Para quem busca ATR, é preciso considerar os bioestimulantes em período de seca

Cana-de-Açúcar POR: Marino Guerra

Professor Crusciol e FMC falam sobre o manejo

Dentre a coleção de conteúdos disponibilizados através da plataforma digital da 16ª edição do Agronegócios Copercana, está um assunto imprescindível aos produtores de cana que buscam o ganho de açúcar de suas lavouras: a utilização da adubação foliar no período de seca.

Para tratar do assunto foram escalados dois nomes importantes em seus campos de atuação. Representando a indústria, e por consequência a tecnologia, participou o gerente de desenvolvimento de mercado da FMC, Leonardo Brusantin; pelo lado da academia, e assim a validação do manejo, o prof. dr. Carlos Alexandre Costa Crusciol (FCA-Unesp/Botucatu-SP) colaborou expondo seu vasto conhecimento na disciplina.

A primeira questão para entendimento foi a de que hoje na lavoura canavieira tal modalidade de adubação está consolidada como uma prática complementar, ou seja, aplicação do restante dos nutrientes (geralmente micros) feita no período de crescimento da planta (de novembro até fevereiro).

Assim, a necessidade de se considerar a adoção dessa ferramenta como estimulante de equilíbrio nutricional no momento de seca, visando à manutenção da sanidade das folhas, foi a razão para a realização da live.

Pensando nisso, Crusciol citou como exemplo o caso de canaviais irrigados por vinhaça, cuja saturação de potássio gera deficiência de boro e magnésio. Mediante esse desequilíbrio, a planta produzirá menos açúcar, o que impactará e muito os fornecedores que vendem sua cana com o preço baseado no ATR relativo.

Assim, em determinadas situações, como a citada pelo professor, a estratégia de conseguir pelo menos uma lâmina de vinhaça em períodos de seca nem sempre é a mais eficiente, isso com o agravante de que a irrigação não matando a sede da planta fará ela queimar a reserva de sacarose para realizar diversos “malabarismos” de defesa em relação à seca.

Aí que entra a importância da adubação foliar para a cana passar o período com o menor desperdício de açúcar possível, pois além dela se equilibrar sob o ponto de vista nutricional, se tiver sua folhagem sadia, irá receber mais sol, fazer mais fotossíntese e estimular as raízes a buscar os nutrientes.

Contudo, o palestrante faz um alerta: “Pode usar a tecnologia que for, mas se o agricultor não construir um perfil de solo, essas ferramentas trarão um resultado bastante discreto. Quando a lavoura é bem conduzida, a resposta é muito representativa”.

Dentro do leque de opções tecnológicas disponíveis para o manejo, a FMC oferta o Crop+, um fertilizante organomineral utilizado para aplicações foliares, cuja formulação contém diversos nutrientes (nitrogênio, enxofre, boro, cobalto, ferro, cobre, manganês, molibdênio e zinco) em quantidades pensadas para o melhor retorno para a planta.

Segundo Brusantin, a ação do produto é muito parecida com os efeitos de se tomar uma taça de vinho por dia, ou seja, ele trabalha na diminuição do estresse oxidativo nas células presentes nas folhas, mantendo a sua plenitude sob o ponto de vista fotossintético.

Ele ainda ressaltou que a eficiência desse trabalho é pelo menos dez vezes superior em relação aos seus pares de prateleira, isso porque sua concentração de ativos é bem maior.

Como resultados práticos foram apresentadas diversas situações como tamanho das soqueiras, limpeza e mortalidade (troca) das folhas, e, com destaque maior, como recurso em casos de fitointoxicação causada pelo uso excessivo de herbicida.

A recomendação de uso para o período seco é voltada aos produtores que buscam valorização do ATR, enquanto que os que objetivarem ganho de peso (toneladas de cana por hectare) é preciso aplicar no período mais próximo das chuvas. Nos dois casos, a dose padrão é de 0,5  l/ha.

Confira a live completa clicando aqui: Adubação Foliar na Cultura da Cana-de-açúcar