As usinas do Nordeste parecem ter deixado o fundo do poço para trás e se preparam para processar um volume maior de cana-de-açúcar nesta nova safra (que na região começa em setembro) do que em 2015/16. Essa retomada, que sucede ao menos dois anos de retração da produção, é decorrente apenas da melhora climática, já que a maior parte das empresas continua com poucos recursos para investir em melhoras técnicas nas plantações e nas indústrias.
A União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) avalia que no ciclo 2015/16 foram processadas na região 51 milhões de toneladas de cana, e que na próxima temporada haverá um incremento de 1 milhão de toneladas. Principal Estado produtor da região, Alagoas deverá aumentar sua moagem em 16%, para 17,5 milhões de toneladas. Pernambuco, segundo no ranking nordestino, caminha para um avanço mais modesto, de 8%, para 13 milhões de toneladas.
Desde o fim do ano passado, as chuvas voltaram a cair com regularidade na região, melhorando a situação das lavouras após anos de déficit hídrico. Mas há grandes disparidades regionais. Enquanto a umidade tem sido maior entre Alagoas e Rio Grande do Norte, as áreas produtoras de cana do sul da Bahia e de Sergipe continuam sofrendo com a estiagem e devem registrar novas quedas de produção, segundo Alexandre Lima, presidente da Unida. "A redução na Bahia deverá ser de 60%, mas é uma região pouco produtiva, com só duas unidades".
Apesar do cenário melhor para a produtividade, Lima lembrou que a área cultivada com cana-de-açúcar no Nordeste continua recuando, principalmente no norte de Alagoas e no sul de Pernambuco, dando espaço para pastagens.
O cálculo do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar/PE) não destoa muito, mas prevê uma recuperação mais robusta. Em sua projeção, que considera também o processamento no Norte do país, as usinas das duas regiões deverão processar em torno de 53 milhões de toneladas de cana na temporada 2016/17, um aumento de 8% após uma moagem de 49 milhões de toneladas no ciclo passado, segundo os cálculos do sindicato. A participação das usinas do Norte, porém, não ultrapassa 500 mil toneladas.
Mesmo com esse aumento, o volume ainda deverá ficar aquém do total processado na temporada 2014/15, que chegou a 61 milhões de toneladas de cana. "O ideal é que esse regime de chuvas estivesse associado a um nível de capitalização que não há para adubação e tratos culturais", afirmou Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar/PE.
Apesar da recuperação das cotações do açúcar no mercado internacional, Cunha acredita que é preciso que o produto se mantenha valorizado por várias safras para que as usinas recomponham seus caixas e voltem a investir na atividade. "É preciso de três a cinco anos de estabilidade no mercado de açúcar e de rigor no mercado de etanol, que não está bom porque o consumo tem caído", avaliou o presidente do sindicato pernambucano.
Como no Centro-Sul, as usinas nordestinas também tendem a dar mais ênfase à produção de açúcar na safra 2016/17 para capturar a forte alta de preços do produto. Dessa forma, a produção da commodity no Nordeste tende a crescer numa proporção muito maior do que o processamento de matéria-prima e passar para 3,3 milhões de toneladas, uma alta de 26%, na estimativa do Sindaçúcar/PE. Ainda assim, se essa estimativa se confirmar, a produção ficará menor do que na safra 2014/15, quando alcançou 3,57 milhões.
Já a produção de etanol (anidro e hidratado) deve aumentar apenas 5%, para 2,1 bilhões de litros, volume que ainda fica aquém da produção de 2014/15, que alcançou 2,28 bilhões de litros. Dessa forma, a oferta regional do biocombustível continuará abaixo da demanda, com um déficit de 700 milhões de litros, pela estimativa do sindicato pernambucano.
As usinas do Nordeste parecem ter deixado o fundo do poço para trás e se preparam para processar um volume maior de cana-de-açúcar nesta nova safra (que na região começa em setembro) do que em 2015/16. Essa retomada, que sucede ao menos dois anos de retração da produção, é decorrente apenas da melhora climática, já que a maior parte das empresas continua com poucos recursos para investir em melhoras técnicas nas plantações e nas indústrias.
A União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida) avalia que no ciclo 2015/16 foram processadas na região 51 milhões de toneladas de cana, e que na próxima temporada haverá um incremento de 1 milhão de toneladas. Principal Estado produtor da região, Alagoas deverá aumentar sua moagem em 16%, para 17,5 milhões de toneladas. Pernambuco, segundo no ranking nordestino, caminha para um avanço mais modesto, de 8%, para 13 milhões de toneladas.
Desde o fim do ano passado, as chuvas voltaram a cair com regularidade na região, melhorando a situação das lavouras após anos de déficit hídrico. Mas há grandes disparidades regionais. Enquanto a umidade tem sido maior entre Alagoas e Rio Grande do Norte, as áreas produtoras de cana do sul da Bahia e de Sergipe continuam sofrendo com a estiagem e devem registrar novas quedas de produção, segundo Alexandre Lima, presidente da Unida. "A redução na Bahia deverá ser de 60%, mas é uma região pouco produtiva, com só duas unidades".
Apesar do cenário melhor para a produtividade, Lima lembrou que a área cultivada com cana-de-açúcar no Nordeste continua recuando, principalmente no norte de Alagoas e no sul de Pernambuco, dando espaço para pastagens.
O cálculo do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar/PE) não destoa muito, mas prevê uma recuperação mais robusta. Em sua projeção, que considera também o processamento no Norte do país, as usinas das duas regiões deverão processar em torno de 53 milhões de toneladas de cana na temporada 2016/17, um aumento de 8% após uma moagem de 49 milhões de toneladas no ciclo passado, segundo os cálculos do sindicato. A participação das usinas do Norte, porém, não ultrapassa 500 mil toneladas.
Mesmo com esse aumento, o volume ainda deverá ficar aquém do total processado na temporada 2014/15, que chegou a 61 milhões de toneladas de cana. "O ideal é que esse regime de chuvas estivesse associado a um nível de capitalização que não há para adubação e tratos culturais", afirmou Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar/PE.
Apesar da recuperação das cotações do açúcar no mercado internacional, Cunha acredita que é preciso que o produto se mantenha valorizado por várias safras para que as usinas recomponham seus caixas e voltem a investir na atividade. "É preciso de três a cinco anos de estabilidade no mercado de açúcar e de rigor no mercado de etanol, que não está bom porque o consumo tem caído", avaliou o presidente do sindicato pernambucano.
Como no Centro-Sul, as usinas nordestinas também tendem a dar mais ênfase à produção de açúcar na safra 2016/17 para capturar a forte alta de preços do produto. Dessa forma, a produção da commodity no Nordeste tende a crescer numa proporção muito maior do que o processamento de matéria-prima e passar para 3,3 milhões de toneladas, uma alta de 26%, na estimativa do Sindaçúcar/PE. Ainda assim, se essa estimativa se confirmar, a produção ficará menor do que na safra 2014/15, quando alcançou 3,57 milhões.
Já a produção de etanol (anidro e hidratado) deve aumentar apenas 5%, para 2,1 bilhões de litros, volume que ainda fica aquém da produção de 2014/15, que alcançou 2,28 bilhões de litros. Dessa forma, a oferta regional do biocombustível continuará abaixo da demanda, com um déficit de 700 milhões de litros, pela estimativa do sindicato pernambucano.