Um dos maiores produtores de alimento do mundo não pode deixar de vender para o país com o maior número de bocas, assim como o inverso também é verdadeiro. Por isso um rompimento na relação comercial só levaria miséria e sofrimento para os dois lados.
Em abril o agro respondeu por mais da metade de tudo que o Brasil exportou
Vem ano bom, vem ano ruim. Não importa se a economia nacional está crescendo ou vivemos uma depressão causada por alguma trapalhada política. Até mesmo uma pandemia causada por um desconhecido vírus não foi capaz de bloquear a prosperidade do agro nacional.
Prova disso são os recentes números de exportação divulgados, com um olhar macro, veio do campo a riqueza que respondeu por 55,8% de tudo que o Brasil vendeu no exterior em abril.
Desse montante, três categorias se destacaram por ter conseguido elevar preço e volume em relação a igual mês de 2019.
Foram eles: Carne bovina in natura, que variou positivamente 16% no preço (em dólares) e 3% em volume; Carne suína in natura, com 14% no preço e 17% no volume e o Açúcar bruto que se valorizou 7% no preço e cresceu 30% no volume.
A presença do adoçante vindo da cana nesse pódio pode significar um alento conjuntural na imensa quantidade de perspectivas negativas do setor, o primeiro é que o preço do açúcar no ano passado estava um pouco mais baixo, o que significa que, embora não esteja nos sonhados US$ 0,15 de janeiro, mostra uma evolução que se a pandemia não tiver uma grande onda deverá ganhar fôlego ao longo do ano.
Um outro destaque da balança comercial que por 5% na queda de seu valor em dólar não entrou no grupo relacionado acima é a Soja em grãos, isso porque o seu crescimento de volume no mês são de monstruosos 73%, fechando o mês com mais de 16 milhões de toneladas embarcadas.
Agora se considerar que a China é o principal parceiro comercial em 2020, respondendo por 31% das compras, e a soja o principal produto de exportação, logo se conclui que foram muitos navios cheios de grãos para a Ásia.
Soma-se a isso a perspectiva de que as empresas chinesas devem partir para uma estratégia de aumento do seu estoque de grãos para evitar o risco de problemas logísticos ocasionados por possíveis fechamentos de portos e, ainda, uma possível volta da greve comercial Sino-Americana que eleva os preços internacionais da soja e praticamente aponta para o Brasil como o seu principal comprador.
Assim, num breve resumo, dá para apontar para possíveis mercados bastante positivos para a soja, carnes (bovina e suínos) e açúcar. Fora outros setores que também crescem e mercados que estão sendo abertos pelo excelente trabalho da ministra Tereza Cristina.
Depois de mais essa evidência, negar que o Brasil é uma potência agro mundial é o mesmo que afirmar que a terra é plana ou que vacinas não existem.