Com as 34 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas na segunda quinzena de outubro, as usinas do Centro-Sul acumularam nesta safra 2014/15, até 1º de novembro uma moagem de 515 milhões de toneladas, 95% do volume de 545 milhões projetado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) para toda o ciclo.
Os números sugerem uma revisão para cima da moagem, uma vez que o processamento ainda tem os meses de novembro e dezembro a percorrer. No entanto, a ameaça de um "fim súbito" da oferta de cana, sobretudo em São Paulo, ainda mantém o cenário de incertezas.
Ao Valor, o diretor-técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues, disse que, a princípio, a entidade não revisará a estimativa de moagem. A entidade, continua ele, vai continuar apurando os números no campo para chegar a uma conclusão. O fato é que há previsão de que muitas usinas devam encerrar a moagem em novembro.
Até o dia 1º deste mês, 48 usinas terminaram a safra - ante 15 de igual período do ciclo passado. O executivo da Unica prevê que, até o dia 30 deste mês, de 190 a 200 unidades devem encerrar o processamento. "Estamos falando que aproximadamente 70% das usinas vão parar de moer no Centro-Sul até o fim de novembro", destacou.
A moagem acumulada até o início de novembro de 515 milhões de toneladas representou um leve crescimento de 0,47% em relação a igual intervalo do ciclo 2013/14. O teor de açúcar na cana, o chamado Açúcar Total Recuperável (ATR), também aumentou na mesma comparação indo a 146,2 quilos por tonelada, 5,61% mais. Em nota à imprensa, Rodrigues destacou que a queda de produtividade da cana (em toneladas por hectare) do mês de outubro deve ficar próxima do registrado em setembro, ou seja, "sem uma redução mais intensa do rendimento".
A consultoria FG Agro, com sede em Ribeirão Preto (SP), divulgou na última semana que, para cumprir sua estimativa de moagem, de 570 milhões de toneladas, as usinas precisariam moer 30 milhões de toneladas na segunda quinzena de outubro - a Unica informou ontem que esse volume superou 34 milhões -, 41 milhões de toneladas em novembro e 13 milhões em dezembro.
A produção de etanol na segunda metade de outubro cresceu 3,08%, a 1,688 bilhão de litros, efeito de um mix muito alcooleiro - com 57,20% do caldo da cana sendo direcionados à fabricação do biocombustível, ante 52,01% de igual intervalo do ciclo passado. A consequência foi uma queda de 16,75% na produção de açúcar na mesma comparação, para 2,052 milhões de toneladas.
A maior produção de etanol, no entanto, pode não ser um problema ao setor, que está carregando elevados estoques para vender na longa entressafra. Ontem, os dados de venda de etanol pelas usinas confirmaram que a demanda nos postos estava aquecida pelo biocombustível, mas que as distribuidoras mantinham estoques baixos para pressionar os preços na usina para baixo, explica o sócio da FG Agro, Willian Hernandes.
De acordo com a Unica, as usinas do Centro-Sul venderam no mês passado 1,3 bilhão de litros, 3,5% acima de outubro do ano passado e 13,28% acima do registrado em setembro deste ano.
"Os números da Unica e da Agência Nacional de Petróleo (ANP) indicam que as distribuidoras aproveitaram a limitação da capacidade de estocagem das usinas para derrubar os preços e recompor estoques, sem repassar a redução no preço na bomba, ou seja, ampliariam suas margens", afirma Hernandes.
Com as 34 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas na segunda quinzena de outubro, as usinas do Centro-Sul acumularam nesta safra 2014/15, até 1º de novembro uma moagem de 515 milhões de toneladas, 95% do volume de 545 milhões projetado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) para toda o ciclo.
Os números sugerem uma revisão para cima da moagem, uma vez que o processamento ainda tem os meses de novembro e dezembro a percorrer. No entanto, a ameaça de um "fim súbito" da oferta de cana, sobretudo em São Paulo, ainda mantém o cenário de incertezas.
Ao Valor, o diretor-técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues, disse que, a princípio, a entidade não revisará a estimativa de moagem. A entidade, continua ele, vai continuar apurando os números no campo para chegar a uma conclusão. O fato é que há previsão de que muitas usinas devam encerrar a moagem em novembro.
Até o dia 1º deste mês, 48 usinas terminaram a safra - ante 15 de igual período do ciclo passado. O executivo da Unica prevê que, até o dia 30 deste mês, de 190 a 200 unidades devem encerrar o processamento. "Estamos falando que aproximadamente 70% das usinas vão parar de moer no Centro-Sul até o fim de novembro", destacou.
A moagem acumulada até o início de novembro de 515 milhões de toneladas representou um leve crescimento de 0,47% em relação a igual intervalo do ciclo 2013/14. O teor de açúcar na cana, o chamado Açúcar Total Recuperável (ATR), também aumentou na mesma comparação indo a 146,2 quilos por tonelada, 5,61% mais. Em nota à imprensa, Rodrigues destacou que a queda de produtividade da cana (em toneladas por hectare) do mês de outubro deve ficar próxima do registrado em setembro, ou seja, "sem uma redução mais intensa do rendimento".
A consultoria FG Agro, com sede em Ribeirão Preto (SP), divulgou na última semana que, para cumprir sua estimativa de moagem, de 570 milhões de toneladas, as usinas precisariam moer 30 milhões de toneladas na segunda quinzena de outubro - a Unica informou ontem que esse volume superou 34 milhões -, 41 milhões de toneladas em novembro e 13 milhões em dezembro.
A produção de etanol na segunda metade de outubro cresceu 3,08%, a 1,688 bilhão de litros, efeito de um mix muito alcooleiro - com 57,20% do caldo da cana sendo direcionados à fabricação do biocombustível, ante 52,01% de igual intervalo do ciclo passado. A consequência foi uma queda de 16,75% na produção de açúcar na mesma comparação, para 2,052 milhões de toneladas.
A maior produção de etanol, no entanto, pode não ser um problema ao setor, que está carregando elevados estoques para vender na longa entressafra. Ontem, os dados de venda de etanol pelas usinas confirmaram que a demanda nos postos estava aquecida pelo biocombustível, mas que as distribuidoras mantinham estoques baixos para pressionar os preços na usina para baixo, explica o sócio da FG Agro, Willian Hernandes.
De acordo com a Unica, as usinas do Centro-Sul venderam no mês passado 1,3 bilhão de litros, 3,5% acima de outubro do ano passado e 13,28% acima do registrado em setembro deste ano.
"Os números da Unica e da Agência Nacional de Petróleo (ANP) indicam que as distribuidoras aproveitaram a limitação da capacidade de estocagem das usinas para derrubar os preços e recompor estoques, sem repassar a redução no preço na bomba, ou seja, ampliariam suas margens", afirma Hernandes.