“Nos próximos anos as grandes empresas europeias estarão participando do mercado brasileiro”

09/02/2017 Cana-de-Açúcar POR: Fernanda Clariano, Revista Canavieiros, edição 127
O agronegócio brasileiro é destaque mundial por sua excelência e competitividade, mesmo com os desafios enfrentados porteira afora. Para falar um pouco sobre o que foi o agro no ano passado e as expectativas para 2017, o engenheiro agrônomo formado pela Esalq/USP e presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, Caio, como é conhecido, falou com a Revista Canavieiros. Confira a entrevista onde o especialista em agronegócio também comentou sobre a polêmica em que a escola de samba carioca, Imperatriz Leopoldinense, vem causando ao discriminar os produtores rurais.
Revista Canavieiros: Em 2016 o PIB (Produto Interno Bruto) caiu 3,5%, a inflação chegou a 6,40%, os juros a 13,75% e o desemprego a 11,9%, mas o agronegócio continuou atendendo às demandas do Brasil e do mundo. Quais são as expectativas para este ano que se inicia? 
Caio Carvalho: Será um ano muito difícil, pois o rombo deixado pelo governo Dilma é assustador e requer ações de arrumação para depois delas o Brasil voltar a crescer. O PIB (Produto Interno Bruto) deverá crescer algo ao redor de 0,5%, com a inflação caindo para perto do centro da meta de 4,5%; os juros virão caindo mais rapidamente para algo como 10 a 11%; o desemprego demorará mais, mas pode ficar em um dígito e o agronegócio seguirá carregando o andor desse país sofrido. 
Revista Canavieiros: As boas expectativas podem gerar novos empregos? Caio Carvalho: Acho que mais para 2018, quando teremos crescimento de 4%. 
Revista Canavieiros: O Brasil é um grande produtor de açúcar, exporta dois terços da produção (do produto). Quais seriam os possíveis impactos no mercado de exportação? 
Caio Carvalho: Como seguirá o deficit global de açúcar, o Brasil terá a chance de exportar talvez o mesmo volume que a safra 2016/2017 brasileira, mas com preços médios melhores. 
Revista Canavieiros: Como começa o ano em relação entre estoque e consumo? 
Caio Carvalho: Na média histórica, mas sem perspectivas de expansão importante.
Revista Canavieiros: A partir de outubro deste ano serão abolidas as cotas que restringem as vendas de açúcar de beterraba e de isoglucose no mercado interno da União Europeia. O que essa mudança deve implicar ou favorecer para os produtores brasileiros? 
Caio Carvalho: Em primeiro lugar é uma mudança não testada, ou seja, não se sabe do seu resultado a médio prazo para os açucareiros europeus. No curto prazo deverão aumentar a oferta, pois são competitivos a US$ 20 c/lb (nº 11, NY). Nos próximos anos as grandes empresas europeias estarão participando do mercado brasileiro. 
Revista Canavieiros: A UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) disse no fim de novembro que a moagem na safra 2016/2017 poderá ficar aquém do limite inferior de 605 milhões de toneladas estimado pela associação em abril. Como o senhor vê isso? 
Caio Carvalho: Perto do final da safra é uma coisa mais clara. Isso é função de uma série de variáveis negativas ocorridas em 2015 e 2016. 
Revista Canavieiros: Em relação ao Governo, o senhor acredita que os produtores terão mais respaldo este ano? 
Caio Carvalho: É a grande aposta que se faz no Ministério das Minas e Energia, que sabe da importância do etanol e da bioeletricidade. 
Revista Canavieiros: Diante de tantas contribuições do agronegócio para o Brasil, como o senhor vê a atitude da escola de samba carioca Imperatriz Leopoldinense no Carnaval de 2017, com um enredo que homenageia o indígena, colocando o produtor rural como seu algoz e levando uma ala para a avenida denominada “Fazendeiros e os seus agrotóxicos”? 
Caio Carvalho: Uma visão atrasada, sem o conhecimento da realidade do país. O Brasil não vive de espasmos, muito menos de utopias. O Brasil vive a realidade, esquecida no meio muito urbano ou ideológico. 
O agronegócio brasileiro é destaque mundial por sua excelência e competitividade, mesmo com os desafios enfrentados porteira afora. Para falar um pouco sobre o que foi o agro no ano passado e as expectativas para 2017, o engenheiro agrônomo formado pela Esalq/USP e presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, Caio, como é conhecido, falou com a Revista Canavieiros. Confira a entrevista onde o especialista em agronegócio também comentou sobre a polêmica em que a escola de samba carioca, Imperatriz Leopoldinense, vem causando ao discriminar os produtores rurais.
Revista Canavieiros: Em 2016 o PIB (Produto Interno Bruto) caiu 3,5%, a inflação chegou a 6,40%, os juros a 13,75% e o desemprego a 11,9%, mas o agronegócio continuou atendendo às demandas do Brasil e do mundo. Quais são as expectativas para este ano que se inicia? 
Caio Carvalho: Será um ano muito difícil, pois o rombo deixado pelo governo Dilma é assustador e requer ações de arrumação para depois delas o Brasil voltar a crescer. O PIB (Produto Interno Bruto) deverá crescer algo ao redor de 0,5%, com a inflação caindo para perto do centro da meta de 4,5%; os juros virão caindo mais rapidamente para algo como 10 a 11%; o desemprego demorará mais, mas pode ficar em um dígito e o agronegócio seguirá carregando o andor desse país sofrido. 
Revista Canavieiros: As boas expectativas podem gerar novos empregos?
Caio Carvalho: Acho que mais para 2018, quando teremos crescimento de 4%. 

Revista Canavieiros: O Brasil é um grande produtor de açúcar, exporta dois terços da produção (do produto). Quais seriam os possíveis impactos no mercado de exportação? 
Caio Carvalho: Como seguirá o deficit global de açúcar, o Brasil terá a chance de exportar talvez o mesmo volume que a safra 2016/2017 brasileira, mas com preços médios melhores. 
Revista Canavieiros: Como começa o ano em relação entre estoque e consumo? 
Caio Carvalho: Na média histórica, mas sem perspectivas de expansão importante.

Revista Canavieiros: A partir de outubro deste ano serão abolidas as cotas que restringem as vendas de açúcar de beterraba e de isoglucose no mercado interno da União Europeia. O que essa mudança deve implicar ou favorecer para os produtores brasileiros? 
Caio Carvalho: Em primeiro lugar é uma mudança não testada, ou seja, não se sabe do seu resultado a médio prazo para os açucareiros europeus. No curto prazo deverão aumentar a oferta, pois são competitivos a US$ 20 c/lb (nº 11, NY). Nos próximos anos as grandes empresas europeias estarão participando do mercado brasileiro. 

Revista Canavieiros: A UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) disse no fim de novembro que a moagem na safra 2016/2017 poderá ficar aquém do limite inferior de 605 milhões de toneladas estimado pela associação em abril. Como o senhor vê isso? 
Caio Carvalho: Perto do final da safra é uma coisa mais clara. Isso é função de uma série de variáveis negativas ocorridas em 2015 e 2016. 

Revista Canavieiros: Em relação ao Governo, o senhor acredita que os produtores terão mais respaldo este ano? 
Caio Carvalho: É a grande aposta que se faz no Ministério das Minas e Energia, que sabe da importância do etanol e da bioeletricidade. 

Revista Canavieiros: Diante de tantas contribuições do agronegócio para o Brasil, como o senhor vê a atitude da escola de samba carioca Imperatriz Leopoldinense no Carnaval de 2017, com um enredo que homenageia o indígena, colocando o produtor rural como seu algoz e levando uma ala para a avenida denominada “Fazendeiros e os seus agrotóxicos”? 
Caio Carvalho: Uma visão atrasada, sem o conhecimento da realidade do país. O Brasil não vive de espasmos, muito menos de utopias. O Brasil vive a realidade, esquecida no meio muito urbano ou ideológico.