
O 5º Irrigacana dividiu em quatro blocos os conteúdos apresentados durante o seminário. No primeiro bloco foram tratados o “Contexto do Potencial, da Necessidade e do Cenário da Irrigação”; no segundo “Estratégias para inserção da irrigação na matriz produtiva”, terceiro “Tecnologias e ferramentas para a implantação de projetos” e quarto, “Legislação – Outorga e Armazenamento de Águas”.
Como forma de oferecer a oportunidade para as marcas patrocinadoras do seminário, entre uma palestra e outra, foram apresentadas soluções tecnológicas em irrigação das empresas parceiras, entre elas, a Raesa, NaanDanJain, Netafim, Rivulis, Hidro-Ambiental e AGTech.
Dentro da temática “Irrigação, desafios e oportunidades”, representantes das unidades industriais convidadas deram seus depoimentos sobre suas áreas de irrigação e também sobre novos investimentos. Foram convidados representantes do Grupo Jalles Machado; Raízen; Usina Coruripe e BP Bunge.

Em uma das palestras, o professor Durval Dourado Neto da Esalq-USP/Senir falou sobre o Potencial de Crescimento da Agricultura Irrigada no Brasil. Em sua apresentação, Neto destacou os princípios do processo de irrigação, que transformou o conhecimento científico em riqueza e em comum.
“Qual a razão principal de um projeto como esse de irrigação? Aumentar a produção de alimentos e existe uma demanda mundial de segurança alimentar. Então, uma das estratégias é a adoção da agricultura irrigada”, destaca Durval Neto.
O professor trouxe dados sobre o setor de irrigação brasileiro, destacando as áreas agricultáveis no país e o resultado do modelo climático, valores de demanda e disponibilidade hídrica. O profissional também apresentou um estudo feito pelo GPP (Grupo de Polícias Públicas) que apresenta dados da área adiciona irrigável. “Procuramos apresentar o último estudo que foi feito para o Ministério do Desenvolvimento Regional que estamos propondo esse aumento de área adicional irrigada apenas em áreas já utilizadas para a agricultura e pastagem, com o com o objetivo de utilizar recursos naturais, insumos, uso da terra, mão de obra”, comenta Neto que ao final apresentou os pólos de agricultura irrigada no Brasil, que juntos são responsáveis por 6,4 milhões de hectares (Mha) de AAI (Área Adicional Irrigável).

Fábio Ricardo Marin (Esalq - USP) apresentou o painel “Clima: processos produtivos e as ferramentas do setor para gestão de riscos”. Durante a palestra, Marin falou sobre o clima, processos produtivos e as ferramentas disponíveis atualmente que podem mitigar os riscos a produção.
O professor fez um regaste da evolução da Agricultura e tecnologia, comentou sobre as mudanças globais projetadas para 2050, que levam em consideração o aumento de 34% da população que vai impactar principalmente na demanda por proteínas, na limitação de terras aráveis e a adaptação da agricultura as questões climáticas. “Falar de irrigação, é falar de sistemas intensificados que tem tudo a ver com o agro e será um desafio ainda maior nas próximas décadas”, destacou.
As mudanças climáticas representam um ponto de incerteza e conhecer o clima ao máximo possível pode reduzir essa incerteza. “Vemos que o clima é uma frente de trabalho que vai ganhar muita atenção nos próximos anos exatamente por conta desse paradoxo que criamos. É o que mais traz revés e é aquilo que menos sabemos", aponta.
O monitoramento climático, passando de uma coisa acessória para vir para o centro da mesa decisória. “Precisa vir para o 'business plain' da empresa agrícola, você precisa ter seus riscos calculados", cita e acrescenta que o clima não pode mais ser bom ou ruim, o clima precisa ter um número. “Preciso saber quantos por cento a mais ou a menos ele me deu em produção e a partir disso devo separar o que foi através do manejo e o que foi através do clima", finaliza.
Em números, segundo a organização, o 5º Irrigacana recebeu 341 participantes, 85 usinas, empresas e instituições dos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Piauí e Distrito Federal.