Os resultados trimestrais das companhias abertas do setor sucroenergético, divulgados na semana passada, mostram que o setor começa a se recuperar, mas os números estão longe de apontar uma retomada geral e de longo prazo dos investimentos do setor de açúcar, etanol e bioenergia.
Grandes grupos, capitalizados ou com suporte de companhias internacionais, relataram lucros animadores após uma série de dados negativos, o que foi possível com a alta do dólar e dos preços do açúcar e do etanol. Parte dos lucros dessas companhias abertas também foi obtida com o corte de investimentos, sinal que o setor também colocou o pé no freio diante das incertezas internas e externas.
Maior grupo sucroalcooleiro do País, a Raízen Energia reduziu em 34% seu investimento no terceiro trimestre de 2015/2016, encerrado em dezembro, ante igual período do 2014/2015, para R$ 346,8 milhões. Os gastos em projetos da Raízen Energia caíram 40,1% entre os períodos, de R$ 132,2 milhões para R$ 79,3 milhões, com destaque para a redução de 52,6% no capex para cogeração.
As outras grandes companhias seguiram a mesma linha. A Tereos, por exemplo, enquanto ampliou em 20% os investimentos globais, para R$ 162 milhões no trimestre encerrado em dezembro, reduziu em R$ 9 milhões os gastos no Brasil sobre igual período de 2014. O Brasil responde por 55% dos investimentos da empresa e foi a única área na companhia de origem francesa a ter cortes.
Focada em reduzir o endividamento, a Biosev cortou em 4,8%, de R$ 717 milhões para R$ 682 milhões, investimentos nos nove meses da safra, mas aumentou de R$ 444 milhões para R$ 511 milhões os gastos em plantio e tratos nos canaviais, considerados o grande gargalo da sucroenergética. Já a São Martinho reduziu o capex em 5,1% entre os trimestres, para R$ 209,5 milhões.
A perspectiva para a próxima safra brasileira, a ser iniciada em abril, segue positiva, com déficit global nos estoques de açúcar, aumento anual na demanda de 3 milhões de toneladas e ainda com o etanol sustentado pelo preço agora alto da gasolina brasileira. Mas há um consenso entre analistas e representantes do setor que grande parte dos lucros obtidos seguirá para o caixa das companhias, sem grandes novos investimentos.
Com isso, a consolidação no setor, imaginada por alguns, pode até não vir no curto prazo, justamente por falta de empresas já consolidadas dispostas a crescer ainda mais. Investimentos em novas usinas para atender o cenário de futura alta na demanda são impensáveis. Restarão negócios no varejo como os já vistos recentemente: compras de grupos endividados e ainda não insolventes por empresas e fundos em busca de pechinchas.
Os resultados trimestrais das companhias abertas do setor sucroenergético, divulgados na semana passada, mostram que o setor começa a se recuperar, mas os números estão longe de apontar uma retomada geral e de longo prazo dos investimentos do setor de açúcar, etanol e bioenergia.
Grandes grupos, capitalizados ou com suporte de companhias internacionais, relataram lucros animadores após uma série de dados negativos, o que foi possível com a alta do dólar e dos preços do açúcar e do etanol. Parte dos lucros dessas companhias abertas também foi obtida com o corte de investimentos, sinal que o setor também colocou o pé no freio diante das incertezas internas e externas.
Maior grupo sucroalcooleiro do País, a Raízen Energia reduziu em 34% seu investimento no terceiro trimestre de 2015/2016, encerrado em dezembro, ante igual período do 2014/2015, para R$ 346,8 milhões. Os gastos em projetos da Raízen Energia caíram 40,1% entre os períodos, de R$ 132,2 milhões para R$ 79,3 milhões, com destaque para a redução de 52,6% no capex para cogeração.
As outras grandes companhias seguiram a mesma linha. A Tereos, por exemplo, enquanto ampliou em 20% os investimentos globais, para R$ 162 milhões no trimestre encerrado em dezembro, reduziu em R$ 9 milhões os gastos no Brasil sobre igual período de 2014. O Brasil responde por 55% dos investimentos da empresa e foi a única área na companhia de origem francesa a ter cortes.
Focada em reduzir o endividamento, a Biosev cortou em 4,8%, de R$ 717 milhões para R$ 682 milhões, investimentos nos nove meses da safra, mas aumentou de R$ 444 milhões para R$ 511 milhões os gastos em plantio e tratos nos canaviais, considerados o grande gargalo da sucroenergética. Já a São Martinho reduziu o capex em 5,1% entre os trimestres, para R$ 209,5 milhões.
A perspectiva para a próxima safra brasileira, a ser iniciada em abril, segue positiva, com déficit global nos estoques de açúcar, aumento anual na demanda de 3 milhões de toneladas e ainda com o etanol sustentado pelo preço agora alto da gasolina brasileira. Mas há um consenso entre analistas e representantes do setor que grande parte dos lucros obtidos seguirá para o caixa das companhias, sem grandes novos investimentos.
Com isso, a consolidação no setor, imaginada por alguns, pode até não vir no curto prazo, justamente por falta de empresas já consolidadas dispostas a crescer ainda mais. Investimentos em novas usinas para atender o cenário de futura alta na demanda são impensáveis. Restarão negócios no varejo como os já vistos recentemente: compras de grupos endividados e ainda não insolventes por empresas e fundos em busca de pechinchas.