O assunto do dia 26 de maio de 2020: Um novo mercado para o etanol

26/05/2020 Etanol POR: Marino Guerra

Em relatório da safra, o mercado de desinfecção e assepsia começa a surgir

No acompanhamento quinzenal da safra no Centro-Sul, com informações atualizadas até o dia 16 de maio, produzido e divulgado pela Unica, há uma informação importante no sentido de oportunidades para o setor.

O texto diz: “No mercado interno, chama atenção o crescimento acumulado nas vendas de etanol para fins não carburantes. O volume para outras finalidades atingiu 174,49 milhões de litros até 16 de maio deste ano, registrando crescimento de 87,17% na comparação com a quantidade vendida em igual período da última safra (93,22 milhões de litros)”.

O estudo é enfático ao apontar que o número é baixo, apenas 6% da comercialização das usinas, o que na conclusão, não compensa as quedas das vendas do etanol para fins de combustível.

Realmente se trata de um volume baixo, contudo a título de comparação, ele chega a muito próximo da produção do etanol de milho na primeira quinzena de maio, e 1/3 do montante.

Outro número que é baixo no total, mas é um forte indício da nova oportunidade, foi o aumento de exportação em abril de 1.822% nas exportações de etanol, tendo a Coréia do Sul como país responsável pelo aumento na embarcação.

Essas informações, ainda que tímidas, podem significar a chance do etanol entrar num mercado mundial que nem considerava no começo do ano, isso porque é compreensivo em se imaginar um mundo pós-coronavírus com protocolos de assepsia mais rígidos, sendo necessário mais produtos para os locais de saúde, bem como ser obrigado o seu fornecimento em ambientes comerciais.

É válido lembrar que até março as indústrias sucroenergéticas não podiam fabricar a modalidade para higiene do destilado, permissão que foi data em tempo recorde com a chegada da pandemia ao Brasil e a necessidade do álcool na graduação de 70%.

Para garantir essa oportunidade é preciso trabalhar politicamente para que ao final da crise as usinas não voltem a ter essa barreira, e também seja feito um trabalho intenso, principalmente no mercado externo, ligando o produto feito à partir da cana-de-açúcar com tudo que representa em termos ambientais.

E se concretizando essa tendência, que ainda é potencial, seria o desatar de nó mais belo para o segmento.