O avesso do avesso

06/04/2022 Noticias POR: MARINO GUERRA


Soja e amendoim mudam bruscamente de rumo em relação às perspectivas da época de plantio

 

O mundão de antigamente, quando até as guerras eram mensuráveis e previsíveis, não existe mais. A vida hoje é como um veleiro, que navega num oceano onde a direção dos ventos e correntes são influenciadas por forças, no mínimo, surrealistas. Quando se acha que está numa calmaria, numa velocidade de cruzeiro, vem uma força contrária e atinge a embarcação em cheio, com tamanha violência, que só para assimilar o golpe é exigido um esforço descomunal de toda equipe a bordo. Nem terminou uma devastadora pandemia, se inicia outra devastação numa guerra que até agora se busca entender os seus verdadeiros motivos. Além disso, se encerrou mais uma estação das águas com falta de chuvas desejáveis numa fazenda e súplicas pelo término de tempestades nunca imagináveis no vizinho. E tudo isso atingiu em cheio as duas principais culturas de verão desenvolvidas pelos cooperados da Copercana. O futuro que se desenhava quando as primeiras sementes se aconchegavam no solo, simplesmente desapareceu. Mas nem tudo foram trevas, aconteceram viradas positivas, como no caso da soja do sudoeste paulista. E mesmo a cegueira branca que se abateu sobre o mercado do amendoim, o avesso pode aparecer em questão de minutos (inclusive quando estiver lendo esse texto tudo já pode ter mudado). O único horizonte claro é o de que é impossível atravessar um mar bravo com um bote inflável, sendo fundamental a busca por um navio robusto, como o da Copercana.