Aumento da moagem puxa ganho de produção mesmo com redução do mix
A Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar) divulgou o primeiro relatório quinzenal da safra 20/21 (referente a primeira metade de abril) e como já era esperado, ele traduz em números a situação delicada que passa em termos de mercado o etanol.
Começando pelo hidratado, foram produzidos no Centro-Sul 801,72 milhões de litros e vendidos 560,48 milhões, ou seja, 30% do total ficaram nos tanques das usinas. No comparativo de vendas no mesmo período do ano passado, a queda foi de 35%, assim a primeira conclusão é que somente em volume, tudo que ficou nos tanques, é a quantidade de liquidez que falta no mercado.
No anidro a produção foi muito mais baixa (180,14 milhões de litros), valor que ficou até mesmo abaixo do volume comercializado, que fechou a quinzena em 201,20 milhões de litros.
O cenário ainda se mostra aflito, mas observando que a moagem passou de 13,9 milhões de toneladas no ciclo 19/20 para 22,37 milhões, segunda melhor marca da história, só perdendo para a safra 16/17, a leitura é que mesmo num mix mais doce (evolução de mais de 15 pontos percentuais), virá muito etanol por aí.
A entidade finaliza o relatório informando que estrutura física para atravessar o período o setor tem (17 bilhões de litros), resta saber se virá de Brasília algum apoio monetário para se viabilizar a armazenagem do biocombustível, notícia que se não chegará com certeza transformará o cenário num verdadeiro colapso.
Tabela acima mostra o quanto a safra atual será forte em termos de quantidade e qualidade da matéria-prima