As adversidades climáticas que prejudicaram a colheita de soja em regiões do Brasil e ainda afetam os trabalhos na Argentina levaram o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a reduzir suas estimativas para a produção global do grão nesta safra 2015/16.
Nesse contexto, o órgão reduziu sua projeção para os estoques finais no mundo, elevou a previsão para as exportações dos EUA na temporada e baixou a conta para os estoques finais naquele país, uma conjunção que abriu espaço para a disparada dos preços da commodity na bolsa de Chicago. Os contratos com vencimento em julho subiram 5,6% e fecharam a US$ 10,84 por bushel.
Conforme levantamento divulgado ontem, o USDA passou a estimar a produção argentina em 2015/16 em 56,5 milhões de toneladas, 2,5 milhões a menos que o previsto em abril e volume 8% inferior ao de 2014/15. Já a colheita brasileira agora está estimada em 99 milhões de toneladas 1 milhão a menos que o projetado em abril, mas ainda 1,9% acima do total do ciclo passado e 2 milhões de toneladas a mais que o estimado pela Conab (ver acima).
A partir dessas correções, o USDA diminuiu sua previsão para os estoques finais de soja em 2015/16 para 74,25 milhões de toneladas, quase 4,8 milhões a menos que o estimado em abril. O órgão não alterou as projeções para as exportações de Argentina e Brasil em 2015/16 11,4 milhões e 59,5 milhões de toneladas, respectivamente , mas elevou em quase 1 milhão de toneladas a previsão para os embarques dos EUA (47,36 milhões). Com isso, os estoques finais americanos caíram para 10,89 milhões de toneladas, 710 mil a menos que o projetado em abril.
Diante de tantas mudanças relevantes para o cenário de curto prazo, as primeiras estimativas do USDA para a safra 2016/17 de soja, que está em fase de plantio no Hemisfério Norte, foram apenas a "cereja do bolo" altista cozinhado em Chicago ontem. O quadro divulgado aponta para aumentos de 2,6% da produção global e de 4,3% da demanda e, por conseguinte, sinaliza queda de 8,1% nos estoques finais mundiais. Dessa forma, em 2016/17 esses estoques deverão representar 20,8% da demanda total, menos que em 2015/16 (23,3%) e que em 2014/15 (25,9%).
Conforme o USDA, nos EUA a produção de soja em 2016/17 será 3,3% menor (103,42 milhões de toneladas), a demanda será 1,5% maior (55,53 milhões), as exportações crescerão 8,3% (51,3 milhões) e os estoques finais cairão 23,9% (8,29 milhões).
Para o Brasil, o órgão prevê que a produção em 2016/17 será 4% maior que em 2015/16 (103 milhões), que a demanda doméstica ficará estável (43,1 milhões), e que as exportações vão subir 1,2% (60,2 milhões). No caso da Argentina, o USDA estima para 2016/17 aumento de 0,9% da produção (57 milhões) e queda de 6,6% das exportações (10,65 milhões). Maior país importador de soja do planeta, a China deve comprar no exterior 87 milhões de toneladas em 2016/17, 4 milhões a mais que em 2015/16.
Como na soja, as primeiras projeções do USDA para o milho no mundo em 2016/17 foram ofuscadas pela revisão dos números para a temporada atual, que também ajudaram a sustentar as cotações em Chicago. Os papéis com vencimento em julho subiram 3,3% e encerraram a sessão de ontem a US$ 3,81 por bushel.
O órgão americano cortou em 3 milhões de toneladas a previsão para a produção brasileira neste ciclo 2015/16, para 81 milhões acima das 80 milhões de toneladas previstas agora pela Conab. O USDA também reduziu sua expectativa para a colheita na Argentina, de 28 milhões para 27 milhões de toneladas, o que adicionou tensão ao mercado. Diante de uma oferta mais restrita na América do Sul, o USDA diminuiu sua previsão para as exportações de milho do Brasil e da Argentina.
Para a safra global 2016/17, as novas projeções do USDA são, de modo geral, baixistas. A perspectiva é de uma produção global de 1,011 bilhão de toneladas, 4,3% acima de 2015/16. Do total, 366,54 milhões de toneladas devem vir dos EUA, expressiva alta de 6% sobre o ciclo ainda vigente. Os estoques finais mundiais devem ficar em patamar muito semelhante ao de 2015/16, em torno de 207,04 milhões de toneladas.
Para o Brasil, o USDA estima uma colheita de 82 milhões de toneladas no ciclo 2016/17, pouco acima da safra atual. No caso da Argentina, o salto deve ser bem maior, sob o impulso da retirada das taxas de exportação do milho no país: 34 milhões.
Assim, EUA e Brasil tendem a perder mercado para os argentinos. A China, segundo maior produtor global de milho, deve colher 218 milhões de toneladas em 2016/17. Para o mercado de trigo, os ajustes do USDA para 2015/16 e as primeiras estimativas para 2016/17 trouxeram menos emoções. Mas, de carona com soja e milho, os preços subiram em Chicago. Mas bem menos.
As adversidades climáticas que prejudicaram a colheita de soja em regiões do Brasil e ainda afetam os trabalhos na Argentina levaram o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a reduzir suas estimativas para a produção global do grão nesta safra 2015/16.
Nesse contexto, o órgão reduziu sua projeção para os estoques finais no mundo, elevou a previsão para as exportações dos EUA na temporada e baixou a conta para os estoques finais naquele país, uma conjunção que abriu espaço para a disparada dos preços da commodity na bolsa de Chicago. Os contratos com vencimento em julho subiram 5,6% e fecharam a US$ 10,84 por bushel.
Conforme levantamento divulgado ontem, o USDA passou a estimar a produção argentina em 2015/16 em 56,5 milhões de toneladas, 2,5 milhões a menos que o previsto em abril e volume 8% inferior ao de 2014/15. Já a colheita brasileira agora está estimada em 99 milhões de toneladas 1 milhão a menos que o projetado em abril, mas ainda 1,9% acima do total do ciclo passado e 2 milhões de toneladas a mais que o estimado pela Conab (ver acima).
A partir dessas correções, o USDA diminuiu sua previsão para os estoques finais de soja em 2015/16 para 74,25 milhões de toneladas, quase 4,8 milhões a menos que o estimado em abril. O órgão não alterou as projeções para as exportações de Argentina e Brasil em 2015/16 11,4 milhões e 59,5 milhões de toneladas, respectivamente , mas elevou em quase 1 milhão de toneladas a previsão para os embarques dos EUA (47,36 milhões). Com isso, os estoques finais americanos caíram para 10,89 milhões de toneladas, 710 mil a menos que o projetado em abril.
Diante de tantas mudanças relevantes para o cenário de curto prazo, as primeiras estimativas do USDA para a safra 2016/17 de soja, que está em fase de plantio no Hemisfério Norte, foram apenas a "cereja do bolo" altista cozinhado em Chicago ontem. O quadro divulgado aponta para aumentos de 2,6% da produção global e de 4,3% da demanda e, por conseguinte, sinaliza queda de 8,1% nos estoques finais mundiais. Dessa forma, em 2016/17 esses estoques deverão representar 20,8% da demanda total, menos que em 2015/16 (23,3%) e que em 2014/15 (25,9%).
Conforme o USDA, nos EUA a produção de soja em 2016/17 será 3,3% menor (103,42 milhões de toneladas), a demanda será 1,5% maior (55,53 milhões), as exportações crescerão 8,3% (51,3 milhões) e os estoques finais cairão 23,9% (8,29 milhões).
Para o Brasil, o órgão prevê que a produção em 2016/17 será 4% maior que em 2015/16 (103 milhões), que a demanda doméstica ficará estável (43,1 milhões), e que as exportações vão subir 1,2% (60,2 milhões). No caso da Argentina, o USDA estima para 2016/17 aumento de 0,9% da produção (57 milhões) e queda de 6,6% das exportações (10,65 milhões). Maior país importador de soja do planeta, a China deve comprar no exterior 87 milhões de toneladas em 2016/17, 4 milhões a mais que em 2015/16.
Como na soja, as primeiras projeções do USDA para o milho no mundo em 2016/17 foram ofuscadas pela revisão dos números para a temporada atual, que também ajudaram a sustentar as cotações em Chicago. Os papéis com vencimento em julho subiram 3,3% e encerraram a sessão de ontem a US$ 3,81 por bushel.
O órgão americano cortou em 3 milhões de toneladas a previsão para a produção brasileira neste ciclo 2015/16, para 81 milhões acima das 80 milhões de toneladas previstas agora pela Conab. O USDA também reduziu sua expectativa para a colheita na Argentina, de 28 milhões para 27 milhões de toneladas, o que adicionou tensão ao mercado. Diante de uma oferta mais restrita na América do Sul, o USDA diminuiu sua previsão para as exportações de milho do Brasil e da Argentina.
Para a safra global 2016/17, as novas projeções do USDA são, de modo geral, baixistas. A perspectiva é de uma produção global de 1,011 bilhão de toneladas, 4,3% acima de 2015/16. Do total, 366,54 milhões de toneladas devem vir dos EUA, expressiva alta de 6% sobre o ciclo ainda vigente. Os estoques finais mundiais devem ficar em patamar muito semelhante ao de 2015/16, em torno de 207,04 milhões de toneladas.
Para o Brasil, o USDA estima uma colheita de 82 milhões de toneladas no ciclo 2016/17, pouco acima da safra atual. No caso da Argentina, o salto deve ser bem maior, sob o impulso da retirada das taxas de exportação do milho no país: 34 milhões.
Assim, EUA e Brasil tendem a perder mercado para os argentinos. A China, segundo maior produtor global de milho, deve colher 218 milhões de toneladas em 2016/17. Para o mercado de trigo, os ajustes do USDA para 2015/16 e as primeiras estimativas para 2016/17 trouxeram menos emoções. Mas, de carona com soja e milho, os preços subiram em Chicago. Mas bem menos.