Na última década, observamos o paradoxal desenvolvimento de tecnologias inovadoras em cereais, resultando em expressivo ganho de produtividade e rentabilidade nessas culturas. A comparação imediata com o nível de adoção tecnológica na cultura canavieira parece desleal nesse espaço de tempo. Por se tratar de uma cultura regional, o desenvolvimento de tecnologias por parte da iniciativa privada sempre nos pareceu, erroneamente, destinado a não ser uma prioridade na agenda.
Felizmente as aparências enganam e a percepção de que inovações em cana-de-açúcar não são prioritárias são tão equivocadas quanto a condução das políticas macroeconômicas atuais destinadas ao setor. A cultura da cana-de-açúcar no Brasil está passando por uma revolução silenciosa com a disponibilização de novas tecnologias específicas para esse cultivo. O portfólio de tecnologias desenvolvidas para a cultura nunca foi tão extenso, de alto impacto e inovador em sua concepção. Arrisco-me a afirmar que estamos à frente da maior mudança tecnológica que a cultura já viu desde a mecanização, movimento este que é capaz de interromper o nefasto ciclo de baixa produtividade responsável, em parte, pela desesperança observada no setor.
A força motriz da inovação não está nos laboratórios de pesquisa das empresas, muito menos nos corredores da capital federal. Ela está no dia a dia do agricultor, na usina em sua inexorável necessidade por matéria prima de qualidade, no acionista em seu monólogo de retorno sobre o capital empregado. A necessidade é a mãe da inovação e foi dessa necessidade da cadeia de valor canavieira que muitas das inovações recém-lançadas nasceram. Enfim, a inovação já se faz presente no campo e o que era futuro já se concretiza no presente.
Foco esse artigo em um tema que tem consumido boa parte dos esforços das empresas e institutos pioneiros em pesquisa. Os sistemas de propagação e plantio, especialmente por meio de mudas sadias pré-brotadas, que são capazes de habilitar o agricultor a retomar uma antiga prática há muito esquecida no setor: a construção de bons viveiros. O viveiro saudável e com boas variedades é a base de um canavial de alta rentabilidade. Porém, manejar viveiros requer planejamento varietal sério, equipe qualificada, equipamentos de ponta e cálculo de risco-retorno sobre o investimento para suportar o projeto. E sua construção não é algo trivial e não pode ser tratada como tal.
A boa notícia vem dos próprios agricultores que já adotaram uma nova gama tecnológica. O custo de formação do canavial é reduzido quanto maior a adoção tecnológica e maior o planejamento. Sim, esse é um tema de custo. Vale lembrar que o custo é uma função de decisões e não uma consequência geográfica do setor.
Vale um exemplo: um bom viveiro, planejado para ser construído com alguns meses de antecedência, formado a partir de mudas sadias de variedades nobres, adaptadas ao solo e ao clima do local, que utilize equipamentos específicos para o plantio de mudas de cana pré-brotadas, tratados com fungicidas, inseticidas e herbicidas de ponta, geo-referenciado e irrigado é capaz de prover em média 40% mais gemas viáveis para o plantio do canavial. A unidade de medida não é mais a mesma. Viveiros não produzem cana, produzem gemas viáveis. Qualquer semelhança com o índice de fertilidade de cereais não é mera coincidência. O plantio mecanizado requer cerca de 20 toneladas de cana por hectare e uma operação complexa que envolve frentes de trabalho extensas. Com mudas sadias, o mesmo cultivo, mais produtivo e de melhor qualidade, requer cerca de duas mudas por metro. Simples assim. A tecnologia liberou a agrícola para focar naquilo que ela faz de melhor, planejamento.
A matéria prima de qualidade é somente o passo inicial dessa revolução que inicia um ciclo de maior produtividade nas lavouras de cana. Uma nova classe de defensivos agrícolas, capaz de prover efeitos fisiológicos positivos cria o ambiente de produtividade elevada que vai além da proteção de cultivos. Novos fertilizantes e micronutrientes, específicos para as demandas da cultura, vão gradativamente construindo o cenário do canavial que produz mais de 120 toneladas ao ano, ano após ano, com elevados teores de Açúcar Total Recuperável (ATR). Além disso, a tecnologia também propiciou para que o agricultor identifique rapidamente pontos de baixa biomassa e de falhas de stand, sendo possível a correção que visa unicamente elevar a longevidade desse canavial. Que tal manter um canavial altamente produtivo por 6 ou 7 cortes e ainda constatar que ele pode ir além disso?
Não se trata de futuro, mas de tecnologias que já estão disponíveis e em uso pelos pioneiros do setor. A adoção gradativa dessas tecnologias, longe de ser um sonho, já nos é realidade e o principal fator que nos faz acreditar no futuro promissor que a cana de açúcar tem no Brasil.
Na última década, observamos o paradoxal desenvolvimento de tecnologias inovadoras em cereais, resultando em expressivo ganho de produtividade e rentabilidade nessas culturas. A comparação imediata com o nível de adoção tecnológica na cultura canavieira parece desleal nesse espaço de tempo. Por se tratar de uma cultura regional, o desenvolvimento de tecnologias por parte da iniciativa privada sempre nos pareceu, erroneamente, destinado a não ser uma prioridade na agenda.
Felizmente as aparências enganam e a percepção de que inovações em cana-de-açúcar não são prioritárias são tão equivocadas quanto a condução das políticas macroeconômicas atuais destinadas ao setor. A cultura da cana-de-açúcar no Brasil está passando por uma revolução silenciosa com a disponibilização de novas tecnologias específicas para esse cultivo. O portfólio de tecnologias desenvolvidas para a cultura nunca foi tão extenso, de alto impacto e inovador em sua concepção. Arrisco-me a afirmar que estamos à frente da maior mudança tecnológica que a cultura já viu desde a mecanização, movimento este que é capaz de interromper o nefasto ciclo de baixa produtividade responsável, em parte, pela desesperança observada no setor.
A força motriz da inovação não está nos laboratórios de pesquisa das empresas, muito menos nos corredores da capital federal. Ela está no dia a dia do agricultor, na usina em sua inexorável necessidade por matéria prima de qualidade, no acionista em seu monólogo de retorno sobre o capital empregado. A necessidade é a mãe da inovação e foi dessa necessidade da cadeia de valor canavieira que muitas das inovações recém-lançadas nasceram. Enfim, a inovação já se faz presente no campo e o que era futuro já se concretiza no presente.
Foco esse artigo em um tema que tem consumido boa parte dos esforços das empresas e institutos pioneiros em pesquisa. Os sistemas de propagação e plantio, especialmente por meio de mudas sadias pré-brotadas, que são capazes de habilitar o agricultor a retomar uma antiga prática há muito esquecida no setor: a construção de bons viveiros. O viveiro saudável e com boas variedades é a base de um canavial de alta rentabilidade. Porém, manejar viveiros requer planejamento varietal sério, equipe qualificada, equipamentos de ponta e cálculo de risco-retorno sobre o investimento para suportar o projeto. E sua construção não é algo trivial e não pode ser tratada como tal.
A boa notícia vem dos próprios agricultores que já adotaram uma nova gama tecnológica. O custo de formação do canavial é reduzido quanto maior a adoção tecnológica e maior o planejamento. Sim, esse é um tema de custo. Vale lembrar que o custo é uma função de decisões e não uma consequência geográfica do setor.
Vale um exemplo: um bom viveiro, planejado para ser construído com alguns meses de antecedência, formado a partir de mudas sadias de variedades nobres, adaptadas ao solo e ao clima do local, que utilize equipamentos específicos para o plantio de mudas de cana pré-brotadas, tratados com fungicidas, inseticidas e herbicidas de ponta, geo-referenciado e irrigado é capaz de prover em média 40% mais gemas viáveis para o plantio do canavial. A unidade de medida não é mais a mesma. Viveiros não produzem cana, produzem gemas viáveis. Qualquer semelhança com o índice de fertilidade de cereais não é mera coincidência. O plantio mecanizado requer cerca de 20 toneladas de cana por hectare e uma operação complexa que envolve frentes de trabalho extensas. Com mudas sadias, o mesmo cultivo, mais produtivo e de melhor qualidade, requer cerca de duas mudas por metro. Simples assim. A tecnologia liberou a agrícola para focar naquilo que ela faz de melhor, planejamento.
A matéria prima de qualidade é somente o passo inicial dessa revolução que inicia um ciclo de maior produtividade nas lavouras de cana. Uma nova classe de defensivos agrícolas, capaz de prover efeitos fisiológicos positivos cria o ambiente de produtividade elevada que vai além da proteção de cultivos. Novos fertilizantes e micronutrientes, específicos para as demandas da cultura, vão gradativamente construindo o cenário do canavial que produz mais de 120 toneladas ao ano, ano após ano, com elevados teores de Açúcar Total Recuperável (ATR). Além disso, a tecnologia também propiciou para que o agricultor identifique rapidamente pontos de baixa biomassa e de falhas de stand, sendo possível a correção que visa unicamente elevar a longevidade desse canavial. Que tal manter um canavial altamente produtivo por 6 ou 7 cortes e ainda constatar que ele pode ir além disso?
Não se trata de futuro, mas de tecnologias que já estão disponíveis e em uso pelos pioneiros do setor. A adoção gradativa dessas tecnologias, longe de ser um sonho, já nos é realidade e o principal fator que nos faz acreditar no futuro promissor que a cana de açúcar tem no Brasil.