Pesquisa Fapesp - Edição 207 - Maio de 2013
Com o auxílio de um microscópio óptico confocal, um grupo de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP) conseguiu identificar concentrações mínimas de lignina no bagaço da cana-de-açúcar, informação importante para a transformação da biomassa em etanol celulósico. Nos processos químicos de pré-tratamento do bagaço para a produção do etanol de segunda geração, uma das etapas é a retirada da lignina, que aumenta a rigidez da parede vegetal e dificulta o acesso à celulose e, portanto, a quebra dos açúcares. "Usamos um microscópio confocal de fluorescência para mapear o local exato onde ela se encontra ao longo da parede da fibra da cana", explica Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, pesquisador que participa do projeto coordenado por Igor Polikarpov, do IFSC-USP. Dessa forma, eles acreditam, é possível avaliar se os pré-tratamentos químicos usados no processo são efetivos. "A maioria dos métodos usados atualmente só consegue medir concentrações de lignina de até 9% e nós já chegamos a 1%", ressalta Guimarães. Por meio da microscopia confocal, a equipe de Polikarpov mediu também as fibras de celulose individualmente, o que representa um avanço em relação aos métodos hoje em uso, que medem o conjunto de fibras.