O agronegócio se consolida, ano a ano, como o setor mais dinâmico da economia nacional. Considerado espetacular pelos analistas, o desempenho da agropecuária resulta do empreendedorismo dos produtores rurais, que souberam modernizar os métodos de produção, compreender o funcionamento dos mercados e, com ousadia, buscar compradores pelo mundo, além, é claro, de suprir a mesa do brasileiro com alimentos saudáveis e baratos.
A agricultura e a pecuária foram decisivas para garantir que o PIB de 2012 fosse positivo.
Depois dos inéditos 166,2 milhões de toneladas da última safra de grãos, a de 2012/2013 alcançará 180,4 milhões de toneladas, num salto de 8,6%, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As exportações do ano passado somaram US$ 95,8 bilhões, outro recorde.
A façanha ocorreu em mais um período sombrio da economia mundial. E mais: de 2000 para cá, o saldo líquido da balança comercial do setor atingiu estratosféricos US$ 481 bilhões.
Em pouco mais de 20 anos, o Brasil mais que dobrou a produção de grãos e de carne bovina, quadruplicou o abate de aves, tornou-se o maior exportador mundial de soja, carnes bovina e de frango e se manteve na liderança da produção de café, açúcar, suco de laranja e tabaco.
As perspectivas do agronegócio são ainda mais auspiciosas. O Brasil tem tecnologia avançada, produtividade alta e custos de produção baixos, apesar dos elevados preços de equipamentos, impostos e fertilizantes.
O mercado externo deve ser mais favorável. A União Europeia começa a dar sinais, embora tênues, de recuperação. Mesmo com a economia desacelerada, a China, principal destino dos nossos produtos agropecuários, aumentou suas compras em 8,9% e, com previsão de retomada do crescimento do PIB, certamente elevará suas importações.
As projeções indicam também significativa ampliação das importações pelo Oriente Médio e outras regiões. O cenário poderia ser ainda mais otimista, se o governo federal equacionasse problemas críticos e persistentes.
A começar pela infraestrutura, que quase não tem recebido atenção oficial. Estradas ruins, malha ferroviária insuficiente e portos obsoletos encarecem o frete e tiram a competitividade dos produtos nacionais. Para agravar a situação, há o risco de inviabilização da expansão das fronteiras agrícolas, cada vez mais distantes da costa. É urgente também a questão do Código Florestal.
Não são necessárias mais terras para expansão da atividade agropecuária. Mas são indispensáveis regras claras para que os produtores não se sintam ameaçados e inseguros como agora, quando se tornam vítimas do cipoal de leis e da fiscalização arbitrária.
A quem considera que o Brasil dispõe de poucas reservas ambientais deve ser lembrado que o país é o segundo do mundo com mais áreas florestais - 519,5 milhões de hectares -, perdendo apenas para a Rússia, que, com território duas vezes maior, abriga 809,1 milhões de hectares, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Também deve ser dito que europeus e norte-americanos quase não tiveram empecilhos para expandir a área produtiva. O aprimoramento da defesa sanitária é outra reivindicação dos produtores, que precisam ainda dispor de proteção contra prejuízos provocados por fenômenos climáticos.
Nos Estados Unidos, durante a última seca, 85% dos ruralistas dispunham de seguro. No Brasil, apenas 18% contam com algum tipo de cobertura. Oneradas por 16,25% de impostos, o dobro do que pagam os norte-americanos, as máquinas compradas pelos agricultores brasileiros são as mais caras do mundo. Mesmo assim, plantam mais, colhem mais e avançam para tornar o país a maior potência agrícola do planeta.
O Brasil deve muito de seu desenvolvimento ao homem do campo, que faz a sua parte com eficiência. Está na hora de reconhecer esse extraordinário trabalho, garantindo aos produtores rurais condições de produção pelo menos iguais às de seus concorrentes mundo afora.
Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg)
O agronegócio se consolida, ano a ano, como o setor mais dinâmico da economia nacional. Considerado espetacular pelos analistas, o desempenho da agropecuária resulta do empreendedorismo dos produtores rurais, que souberam modernizar os métodos de produção, compreender o funcionamento dos mercados e, com ousadia, buscar compradores pelo mundo, além, é claro, de suprir a mesa do brasileiro com alimentos saudáveis e baratos.
A agricultura e a pecuária foram decisivas para garantir que o PIB de 2012 fosse positivo.
Depois dos inéditos 166,2 milhões de toneladas da última safra de grãos, a de 2012/2013 alcançará 180,4 milhões de toneladas, num salto de 8,6%, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). As exportações do ano passado somaram US$ 95,8 bilhões, outro recorde.
A façanha ocorreu em mais um período sombrio da economia mundial. E mais: de 2000 para cá, o saldo líquido da balança comercial do setor atingiu estratosféricos US$ 481 bilhões.
Em pouco mais de 20 anos, o Brasil mais que dobrou a produção de grãos e de carne bovina, quadruplicou o abate de aves, tornou-se o maior exportador mundial de soja, carnes bovina e de frango e se manteve na liderança da produção de café, açúcar, suco de laranja e tabaco.
As perspectivas do agronegócio são ainda mais auspiciosas. O Brasil tem tecnologia avançada, produtividade alta e custos de produção baixos, apesar dos elevados preços de equipamentos, impostos e fertilizantes.
O mercado externo deve ser mais favorável. A União Europeia começa a dar sinais, embora tênues, de recuperação. Mesmo com a economia desacelerada, a China, principal destino dos nossos produtos agropecuários, aumentou suas compras em 8,9% e, com previsão de retomada do crescimento do PIB, certamente elevará suas importações.
As projeções indicam também significativa ampliação das importações pelo Oriente Médio e outras regiões. O cenário poderia ser ainda mais otimista, se o governo federal equacionasse problemas críticos e persistentes.
A começar pela infraestrutura, que quase não tem recebido atenção oficial. Estradas ruins, malha ferroviária insuficiente e portos obsoletos encarecem o frete e tiram a competitividade dos produtos nacionais. Para agravar a situação, há o risco de inviabilização da expansão das fronteiras agrícolas, cada vez mais distantes da costa. É urgente também a questão do Código Florestal.
Não são necessárias mais terras para expansão da atividade agropecuária. Mas são indispensáveis regras claras para que os produtores não se sintam ameaçados e inseguros como agora, quando se tornam vítimas do cipoal de leis e da fiscalização arbitrária.
A quem considera que o Brasil dispõe de poucas reservas ambientais deve ser lembrado que o país é o segundo do mundo com mais áreas florestais - 519,5 milhões de hectares -, perdendo apenas para a Rússia, que, com território duas vezes maior, abriga 809,1 milhões de hectares, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Também deve ser dito que europeus e norte-americanos quase não tiveram empecilhos para expandir a área produtiva. O aprimoramento da defesa sanitária é outra reivindicação dos produtores, que precisam ainda dispor de proteção contra prejuízos provocados por fenômenos climáticos.
Nos Estados Unidos, durante a última seca, 85% dos ruralistas dispunham de seguro. No Brasil, apenas 18% contam com algum tipo de cobertura. Oneradas por 16,25% de impostos, o dobro do que pagam os norte-americanos, as máquinas compradas pelos agricultores brasileiros são as mais caras do mundo. Mesmo assim, plantam mais, colhem mais e avançam para tornar o país a maior potência agrícola do planeta.
O Brasil deve muito de seu desenvolvimento ao homem do campo, que faz a sua parte com eficiência. Está na hora de reconhecer esse extraordinário trabalho, garantindo aos produtores rurais condições de produção pelo menos iguais às de seus concorrentes mundo afora.
Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg)