dramático no Brasil com crise econômica e política institucional muito séria. “Só temos um caminho, trincar os dentes e trabalhar e é o que o mineiro sabe fazer de melhor”, afirmou.
Primeira Estimativa de safra em Minas Gerais
Cana (milhões de toneladas)
Produção 2016/2017 : 63.517.604
Estimativa Produção 2017/2018: 61.000.000
Queda: - 4%
Açúcar (milhões de toneladas)
Produção 2016/2017: 3.982.321
Estimativa Produção 2017/2018: 4.110.000
Alta: 3%
Etanol anidro (bilhões)
Produção 2016/2017: 1.19 bilhões
Estimativa Produção 2017/2018: 948.5 milhões
Queda: -20%
Etanol hidratado (bilhões)
Produção 2016/2017: 1.44 bilhões
Estimativa produção 2017/2018: 1.38 bilhões
Queda: -4%
Etanol total (bilhões)
Produção 2016/2017: 2.64 bilhões
Estimativa produção 2017/2018: 2.33 bihões
Queda: - 12%
O que o setor representa em Minas Gerais
26 municípios com unidades industriais
970 mil hectare de cana
130 municípios canavieiras no Estado
34 usinas
Geração de 184 mil empregos diretos e indiretos
A produção de açúcar na próxima safra mineira 2017/2018 de cana-de-açúcar em Minas Gerais será recorde no Estado. De 3,982 milhões de toneladas na safra 2016/2017 vai passar para 4,110 milhões de toneladas, alta de 3% neste ano.
O aumento se amparou nos preços valorizados da commodity por conta de um déficit no mercado mundial no ano passado e da instalação da fábrica de açúcar em duas usinas: Vale do Pontal da Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA), em Limeira do Oeste; e Bioenergética Aroeira em Tupaciguara, ambas no Triângulo Mineiro, aumentando em 400 mil toneladas a capacidade instalada do produto em Minas.
“Tivemos uma condição de câmbio aliada a preço melhor para o açúcar com cotações chegando a R$ 1.500 até R$ 1.600 (a tonelada) para fechar negócios no ano passado. Em média, observou-se preços de R$ 1.200 a R$ 1.300 (a tonelada)”, justificou o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, durante a abertura da safra mineira de açúcar e etanol 2017/2018, na Usina Vale do Tijuco da CMAA, em Uberaba, no Triângulo Mineiro. O evento reuniu 200 pessoas entre empresários e políticos.
Neste ano, Campos disse que a cotação da tonelada do açúcar deve ficar em torno de R$ 1.000 e começa a se aproximar do preço próximo ao etanol, hoje, vendido em torno de R$ 1,45, o litro, sem impostos na usina. “Isso pode refletir em uma produção maior de etanol”, disse. Mas, na primeira estimativa da safra 2017/2018 a produção de etanol total (anidro e hidratado) é de queda de 12% caindo de 2,64 bilhões de litros para 2,33 bilhões de litros. Só no álcool anidro, usado na mistura da gasolina a queda chega a 20% de 1,19 bilhões de litros da safra passada para 948,5 milhões de litros. No caso do etanol hidratado, para consumo na bomba, vai cair de 1,44 bilhões de litros para 1,38 bilhões de litros na safra 2017/2018.
Fase de ajuste. Para o presidente da Siamig, essa safra ainda é de ajuste, porque as usinas não tinham dinheiro e estavam renovando pouco as lavouras. “É uma safra de transição para a retomada do setor”, observou. Nos próximos anos, Campos acredita que o etanol e o açúcar vão caminhar juntos. “Não conseguimos produzir mais açúcar porque estamos com capacidade ocupada na usina. Já o etanol tem uma capacidade ociosa enorme. Se houver um incentivo para o etanol rapidamente a gente produz mais etanol”, afirmou.
Campos acrescentou que o ano é de queda do etanol porque houve uma migração para a produção de açúcar, além disso, a moagem de cana está diminuindo porque está acontecendo uma renovação maior. Em relação à moagem de cana-de-açúcar, a estimativa da Siamig mostra redução no volume de produção. Tudo por causa da renovação de 12% para 18% da área plantada no Estado que é de 970 mil hectares. A produção da cana vai cair de 63.517.604 milhões de toneladas na safra 2016/2017 para 61 milhões de toneladas nesta safra, uma queda de 4%. “Não vejo como uma safra pior, vejo como encerramento do ajuste que estávamos fazendo. Durante muito tempo não conseguimos”, avaliou Campos. Na produtividade agrícola, a Siamig projeta a mesma do ano passado, ou seja, de 76 toneladas por hectare.
Fundador da CMAA diz que queda do ICMS ajudou o Estado
O fundador e presidente do conselho de administração da CMAA, José Francisco Santos, contou que a empresa - formada pelas usinas Vale do Tijuco e Vale do Pontal, (essa última adquirida recentemente), e ambas no Triângulo Mineiro - disse que o setor representa muito para Minas Gerais. “Começamos 100% mecanizados na cana em 2010 e crescemos até agora com cautela e qualidade e hoje produzimos 35 mil sacos de açúcar por dia e mais de 1 milhão de litros de álcool por dia. A Usina Vale do Tijuco tem 60 mil hectares com produtividade que surpreende”, contou.
Santos agradeceu ainda a decisão do governo passado de reduzir a alíquota de ICMS. “Foi uma vitória para o Estado. Somos o segundo Estado que mais consome álcool no Brasil porque tivemos a diminuição do ICMS de 19% para 14%. Isso é muito importante para nós porque a concorrência é grande”, explicou.
Santos criticou a importação “desenfreada” de álcool pelo país. “Entram sem imposto nenhum. Nós exportamos suco de laranja para os Estados Unidos que nos cobram US$ 400 a tonelada”, disse Santos, referindo-se ao imposto cobrado pelo produto brasileiro. Santos também é dono da JF Citrus que produz suco de laranja. “Nós temos que taxar o álcool deles (EUA). Estamos pedindo isso para continuarmos com essa produtividade que temos”, acrescentou.
O governador Fernando Pimentel também participou da solenidade e elogiou o setor de cana-de- açúcar, etanol e açúcar além da geração de energia. “O setor fica a cada dia mais modernizado, socialmente e ambientalmente comprometido. É combustível barato e ambientalmente correto”, elogiou.
Pimentel disse ainda que estamos vivendo um momento dramático no Brasil com crise econômica e política institucional muito séria. “Só temos um caminho, trincar os dentes e trabalhar e é o que o mineiro sabe fazer de melhor”, afirmou.
Primeira Estimativa de safra em Minas Gerais
Cana (milhões de toneladas)
Produção 2016/2017 : 63.517.604
Estimativa Produção 2017/2018: 61.000.000
Queda: - 4%
Açúcar (milhões de toneladas)
Produção 2016/2017: 3.982.321
Estimativa Produção 2017/2018: 4.110.000
Alta: 3%
Etanol anidro (bilhões)
Produção 2016/2017: 1.19 bilhões
Estimativa Produção 2017/2018: 948.5 milhões
Queda: -20%
Etanol hidratado (bilhões)
Produção 2016/2017: 1.44 bilhões
Estimativa produção 2017/2018: 1.38 bilhões
Queda: -4%
Etanol total (bilhões)
Produção 2016/2017: 2.64 bilhões
Estimativa produção 2017/2018: 2.33 bihões
Queda: - 12%
O que o setor representa em Minas Gerais
26 municípios com unidades industriais
970 mil hectare de cana
130 municípios canavieiras no Estado
34 usinas
Geração de 184 mil empregos diretos e indiretos