Em meio às críticas sobre a ausência de mulheres no primeiro escalão, o presidente interino Michel Temer convidou ontem a economista Maria Silvia Bastos Marques para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Maria Sílvia, que foi presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), comandará toda área de financiamento de investimentos produtivos do governo. No novo desenho do governo interino, o BNDES está vinculado ao Ministério do Planejamento.
O Valor apurou que Maria Silvia foi indicada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), de quem Temer é próximo. Maria Silvia já foi diretora do BNDES e, comandou a secretaria de Finanças da Prefeitura do Rio de Janeiro e, recentemente, era assessora especial da Prefeitura do Rio para reforçar a organização dos Jogos Olímpicos.
Todos os bancos públicos ficarão sob a tutela do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e deverão seguir suas diretrizes, segundo confirmou ao Valor uma fonte do Planalto. Para a presidência da Caixa Econômica Federal, o PP já indicou o exministro da Integração Nacional Gilberto Occhi, que é funcionário de carreira da instituição e foi vicepresidente do banco. Occhi disse ao Valor, na sextafeira, que vai se reunir nesta semana com Meirelles, mas seu nome não foi confirmado oficialmente pelo Planalto, como se fez ontem com o de Maria Silvia.
Temer ainda busca nomes para o comando do Banco do Brasil e das estatais, como Petrobras e Eletrobras. No esforço de recrutar mulheres para o time de Temer, o ministrochefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, convocou a atual secretáriaexecutiva do Ministério dos Transportes, Natália Marcassa, para comandar a Subchefia de Monitoramento e Articulação do ministério.
Ao lado de Marcassa, o expresidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Marcelo Guaranys assumirá a Subchefia de Assuntos Governamentais. Michel Temer também relembrou em entrevista recente que sua chefe de gabinete e uma das auxiliares de sua maior confiança, que o acompanha há anos, é uma mulher, Nara de Deus Vieira.
Maria Silvia nasceu em dezembro de 1956, na cidade de Bom Jesus do Itabapoana, norte do Estado do Rio. Obteve diploma de Administração Pública e de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em 1979, onde também fez o mestrado e o doutorado em economia. O sonho era seguir a vida acadêmica, mas acabou sendo convidada por Antonio Kandir para a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda do governo Fernando Collor, onde participou das renegociações da dívida externa brasileira.
Comandar o BNDES significará a volta de Maria Silvia para as raízes de sua entrada na vida pública. Ela será a primeira mulher a presidir o banco de fomento e voltará à casa para onde foi ao deixar o ministério. Na instituição financeira, foi assessora especial para assuntos de desestatização e diretora das áreas financeira e internacional e de planejamento.
Ao deixar a instituição de onde pediu demissão depois do impeachment de Collor , Maria Silvia foi secretária de Fazenda do município do Rio de Janeiro no primeiro mandato de César Maia, entre 1993 e 1996. Na época, ganhou a alcunha de "Mulher de 1 bilhão de dólares" por ter deixado o caixa da prefeitura com esse volume de recursos ao fim de sua gestão. Foi durante a sua passagem pela Fazenda municipal que a Prefeitura do Rio teve o rating de "investment grade" concedido pelas agências de classificação de risco, depois do lançamento de bônus no exterior.
O passo seguinte na carreira fez Maria Silvia se transformar na "Mulher de Aço". Entrou em 1996 para a CSN, onde ficou por seis anos, sendo três na presidência. Foi essencial para reestruturar a siderúrgica, que havia recémsaído do processo de privatização. Esteve à frente da empresa quando a companhia comprou a distribuidora de energia Light e também passou pelo processo de descruzamento das participações entre CSN e Vale, quando a siderúrgica vendeu sua participação na mineradora para Previ e Bradesco.
Depois da CSN, Maria Silvia foi sócia da MS & CR2 Finanças Corporativas, foi presidente da Icatu Seguros, entre 2007 e 2011, e da Empresa Olímpica Municipal, entre 2011 e 2014. Ao longo desse tempo, também participou de diversos conselhos de administração. Entre as companhia que já a tiveram como conselheira estão Light, Arcelor Brasil, Embratel, Anglo American, Petrobras, BR Distribuidora e Estácio Participações.
A saída do comando da Empresa Olímpica não significou o afastamento do projeto dos Jogos de 2016, já que desde então ela trabalha como assessora especial da prefeitura para as Olimpíadas.
Em meio às críticas sobre a ausência de mulheres no primeiro escalão, o presidente interino Michel Temer convidou ontem a economista Maria Silvia Bastos Marques para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Maria Sílvia, que foi presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), comandará toda área de financiamento de investimentos produtivos do governo. No novo desenho do governo interino, o BNDES está vinculado ao Ministério do Planejamento.
O Valor apurou que Maria Silvia foi indicada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), de quem Temer é próximo. Maria Silvia já foi diretora do BNDES e, comandou a secretaria de Finanças da Prefeitura do Rio de Janeiro e, recentemente, era assessora especial da Prefeitura do Rio para reforçar a organização dos Jogos Olímpicos.
Todos os bancos públicos ficarão sob a tutela do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e deverão seguir suas diretrizes, segundo confirmou ao Valor uma fonte do Planalto. Para a presidência da Caixa Econômica Federal, o PP já indicou o exministro da Integração Nacional Gilberto Occhi, que é funcionário de carreira da instituição e foi vicepresidente do banco. Occhi disse ao Valor, na sextafeira, que vai se reunir nesta semana com Meirelles, mas seu nome não foi confirmado oficialmente pelo Planalto, como se fez ontem com o de Maria Silvia.
Temer ainda busca nomes para o comando do Banco do Brasil e das estatais, como Petrobras e Eletrobras. No esforço de recrutar mulheres para o time de Temer, o ministrochefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, convocou a atual secretáriaexecutiva do Ministério dos Transportes, Natália Marcassa, para comandar a Subchefia de Monitoramento e Articulação do ministério.
Ao lado de Marcassa, o expresidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Marcelo Guaranys assumirá a Subchefia de Assuntos Governamentais. Michel Temer também relembrou em entrevista recente que sua chefe de gabinete e uma das auxiliares de sua maior confiança, que o acompanha há anos, é uma mulher, Nara de Deus Vieira.
Maria Silvia nasceu em dezembro de 1956, na cidade de Bom Jesus do Itabapoana, norte do Estado do Rio. Obteve diploma de Administração Pública e de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em 1979, onde também fez o mestrado e o doutorado em economia. O sonho era seguir a vida acadêmica, mas acabou sendo convidada por Antonio Kandir para a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda do governo Fernando Collor, onde participou das renegociações da dívida externa brasileira.
Comandar o BNDES significará a volta de Maria Silvia para as raízes de sua entrada na vida pública. Ela será a primeira mulher a presidir o banco de fomento e voltará à casa para onde foi ao deixar o ministério. Na instituição financeira, foi assessora especial para assuntos de desestatização e diretora das áreas financeira e internacional e de planejamento.
Ao deixar a instituição de onde pediu demissão depois do impeachment de Collor , Maria Silvia foi secretária de Fazenda do município do Rio de Janeiro no primeiro mandato de César Maia, entre 1993 e 1996. Na época, ganhou a alcunha de "Mulher de 1 bilhão de dólares" por ter deixado o caixa da prefeitura com esse volume de recursos ao fim de sua gestão. Foi durante a sua passagem pela Fazenda municipal que a Prefeitura do Rio teve o rating de "investment grade" concedido pelas agências de classificação de risco, depois do lançamento de bônus no exterior.
O passo seguinte na carreira fez Maria Silvia se transformar na "Mulher de Aço". Entrou em 1996 para a CSN, onde ficou por seis anos, sendo três na presidência. Foi essencial para reestruturar a siderúrgica, que havia recémsaído do processo de privatização. Esteve à frente da empresa quando a companhia comprou a distribuidora de energia Light e também passou pelo processo de descruzamento das participações entre CSN e Vale, quando a siderúrgica vendeu sua participação na mineradora para Previ e Bradesco.
Depois da CSN, Maria Silvia foi sócia da MS & CR2 Finanças Corporativas, foi presidente da Icatu Seguros, entre 2007 e 2011, e da Empresa Olímpica Municipal, entre 2011 e 2014. Ao longo desse tempo, também participou de diversos conselhos de administração. Entre as companhia que já a tiveram como conselheira estão Light, Arcelor Brasil, Embratel, Anglo American, Petrobras, BR Distribuidora e Estácio Participações.
A saída do comando da Empresa Olímpica não significou o afastamento do projeto dos Jogos de 2016, já que desde então ela trabalha como assessora especial da prefeitura para as Olimpíadas.