Estratégias parecem ser as mais acertadas para enfrentamento da crise
Como uma bola de cristal faz falta dentro de uma usina, se tivessem tal ferramenta no início do ano, a grande maioria das unidades industriais do setor sucroenergético direcionariam sua estratégia comercial do ciclo que a pouco começou travando o preço do açúcar no mercado futuro, quando estavam na casa dos 14 centavos de dólar por libra-peso.
Já para o etanol, o futuro mostrou que a melhor saída seria se movimentar para conseguir ampliar a capacidade de armazenagem do produto de tal maneira que ele conseguisse atravessar as duas tempestades que surgiram nesse mercado, a queda na demanda e no preço da gasolina, e assim poder vislumbrar preços melhores no futuro.
Não sei se eles conseguem ler o futuro, mas foi mais ou menos esse posicionamento que a Raízen, maior grupo do setor, adotou em seus negócios. Conforme o presidente da Cosan, Luís Henrique Guimarães, disse na manhã de hoje em webinar dirigido para investidores, tanto brasileiros como internacionais.
Durante seu pronunciamento, ele revelou que fixou o preço de 80% do açúcar e 50% do etanol, e com isso a empresa vai conseguir carregar a outra parte do biocombustível fabricado nesse ano em seus tanques até que tempos melhores surjam nesse mercado.
O executivo explicou que embora no ano passado os valores hedgeados para o etanol, feitos através de operações financeiras no mercado futuro de gasolina, chegaram ao ponto de estarem abaixo dos patamares de suporte do mercado, eles mantiveram a prática como forma de proteção em caso de momentos de forte volatilização, o que não precisa ser nenhum gênio da lâmpada para adivinhar que a estratégia foi acertada e inclusive pode servir de exemplo para muitos outros players como uma forma de garantir preços mínimos de parte da produção.