O conceito de capricho
24/07/2019
Edições
POR: Revista Canavieiros
Por: Marino Guerra
No evento “Estação do Conhecimento” deste ano, dia de campo que aconteceu próximo a biofábrica da Syngenta, em Itápolis, a mensagem passada pela empresa foi para o produtor canavieiro ter mais capricho com sua operação ou, em outras palavras, maior atenção em todas as fases do ciclo da cultura.
Dessa maneira, para conseguir ter ganhos expressivos de produtividade, o agricultor precisa aliar conhecimento técnico agronômico com boas práticas de gestão e conhecimento da lavoura.
A parte agronômica foi exemplificada através de uma roda que, sem a interferência de nenhum agente externo, daria uma produtividade bem próxima do potencial natural da planta. No entanto, quando as influências começam a aparecer, os números da produção começam a cair.
No caso em questão, foi demonstrado que as pragas aéreas tiram pelo menos 4% da cana, enquanto que as doenças foliares outros quatro. A maior interferência no desenvolvimento da cultura é apontada para as plantas daninhas, com um índice de -11%; o segundo vilão são as pragas de solo (-9%), seguido por mudas ruins e fungos de solo com -7% cada.
Nessa brincadeira, sem a utilização de tecnologia defensiva nenhuma, o produtor já sairia perdendo 42% do potencial produtivo da cana. Vale lembrar que na conta não entraram as interferências climáticas (como falta de chuva) e também a questão de nutrição e adubação.
Partindo desse princípio, o canavieiro adiciona técnicas de gestão e conhecimento de sua área para executar um planejamento que contemple o combate aos atores de perdas citados anteriormente, relacionando o seu ambiente de produção, escolha pela variedade adequada e estratégia de maximização da maturação.
Neste raciocínio, segundo a Syngenta, o risco de problemas sérios com a produção diminui bastante. Contudo, vale lembrar que é preciso estar atento a todas as fases da cana, ou seja, pensar em mudas e consequentemente num viveiro sadio, ir além do inseticida e herbicida no sulco do plantio adotando também um fungicida de solo.
Na cana planta é preciso pensar no combate às daninhas sem esquecer do inseticida foliar desde o momento em que a planta desponta. Na soqueira, o cuidado deve ser parecido com as de primeiro corte, porém introduzindo a estratégia de maturação.
Lógico que todo esse “capricho” não sai barato, mas segundo o gerente comercial para cana-de-açúcar da multinacional, Fábio Alponti, “o retorno sobre o investimento aparecerá ao observar o número de colmos e o peso por hectare, o vigor, a longevidade e, principalmente, na quantidade de açúcar por tonelada de cana”.