O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu como certo o rompimento do PMDB com o governo federal, mas afirmou ontem que a presidente Dilma Rousseff deve atrair setores do partido na Câmara e no Senado para tentar evitar o impeachment. Para o expresidente, Dilma deve repetir a estratégia usada por sua gestão, em 2003, de governar com pemedebistas mesmo sem o aval da direção da legenda. Lula viajou ontem a Brasília com o presidente do PT, Rui Falcão, para uma série de conversas com lideranças pemedebistas, para tentar minimizar o desgaste político da provável saída da sigla.
No domingo, o expresidente conversou com o vicepresidente, Michel Temer, e ouviu do pemedebista que o rompimento é irreversível. Ontem, Lula disse que teria uma nova conversa com Temer, mas o encontro não foi agendado.
O petista afirmou ontem, em entrevista a jornalistas de 24 veículos internacionais, em um hotel em São Paulo, que lamenta e vê com "certa tristeza" o PMDB abandonar o governo e aconselhou a presidente a buscar o apoio de dissidentes. "Acho que vai acontecer o que houve em 2003. O governo vai construir uma base com parlamentares do PMDB, no Senado e na Câmara e vamos ter uma espécie de coalizão sem a concordância da direção. Não sei se é possível, mas acho que é possível".
Lula disse ainda que o PMDB precisa deixar claro os motivos de sua insatisfação com o governo e citou a política econômica como possível ponto de discordância. "Se forem temas específicos fica fácil de acordar. Ninguém gosta de apoiar um governo quando ele não está bem na opinião pública", disse. "É importante muita gente do governo e do PT continuar conversando com o PMDB".
O expresidente afirmou que não teve o apoio do PMDB no início do seu primeiro mandato, mas que mesmo assim uma parte do PMDB o apoiava. "Nós conseguimos governar. O dado concreto é que o PMDB me ajudou a governar
esse país no primeiro mandato", afirmou. "No segundo mandato então fizemos um acordo com o PMDB, que teoricamente decidiu me apoiar. Ainda assim a gente nunca teve todo o PMDB".
Antes de assumir a Presidência, em 2003, Lula não aceitou o acordo costurado por José Dirceu com Temer e a cúpula do PMDB e preferiu negociar pontualmente com pemedebistas. A falta de apoio do partido no Congresso, no entanto, é tida como uma das bases do "mensalão", quando o governo Lula negociou pagamento a parlamentares em busca de apoio em votações, no primeiro mandato. No segundo mandato, Lula mudou sua estratégia, fechou acordo com o PMDB e articulou a indicação de Temer para vice de Dilma.
Ontem, o expresidente afirmou conhecer bem o PMDB e disse que os ministros do partido continuariam no governo, apesar da decisão do comando nacional. Horas depois da declaração, no entanto, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), pediu demissão.
Durante a entrevista a correspondentes internacionais vedada à imprensa nacional Lula reforçou sua intenção de participar do governo Dilma e afirmou que poderá ser um conselheiro, mesmo com o imbróglio jurídico em torno de sua nomeação para a Casa Civil. "Eu só não quero ser intruso. Se eu fosse para o governo sem ter cargo, ia parecer um 'Rasputin'. Não quero nem mandar, quero obedecer. A única coisa que quero é compartilhar decisões, ouvir mais gente. Coletivamente [a gente] comete menos erro", disse.
Lula criticou o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação LavaJato, e disse que o magistrado é "inteligente e competente", mas disse que foi afetado pela "mosca azul" do poder. "Tudo o que se sabe do Moro é que é uma figura inteligente, competente, mas como ser humano eu temo que a mosca azul faça seus efeitos. As pessoas comecem a se autovalorizar, achar que aquele título está legal, que a imprensa vai dar destaque", disse. "Espero que Deus ponha a mão na cabeça dele, que ele seja justo com as pessoas que ele está analisando e julgando. Só espero isso", disse.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu como certo o rompimento do PMDB com o governo federal, mas afirmou ontem que a presidente Dilma Rousseff deve atrair setores do partido na Câmara e no Senado para tentar evitar o impeachment. Para o expresidente, Dilma deve repetir a estratégia usada por sua gestão, em 2003, de governar com pemedebistas mesmo sem o aval da direção da legenda. Lula viajou ontem a Brasília com o presidente do PT, Rui Falcão, para uma série de conversas com lideranças pemedebistas, para tentar minimizar o desgaste político da provável saída da sigla.
No domingo, o expresidente conversou com o vicepresidente, Michel Temer, e ouviu do pemedebista que o rompimento é irreversível. Ontem, Lula disse que teria uma nova conversa com Temer, mas o encontro não foi agendado.
O petista afirmou ontem, em entrevista a jornalistas de 24 veículos internacionais, em um hotel em São Paulo, que lamenta e vê com "certa tristeza" o PMDB abandonar o governo e aconselhou a presidente a buscar o apoio de dissidentes. "Acho que vai acontecer o que houve em 2003. O governo vai construir uma base com parlamentares do PMDB, no Senado e na Câmara e vamos ter uma espécie de coalizão sem a concordância da direção. Não sei se é possível, mas acho que é possível".
Lula disse ainda que o PMDB precisa deixar claro os motivos de sua insatisfação com o governo e citou a política econômica como possível ponto de discordância. "Se forem temas específicos fica fácil de acordar. Ninguém gosta de apoiar um governo quando ele não está bem na opinião pública", disse. "É importante muita gente do governo e do PT continuar conversando com o PMDB".
O expresidente afirmou que não teve o apoio do PMDB no início do seu primeiro mandato, mas que mesmo assim uma parte do PMDB o apoiava. "Nós conseguimos governar. O dado concreto é que o PMDB me ajudou a governar esse país no primeiro mandato", afirmou. "No segundo mandato então fizemos um acordo com o PMDB, que teoricamente decidiu me apoiar. Ainda assim a gente nunca teve todo o PMDB".
Antes de assumir a Presidência, em 2003, Lula não aceitou o acordo costurado por José Dirceu com Temer e a cúpula do PMDB e preferiu negociar pontualmente com pemedebistas. A falta de apoio do partido no Congresso, no entanto, é tida como uma das bases do "mensalão", quando o governo Lula negociou pagamento a parlamentares em busca de apoio em votações, no primeiro mandato. No segundo mandato, Lula mudou sua estratégia, fechou acordo com o PMDB e articulou a indicação de Temer para vice de Dilma.
Ontem, o expresidente afirmou conhecer bem o PMDB e disse que os ministros do partido continuariam no governo, apesar da decisão do comando nacional. Horas depois da declaração, no entanto, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB), pediu demissão.
Durante a entrevista a correspondentes internacionais vedada à imprensa nacional Lula reforçou sua intenção de participar do governo Dilma e afirmou que poderá ser um conselheiro, mesmo com o imbróglio jurídico em torno de sua nomeação para a Casa Civil. "Eu só não quero ser intruso. Se eu fosse para o governo sem ter cargo, ia parecer um 'Rasputin'. Não quero nem mandar, quero obedecer. A única coisa que quero é compartilhar decisões, ouvir mais gente. Coletivamente [a gente] comete menos erro", disse.
Lula criticou o juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação LavaJato, e disse que o magistrado é "inteligente e competente", mas disse que foi afetado pela "mosca azul" do poder. "Tudo o que se sabe do Moro é que é uma figura inteligente, competente, mas como ser humano eu temo que a mosca azul faça seus efeitos. As pessoas comecem a se autovalorizar, achar que aquele título está legal, que a imprensa vai dar destaque", disse. "Espero que Deus ponha a mão na cabeça dele, que ele seja justo com as pessoas que ele está analisando e julgando. Só espero isso", disse.