Unidade de Eldorado, localizada no Mato Grosso do Sul, grupo levou desenvolvimento para o interior do MS, São Paulo e Goiás
Mudança no comando indica estabilidade e principalmente investimentos na segunda maior produtora de etanol do país
Na tarde desta segunda-feira (4), o mundo canavieiro recebeu a informação de que o fundo americano Lone Star assinou um contrato de compra e venda de ações com o banco Natixis, fazendo dele o controlador da Atvos Agroindustrial, braço da Odebrecht na produção de açúcar e etanol, que enfrenta um processo de recuperação judicial.
Para assumir as rédeas do grupo, basta que a empresa baiana precisa entregue as chaves, movimentação a qual já foi notificada a fazer perante ação dos investidores ajuizada também hoje na 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de São Paulo.
Contudo, os atuais mandatários ainda podem demonstrar alguma resistência através de questionamentos na justiça, mas as informações indicam que o comando do barco deverá mudar mesmo, até porque uma reunião de apresentação do plano de recuperação está agendada para sexta-feira (8) e o fundo de investimento pretende até lá mostrar um plano com a injeção de dinheiro novo, principalmente para que ela consiga ficar de pé perante o terremoto no setor, causado pelo coronavírus.
A reportagem da Revista Canavieiros conversou com dois produtores de cana parceiros do grupo que foram unânimes em considerar positiva a entrada do Lone Star como controlador das usinas.
Um lembrou da responsabilidade socioambiental da Atvos para o país, “estamos falando do futuro da segunda maior produtora de etanol, que é um combustível limpo e renovável, do Brasil, fora a tragédia social que seria se ela interrompesse suas atividades para as populações que dependem dela tanto diretamente, como indiretamente, principalmente observando o desenvolvimento em diversas cidades que ela levou”, completa.
Ele ainda ressalta sobre a importância da entrada de recursos, “quanto mais profissionalizar a operação aliado a possibilidade em conseguir recursos para investimentos, melhor será sua eficiência produtiva, o que acarreta numa recuperação de caixa cada vez maior”.
O segundo produtor lembrou que o grupo já vem num processo importante de profissionalização, principalmente buscando aumentar sua rentabilidade rural através de um programa de repasse de áreas próprias para fornecedores diferenciados tecnicamente, o que com certeza foi um dos fatores que motivaram a ação dos norte-americanos.
“Essa ofensiva é a prova de que o grupo é muito viável, o seu posicionamento geográfico dá a ela alto potencial de crescimento com baixo investimento, isso porque o valor de arrendamento das terras está muito aquém com o que é praticado no estado de São Paulo. Por outro lado, é evidente que está faltando a ela capacidade em termos financeiros, e isso será a principal virtude da vinda do novo fundo”.