Oferta de cana pode ser menor em 2014
04/11/2013
Cana-de-Açúcar
POR: Fabiana Batista | Valor Econômico
As primeiras percepções do mercado para o próximo ciclo de cana-de-açúcar (2014/15) no Centro-Sul indicam um cenário de menor oferta da matéria-prima, ou no máximo, um crescimento que não deve superar 20 milhões toneladas, ou 3,3%. Sinalizam também uma nova safra mais alcooleira na região, dada a maior dificuldade logística para exportar açúcar e uma expectativa positiva quanto à regulamentação do mercado de combustíveis no país.
A consultoria FG Agro, de Ribeirão Preto (SP), estima que a moagem de cana em 2014/15 pode alcançar 605 milhões de toneladas, um crescimento de 3% em relação às 587 milhões de toneladas estimadas para a atual temporada, a 2013/14. O teor de açúcar na cana (ATR) deve ficar em 136 quilos por tonelada, segundo a FG Agro, acima dos 134 quilos previstos para este ano.
A consultoria acredita em um mix menos açucareiro, com algo entre 43,22% e 45,6% do caldo da cana sendo direcionado para fabricação dessa commodity. Para o ciclo atual, a previsão da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) é de um mix de 45,6% para o açúcar.
A produção da commodity deve, no mínimo, se repetir no ano que vem, segundo a FG Agro, entre 34,03 milhões e 35,89 milhões de toneladas, e a de etanol, entre 26,43 bilhões de litros e 27,11 bilhões de litros.
Já a consultoria Canaplan, que divulgou suas previsões sobre a próxima safra na última semana, não vê grande espaço para uma moagem em 2014/15 muito acima de 577 milhões de toneladas, caso neste ano as usinas consigam processar entre 590 milhões e 595 milhões de toneladas.
O diretor da empresa, Luiz Carlos Correa Carvalho, diz que os investimentos feitos na área agrícola nos últimos anos perderam força nesta temporada. "A renovação das áreas de cana representou 17% da área total neste ano, ante 21% de 2012", afirma. Os investimentos mais modestos ocorrem num cenário de margens apertadas e crédito mais escasso às usinas, que já estão altamente alavancadas.
Uma outra estimativa divulgada no mercado foi da consultoria Datagro. Para o presidente da empresa, Plínio Nastari, dependendo da condição climática, a moagem pode crescer ou diminuir 20 milhões de toneladas em 2014/15. Assim, num cenário mais otimista, alcançaria 611 milhões de toneladas em 2014/15 e, num pessimista, 571 milhões de toneladas.