Apenas seis meses após anunciar planos ambiciosos de expansão, a paranaense Península Fertilizantes entrou em recuperação judicial. De acordo com advogados da empresa, o pedido foi aceito pela 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba no dia 13 de maio. O Valor apurou que a companhia tinha a maior parte de sua
dívida concentrada no curto prazo e que vivia uma situação financeira considerada frágil há algum tempo.
Mas também pesou para o pedido de recuperação a retração das vendas da empresa, de cerca de 20% este ano, além de percalços decorrentes da elevada volatilidade do câmbio. Segundo fontes do segmento, o risco que os credores correm agora é que a empresa está com um caixa considerado baixo para tocar as operações, o que amplia
a probabilidade de falência.
Procurado, o advogado Rodrigo Shirai, do escritório Brazilio Bacellar Neto e Advogados, que representa a Península, informou que os problemas remontam a 2008, e que desde então a empresa vêm rolando o prazo de pagamento de suas dívidas. Ele acrescentou que no segundo semestre de 2014 imaginavase a possibilidade de melhora com a entrada da japonesa Mitsubishi no capital da companhia, como informou o Valor, mas o negócio não se concretizou. A Mitsubishi anunciou em dezembro passado que compraria por US$ 15 milhões uma participação de 13,3% da empresa paranaense.
"Dentre as exigências, estava a transferência de imóveis de pessoa física para a sociedade, mas havia uma fazenda que era objeto de alienação fiduciária com um banco e esse banco não aceitou. E a Mitsubishi não cedeu a essa condição", disse Shirai. Procurada, a múlti não respondeu aos pedidos de entrevista.
As duas empresas já estavam juntas desde 2002 na Península Norte, joint venture na qual cada uma tem 50% e que atua na região conhecida como "Matopiba" (confluência entre os Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e no leste de Mato Grosso. A Península Fertilizantes controla, ainda, a Península Internacional, que atua com o produto nos mercados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo e chegou a ter planos de investir no Paraguai.
A dívida da Península é de R$ 467 milhões, a maior parte no curto prazo e boa parte em moeda estrangeira, de acordo com o advogado. No último dado público disponível, de abril de 2014, a empresa tinha débitos com fornecedores (curto e longo prazo) na casa de R$ 170 milhões. No seu passivo ainda constavam R$ 80 milhões de operações relacionadas a emissões de Créditos de Recebíveis do Agronegócio (CRA).
O plano de recuperação judicial deverá ser apresentado em um prazo de 60 dias (a partir de 13 de maio) e, se houver objeção por parte de algum credor, será convocada uma assembleia para votar o plano, que poderá ser aprovado ou modificado. Os credores da Península são muito pulverizados: há diversos bancos, fornecedores e a própria Mitsubishi. Conforme Shirai, o objetivo da empresa é seguir operando no transcorrer do processo.
Em 2013, a empresa paranaense teve uma receita líquida de cerca de R$ 500 milhões com a venda de aproximadamente 500 mil toneladas de adubos. A companhia opera diretamente duas unidades uma em Paranaguá (PR) e outra em Rondonópolis (MT) , e conta com diversas filiais de vendas espalhadas pelo país.
Apenas seis meses após anunciar planos ambiciosos de expansão, a paranaense Península Fertilizantes entrou em recuperação judicial. De acordo com advogados da empresa, o pedido foi aceito pela 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial de Curitiba no dia 13 de maio. O Valor apurou que a companhia tinha a maior parte de sua
dívida concentrada no curto prazo e que vivia uma situação financeira considerada frágil há algum tempo.
Mas também pesou para o pedido de recuperação a retração das vendas da empresa, de cerca de 20% este ano, além de percalços decorrentes da elevada volatilidade do câmbio. Segundo fontes do segmento, o risco que os credores correm agora é que a empresa está com um caixa considerado baixo para tocar as operações, o que amplia
a probabilidade de falência.
Procurado, o advogado Rodrigo Shirai, do escritório Brazilio Bacellar Neto e Advogados, que representa a Península, informou que os problemas remontam a 2008, e que desde então a empresa vêm rolando o prazo de pagamento de suas dívidas. Ele acrescentou que no segundo semestre de 2014 imaginavase a possibilidade de melhora com a entrada da japonesa Mitsubishi no capital da companhia, como informou o Valor, mas o negócio não se concretizou. A Mitsubishi anunciou em dezembro passado que compraria por US$ 15 milhões uma participação de 13,3% da empresa paranaense.
"Dentre as exigências, estava a transferência de imóveis de pessoa física para a sociedade, mas havia uma fazenda que era objeto de alienação fiduciária com um banco e esse banco não aceitou. E a Mitsubishi não cedeu a essa condição", disse Shirai. Procurada, a múlti não respondeu aos pedidos de entrevista.
As duas empresas já estavam juntas desde 2002 na Península Norte, joint venture na qual cada uma tem 50% e que atua na região conhecida como "Matopiba" (confluência entre os Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e no leste de Mato Grosso. A Península Fertilizantes controla, ainda, a Península Internacional, que atua com o produto nos mercados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo e chegou a ter planos de investir no Paraguai.
A dívida da Península é de R$ 467 milhões, a maior parte no curto prazo e boa parte em moeda estrangeira, de acordo com o advogado. No último dado público disponível, de abril de 2014, a empresa tinha débitos com fornecedores (curto e longo prazo) na casa de R$ 170 milhões. No seu passivo ainda constavam R$ 80 milhões de operações relacionadas a emissões de Créditos de Recebíveis do Agronegócio (CRA).
O plano de recuperação judicial deverá ser apresentado em um prazo de 60 dias (a partir de 13 de maio) e, se houver objeção por parte de algum credor, será convocada uma assembleia para votar o plano, que poderá ser aprovado ou modificado. Os credores da Península são muito pulverizados: há diversos bancos, fornecedores e a própria Mitsubishi. Conforme Shirai, o objetivo da empresa é seguir operando no transcorrer do processo.
Em 2013, a empresa paranaense teve uma receita líquida de cerca de R$ 500 milhões com a venda de aproximadamente 500 mil toneladas de adubos. A companhia opera diretamente duas unidades uma em Paranaguá (PR) e outra em Rondonópolis (MT) , e conta com diversas filiais de vendas espalhadas pelo país.