Obras de alcoolduto serão mantidas

A Logum Logística S/A, empresa responsável pela construção do alcoolduto de 1,3 mil quilômetros que ligará Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, negou que a decisão da Petrobras (que detém 20% de participação no empreendimento) de suspender os investimentos no projeto em 2013 possa gerar atrasos ou cancelamento das obras. O empreendimento está orçado em R$ 7 bilhões.

De acordo com a empreiteira, ainda não está definido como será compensado o corte dos aportes da estatal do petróleo. Por meio de sua assessoria, a Logum informou que uma das hipóteses será fazer um rateio dos investimentos suspensos entre os outros sócios para, posteriormente, a Petrobras repô-los. No entanto, a decisão só deve ser tomada no ano que vem, quando houver a primeira chamada de capital.

De qualquer maneira, a construção do trecho do alcoolduto entre Ribeirão Preto (SP) e Uberaba (Triângulo Mineiro), que estava prevista para ter início no terceiro trimestre deste ano, ainda não começou.


Compra de terreno

A última informação dada pela Prefeitura de Uberaba é que a Logum ainda estaria finalizando a negociação de compra do terreno onde serão instalados os equipamentos de bombeamento e tancagem de recepção do álcool. Trata-se de uma área de aproximadamente 180 mil metros quadrados localizada no Distrito Industrial III de Uberaba.

No momento, está sendo implantada a primeira fase do projeto, que consiste na construção do Terminal Terrestre de Ribeirão Preto (TTRP) e do poliduto, que terá 212 quilômetros de extensão e diâmetro de 24 polegadas, interligando o TTRP às instalações da Replan, em Paulínia. As obras estão avançadas, com mais de 80% dos trabalhos concluídos. O valor empenhado no projeto até o fim do ano chegará a R$ 1 bilhão.

Segundo a Logum, em março de 2013 este trecho do alcoolduto será concluído. E, no mesmo mês, terá início o trecho entre Ribeirão Preto e Uberaba. Ao todo, cerca de 1,6 mil pessoas estão trabalhando no empreendimento, conforme a companhia.

A construção do alcoolduto tem como objetivo reduzir os custos e fomentar a produção de etanol no país. O empreendimento terá capacidade de armazenar cerca de 800 milhões de litros do combustível, além de transportar mais de 20 bilhões de litros por ano. O duto terá aproximadamente 1,3 mil quilômetros de extensão e ligará as principais regiões produtoras de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso ao centro de armazenagem da Logum, em Paulínia (SP).

Já para o trecho entre Paulínia e Anhembi, que inclui a construção dos terminais hidroviários de Anhembi e Araçatuba, ainda está sendo feito o projeto básico de engenharia. Paralelamente, os projetos serão integrados ao transporte hidroviário na bacia Tietê-Paraná. Os comboios de transporte, compostos por barcaças de cargas e barcos empurradores, serão construídos e operados pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, que também operará os dutos do sistema.

Além disso, o alcoolduto deverá ainda contribuir para a exportação do combustível. Há previsão para a construção de um ramal do duto até as cidades de Caraguatatuba ou São Sebastião, ambas em São Paulo, onde será construído um terminal marítimo para embarque do produto, a partir de 2016.

Além da Petrobras, a Logum tem como sócios as gigantes produtoras e comercializadoras de etanol Raízen, Copersucar e Odebrecht/ETH, cada uma com os mesmos 20% de participação da estatal, além da Uniduto e da Camargo Corrêa, com 10% cada.