Produtores aguardam as primeiras chuvas para iniciar o manejo do solo
A região de atuação dos produtores de amendoim que fazem parte do projeto da Copercana pode ser dividida em duas, tendo como base os pontos de entrega da safra, ou seja, uma de Sertãozinho e a outra de Herculândia.
Como as duas unidades ficam cerca de 300 km de distância, sem calcular que as lavouras em si podem ser encontradas tanto na divisa do Paraná como no estado de Goiás, o comportamento climático, que determina o ritmo da safra, é bastante variado.
Dessa forma, os produtores de Herculândia, que tradicionalmente recebem as primeiras chuvas antecipadamente, iniciaram o plantio por volta da metade de setembro, enquanto que antes do dia 25 era difícil para os agricultores de Sertãozinho conseguirem fazer sequer o preparo de solo, pois ainda eram castigados pela forte estiagem.
O cooperado Wilson Mário de Almeida, que cultiva 300 alqueires pelo projeto em Barretos, disse que as operações de aragem e aplicação de calcário estão atrasadas, que até o dia 25 de setembro só tinha conseguido fazer uma gradagem em algumas áreas.
“Do jeito que o solo está seco, preparar agora é jogar dinheiro fora”, disse Almeida, que mesmo vindo de uma safra desafiadora, onde viu sua expectativa de colher acima das 500 sacas por alqueire fechar em 430, não desanimou e fez um grande investimento pensando em sua estrutura de aplicação através da compra de um autopropelido.
Já o produtor de Pitangueiras, Silvio Martins, que trabalha numa lavoura de 90 alqueires em parceria com a Copercana, executou mesmo no seco em cerca de 40% da área os manejos de preparo, porém para isso relata que teve que exigir mais dos tratores e implementos o que gerou uma elevação de 30% no custo.
“Tive muita quebra de parafuso, ponteiras, de peças dos tratores, gastos dos discos, mas não tive outra alternativa, tenho que adiantar, pois não consigo esperar pela chuva e fazer tudo de uma vez”, contou Martins.
No dia 26 de setembro, a primeira chuva chegou em volumes interessantes em algumas cidades com lavoura de amendoim parceira da Copercana (50 mm em Bebedouro, 30 mm em Cravinhos, 20 mm em Pitangueiras, 30 mm em Pontal, 40 mm em Ribeirão Preto, 30 mm em Serrana, 50 mm em Sertãozinho e 35 mm em Terra Roxa), dando condições para os produtores pelo menos iniciarem os trabalhos.
O produtor Wilson Mário de Almeida, ao lado do pai, Antonio Aparecido de Almeida e o agrônomo do projeto, Edgard Matrangolo Júnior |
O produtor Silvio Martins de Pitangueiras ao lado do agrônomo do projeto, Edgard Matrangolo Júnior |