Com recursos de uma linha de financiamento do BNDES que tem objetivo semelhante ao PAISS, mas com condições diferentes, o Laboratório de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), com sede em Campinas (SP), desenvolve um projeto de mecanização do manejo da cana-de-açúcar com baixo impacto. O projeto, com recursos do Fundo Tecnológico (BNDES Funtec), demandou investimentos de R$ 16 milhões em sua primeira fase.
O diretor do CTBE, Carlos Alberto Labate, afirma que a máquina que está sendo desenvolvida pelo laboratório permite reduzir os níveis de compactação de solo - o que é prejudicial ao desenvolvimento da raiz da planta - e aumentar a produtividade na colheita. Normalmente, a utilização de máquinas faz com que 60% do solo fique compactado. Mas com o novo sistema, esse percentual poderia ser reduzido para 10% a 13%, afirma Labate.
A primeira versão do protótipo da máquina chamada de "estrutura de tráfego controlado" é um veículo de bitola larga, com 9 metros de largura, em vez do usual 1,5 metro, tração e direção nas quatro rodas, que trafega sobre faixas que atingem apenas 10% da superfície do solo, deixando o resto da área (90%) para o desenvolvimento da planta. O percentual de área trafegada pelas máquinas tradicionais situa-se entre 25% e 60%. O novo equipamento vai colher de quatro a seis linhas ao mesmo tempo, em vez de uma linha colhida atualmente pelas máquinas no mercado.
Com o auxílio de GPS, a máquina pode ser utilizada no plantio, fertilização e colheita da cana-de-açúcar. As colheitadeiras tradicionais realizam essa atividade com uma perda de matéria-prima de cerca de 10%, o que representa um prejuízo de cerca R$ 300 milhões anuais para as usinas, segundo o CTBE. Com o projeto de mecanização de baixo impacto do CTBE, iniciado em 2010, estima-se que essas perdas poderão ser reduzidas a 5%, uma economia de R$ 150 milhões por ano.
Todo o processo de colheita de cana-de-açúcar utilizando o novo equipamento foi realizado a partir de pesquisas de engenharia do CTBE em parceria com a empresa paulista de máquinas Jacto. No processo desenvolvido, o pé da cana é cortado pela máquina e puxado para fora do canavial. Depois, é picado e passa por ventilação para que a palha seja separada.
A tecnologia usada, uma espécie de "pente", permite um ordenamento diferente dos colmos (talos da planta) - fazendo com que fiquem paralelos espontaneamente, o que favorece o corte menos "agressivo", segundo Oscar Antonio Braunbeck, coordenador da Divisão de Produção de Biomassa do CTBE. Isso reduziria o impacto negativo na produtividade das lavouras, explica.
Segundo os pesquisadores, as tecnologias desenvolvidas pelo CTBE para uso no protótipo poderão permitir a redução em cerca de 15% do custo de produção de cana no país, estimado atualmente em cerca de R$ 65 por tonelada. A expectativa é que, em cerca de cinco anos, a máquina de baixo impacto possa estar disponível no mercado.
O CTBE também protocolou, em parceria com cinco empresas, projetos no PAISS Agrícola do BNDES. De acordo com o laboratório, os projetos estão relacionados à produção de biocombustíveis e à produção de compostos de química verde a partir de cana-de-açúcar.
Carine Ferreira e Fabiana Batista
Com recursos de uma linha de financiamento do BNDES que tem objetivo semelhante ao PAISS, mas com condições diferentes, o Laboratório de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), com sede em Campinas (SP), desenvolve um projeto de mecanização do manejo da cana-de-açúcar com baixo impacto. O projeto, com recursos do Fundo Tecnológico (BNDES Funtec), demandou investimentos de R$ 16 milhões em sua primeira fase.
O diretor do CTBE, Carlos Alberto Labate, afirma que a máquina que está sendo desenvolvida pelo laboratório permite reduzir os níveis de compactação de solo - o que é prejudicial ao desenvolvimento da raiz da planta - e aumentar a produtividade na colheita. Normalmente, a utilização de máquinas faz com que 60% do solo fique compactado. Mas com o novo sistema, esse percentual poderia ser reduzido para 10% a 13%, afirma Labate.
A primeira versão do protótipo da máquina chamada de "estrutura de tráfego controlado" é um veículo de bitola larga, com 9 metros de largura, em vez do usual 1,5 metro, tração e direção nas quatro rodas, que trafega sobre faixas que atingem apenas 10% da superfície do solo, deixando o resto da área (90%) para o desenvolvimento da planta. O percentual de área trafegada pelas máquinas tradicionais situa-se entre 25% e 60%. O novo equipamento vai colher de quatro a seis linhas ao mesmo tempo, em vez de uma linha colhida atualmente pelas máquinas no mercado.
Com o auxílio de GPS, a máquina pode ser utilizada no plantio, fertilização e colheita da cana-de-açúcar. As colheitadeiras tradicionais realizam essa atividade com uma perda de matéria-prima de cerca de 10%, o que representa um prejuízo de cerca R$ 300 milhões anuais para as usinas, segundo o CTBE. Com o projeto de mecanização de baixo impacto do CTBE, iniciado em 2010, estima-se que essas perdas poderão ser reduzidas a 5%, uma economia de R$ 150 milhões por ano.
Todo o processo de colheita de cana-de-açúcar utilizando o novo equipamento foi realizado a partir de pesquisas de engenharia do CTBE em parceria com a empresa paulista de máquinas Jacto. No processo desenvolvido, o pé da cana é cortado pela máquina e puxado para fora do canavial. Depois, é picado e passa por ventilação para que a palha seja separada.
A tecnologia usada, uma espécie de "pente", permite um ordenamento diferente dos colmos (talos da planta) - fazendo com que fiquem paralelos espontaneamente, o que favorece o corte menos "agressivo", segundo Oscar Antonio Braunbeck, coordenador da Divisão de Produção de Biomassa do CTBE. Isso reduziria o impacto negativo na produtividade das lavouras, explica.
Segundo os pesquisadores, as tecnologias desenvolvidas pelo CTBE para uso no protótipo poderão permitir a redução em cerca de 15% do custo de produção de cana no país, estimado atualmente em cerca de R$ 65 por tonelada. A expectativa é que, em cerca de cinco anos, a máquina de baixo impacto possa estar disponível no mercado.
O CTBE também protocolou, em parceria com cinco empresas, projetos no PAISS Agrícola do BNDES. De acordo com o laboratório, os projetos estão relacionados à produção de biocombustíveis e à produção de compostos de química verde a partir de cana-de-açúcar.
Carine Ferreira e Fabiana Batista