Produtores que adotaram a meiosi contam suas experiências na formação da linha-mãe
Caminhão da Fazenda São José irriga as linhas-mães de meiosi plantadas em menos de 15 dias
A utilização da meiosi (método interocupacional simultâneo) como técnica de formação de um canavial ainda é um tema que gera bastante discussão, dúvidas e medos. Viabilizada após a implantação da marcação de linhas via GPS, ela ainda carrega o estigma, entre os fornecedores de cana, de ser muito complexa.
Assim, com o objetivo de entender o quanto essa fama é real, a Revista Canavieiros foi em três propriedades de fornecedores que encararam o desafio e, hoje, mais estabilizados no manejo, nem pensam em voltar atrás.
De todas as histórias, há algumas opiniões em comum e a principal delas é de que o manejo não é fácil, em especial no primeiro ano, quando erros inevitavelmente ocorrem. Porém, também foi ponto pacífico que a redução de custos e a sanidade do canavial pagam por todas as noites maldormidas, quando a linha-mãe ainda não pegou.
Na Fazenda Paineiras, propriedade da MRD Agropecuária, localizada em Pontal, a formação da primeira linha-mãe foi em 2013, sendo o primeiro fornecedor de cana do município a aderir a nova técnica, de forma que o processo hoje, embora ainda demande desafios constantes, já é melhor compreendido, trazendo valiosos aprendizados.
Já na Fazenda Bom Destino, de Batatais, 2020 foi apenas o segundo ano de formação das linhas-mãe, ou seja, a primeira colheita vinda do método só acontecerá em 2021, mas os números, através de uma estrutura de dados e adoção de sistema gerencial bem-feita, inviabilizam qualquer menção em retornar para a prática de plantio adotada anteriormente.
Fechando a coleção de experiências, a reportagem foi até Ribeirão Preto, no rumo de Serrana, na Fazenda São José, na qual a evolução da utilização da técnica está diretamente ligada ao ganho de eficiência na alocação de ferramentas relacionadas à agricultura de precisão.
Ao término da leitura das três reportagens, o produtor deverá se sentir mais confortável em pelo menos saber mais sobre o plantio, pois ao longo delas ele vai entender que assim como todos os outros manejos de qualquer prática agrícola, a meiosi não vem com uma regra fechada pronta, o que significa que sua adoção é perfeitamente maleável com a realidade de cada um, até para a opção de não se adotar, mas nunca por medo e sim por convicção.
Uma das maiores exigências da adoção da meiosi está no seu planejamento, evidente na imagem feita na Fazenda Bom Destino. O projeto de sistematização da área contemplou dois anos de plantio, fazendo com que a linha de corte seja simétrica entre os dois talhões
