Manejo de adubação fosfatada e potássica evidenciam o potencial produtivo da cultura
Com o apoio da Basf, a última apresentação do segundo dia de programação, de acordo com a agenda de lives, foi sobre a adubação fosfatada e potássica em amendoim.
Mariana Sanches Feltrin, responsável pela área de desenvolvimento de mercado do amendoim, e Eseron Granemann, engenheiro-agrônomo e representante de vendas, ambos da Basf, comentaram sobre as soluções que a empresa tem para o cultivo de amendoim e voltadas para o controle de pragas, doenças, plantas daninhas e tecnologias para o tratamento de sementes.
"Nessa safra, o amendoim teve uma grande expressividade em exportação. Saímos de 20% para 60% de exportação. Esse mercado tem uma exigência muito grande com o padrão do grão comercializado e por isso a necessidade de utilização desses produtos", explicou Mariana.
Um dos destaques é o Standak Top para o tratamento de sementes. O produto proporciona uma excelente germinação, implicando em um desenvolvimento importante da lavoura e resultando em produtividade.
Assim como em outras culturas, o amendoim também está sujeito ao ataque de plantas daninhas, podendo ocorrer infestações tanto de folha larga quanto de folha estreita e, ainda, o cenário misto, que compreende os dois tipos de daninhas.
Nesse caso, a empresa tem soluções importantes e que se diferenciam para cada tipo de cenário. O Plateau é uma ferramenta direcionada para as plantas daninhas de folha larga, como a tiririca, por exemplo. Quando bem utilizado, respeitando as recomendações técnicas, traz um efeito residual interessante para o produtor. É também uma boa opção para os cultivos subsequentes como a cana-de-açúcar.
Entre os fungicidas da Basf posicionados para o cultivo do amendoim estão o Opera, Orkestra, Ativum e Abacus. Eles propiciam sanidade às plantas, importante para o desenvolvimento da área foliar, para assim atingir crescimento e produtividade.
Já o Pirate é um inseticida com amplo espectro de controle de pragas, incluindo o complexo de lagartas e ácaros.
Granemman salientou ainda que os produtos da Basf foram oferecidos com ótimas condições durante o período da feira: "O momento para esse investimento é oportuno diante da boa campanha junto à Copercana".
Em seguida, o prof. dr. Carlos Alexandre Crusciol, da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp de Botucatu, abordou o manejo da adubação fosfatada e potássica na cultura do amendoim.
Potencial ainda não aproveitado
Crusciol iniciou sua apresentação dizendo que há materiais com elevado potencial produtivo, mas os agricultores têm o explorado muito pouco. "Eles utilizam muito bem a rusticidade desses materiais, mas investem pouco em adubação e em uma cultura que é extremamente rentável e excelente opção para a rotação de cultura", analisou.
A característica dos materiais trabalhados atualmente é oleica e os grãos são destinados à indústria alimentícia. O professor explica que, em muitos casos, o agricultor entra na produção de amendoim em áreas de reforma de canavial que estão desgastadas e com baixos teores de nutrientes, o que limita o seu potencial produtivo.
"Para atingirmos os potenciais produtivos desses cultivares de forma economicamente viável é preciso lembrar do equilíbrio dos nutrientes. Muitas vezes o agricultor faz a calagem e gessagem, mas não faz a adubação em temos de fósforo e potássio", frisa Crusciol.
Ao considerar os materiais Runner 886, IAC 505 e OL3, observa-se que quando há uma adequada oferta de nutrientes no solo, eles absorvem uma quantidade considerável de fósforo.
As plantas absorvem o nutriente por até 90 dias, quando ainda têm uma taxa relativamente elevada de absorção, ou seja, absorve o fósforo desde o início do ciclo. A partir de 90 dias, a planta começa a translocar o nutriente para o enchimento de grãos.
"A planta tem uma grande demanda por fósforo e, em razão disso, ao ofertarmos esses nutrientes e colocar à disposição da planta, ela pode manifestar o seu potencial genético", explica Crusciol, ao dizer que o mesmo acontece com o potássio.
O professor comentou sobre um estudo que tem como proposta mostrar em que situação há a resposta ao fósforo e em que situação o agricultor irá observar a resposta ao potássio.
Foram trabalhados 0, 40, 80, 120 e 160 kg de P2O5 e até 160 kg de K2O nos materiais OL3 e 503 em áreas de Taquaritinga, Barretos, Monte Azul Paulista e Sertãozinho.
Na região de Barretos foi observado que à medida que se aumentou a dose de fósforo no solo com baixo teor do nutriente, ocorreu uma resposta no peso de semente, aumentando em 10g. Aumentou também o número de vagens por planta, chegando a 21. "Numa área com baixíssimo teor de fósforo, houve uma resposta quase linear em doses de até 160 kg. No cultivar 503, saímos de 97 sacas por hectare e chegamos a 153, um aumento de 37%. No OL3, saímos de 82 sacas e fomos para 142 sacas, um acréscimo de 40%", contabilizou o professor.
Em solos com teores médios de fósforo (Taquaritinga) a planta respondeu menos no peso de semente, aumentando 2g para cada 100 sementes e também não alterou no número de vagens. A resposta ocorreu até 120 Kg de P2O5, saindo de 174 sacas para 232 sacas por hectare no 503, enquanto que no OL3 saiu de 184 sacas para 210 sacas por hectare, uma média de 18% de resposta.
Na área com alto teor de fósforo, não houve alteração no peso de semente, mas uma pequena queda no número de vagens, pois o fósforo interfere na absorção de alguns nutrientes, principalmente zinco. Nessa área, a planta não respondeu a aplicação de fósforo.
Ao olhar para o potássio, numa área com baixo teor do nutriente, à medida que se aumentou a dose de potássio, elevaram-se o peso da semente e o número de vagens em doses de K2O até 160 kg. No caso da cultivar 503, a resposta foi de 184 sacas de amendoim para 262 sacas por hectare, e no OL3, saiu de 204 para 287 sacas por hectare, mostrando que existe diferença de comportamento entre os cultivares, mas também uma resposta de 30% de aumento de produtividade.
Em áreas com teores médios de potássio, ocorreu resposta com aumento de peso de semente e do número de vagens com 120 kg de K2O. O 503 saiu de 118 sacas e foi para 170 sacas por hectare. Houve um problema fitossanitário nessa área, mas a planta ainda respondeu. Nesse caso, o agricultor colheu o amendoim 20 dias antes do ciclo e a resposta poderia ter sido maior. No OL3, saiu de 194 sacas para 257 sacas de amendoim por hectare, uma média de 28% de resposta à adubação potássica.
Já em áreas com elevado teor de potássio, não existe resposta e efeito na massa de semente, mas uma pequena resposta no número de vagens. Como já tem potássio de sobra, outro nutriente pode limitar a produtividade. Na média de 200 sacas chegou-se a 210, confirmando a hipótese de que em áreas com alto teor de potássio a planta não responde, assim como em áreas com alto teor de fósforo os materiais também não respondem.
"Há uma quebra de paradigma em o agricultor achar que o amendoim produz bem em qualquer situação, deixando de explorar o potencial de materiais que podem produzir acima de sete mil quilos, chegando a nove mil quilos de vagens por hectare, o que representam até 900 sacas de amendoim por alqueire", concluiu Crusciol.