Para quem acha que o tamanho do rombo causado pela corrupção na Petrobras já foi calculado, aí vem uma má notícia. A presidente da estatal, Graça Foster, admitiu ontem que o valor dos ativos inflados no balanço, calculados em R$ 88,6 bilhões, pode subir. Tudo depende da evolução das investigações da Lava-Jato, já que podem ser encontrados outros esquemas envolvendo mais empresas fornecedores da estatal.
"Se tivermos mais depoimentos em que surjam outras empresas, esse número cresce", disse Graça ontem, sem tentar dar voltas em torno do assunto.
Ela ponderou, contudo, que ativos que correspondem a R$ 188,4 bilhões lançados no imobilizado da companhia referentes a contratos com empresas envolvidas com corrupção já contemplam os grandes ativos da Petrobras, como as refinarias.
Do total, foram encontrados R$ 88,6 bilhões referentes a 31 ativos cujo valor contábil é maior do que o valor justo. Desses, 94% se referem à área de Abastecimento, que era dirigida pelo delator Paulo Roberto Costa.
A forma como será feita a baixa contábil nos ativos da Petrobras ainda não está definida. Entre outras razões, porque a estatal ainda não sabe como vai contabilizar os ativos identificados com valor maior. E não sabe porque ainda não há decisão sobre o critério da baixa contábil.
Há um entendimento de que não seria suficiente calcular 3% de propina com base no depoimento do ex-diretor (o que daria R$ 4 bilhões) e fazer uma baixa equivalente já que a convicção é de que o valor pago pela companhia deve ter sido maior. Mas não há como prever quando, se é que algum dia será possível, saber qual o verdadeiro montante desviado da companhia, ponderou uma fonte qualificada a par do assunto.
"Aparentemente, o único jeito vai ser adotar o critério de valor justo. Aquele valor que deveria custar, e que pode penalizar a companhia e o acionista, já que pode captar o valor [desses ativos] no exterior mas sem considerar os custos mais elevados no Brasil".
É um problema porque precisam ser feitos os ajustes que levaram a Deloitte e BNP Paribas, contratadas pela Petrobras para ajudar na avaliação, em que foram identificados os R$ 88,6 bilhões precisam ser lançados no balanço auditado do exercício de 2014.
A decisão de não baixar qualquer número se deveu, segundo explicou uma fonte qualificada, foi uma carta da PricewaterhouseCoopers (PwC) no dia 15 deste mês. A auditora da Petrobras enviou um documento Exchange Commission (SEC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ali a Price foi enfática. Uma das poucas vezes em que venceu a usual sistemática de não se pronunciar porque não é consultor, e sim auditor e por isso não pode aconselhar a companhia, contou a fonte.
Definir que baixas serão feitas e em que ativos é a próxima missão da executiva. Segundo admitiu Graça, é uma preocupação constante e o prazo fatal é o fim de maio. Existem algumas inconsistências na avaliação de refinarias antigas, como a Refap (SP) e a Repar (PR)feitas pela Deloitte e BNP Paribas, contratados para auxiliar na nova valoração dos ativos.
Alguns grupos de equipamentos, incluindo as novas plantas de hidrotratamento (HDT)instaladas dentro dessas refinarias, tiveram seu valor reduzido sem que fossem considerados como integrados no centro de custo dessas unidades. "E a regra comum é que se baixe apenas se o efeito, o valor recuperável, tornar o conjunto antieconômico", explica a fonte.
Esse é um exemplo que mostra como a contabilização pode ser menor do que os R$ 88,6 bilhões. Mas, é claro que esse raciocínio só vale para o que se conhece até agora, não contemplando eventuais descobertas de novos esquemas no âmbito da Lava-Jato.
O valor atribuído à Rnest (US$ 18,5 bilhões) foi considerado não recuperável quando a refinaria é calculada isoladamente. Investigar o esquema de corrupção e as medidas para melhorar a governança vão custar à estatal R$ 150 milhões em 2015.
Para quem acha que o tamanho do rombo causado pela corrupção na Petrobras já foi calculado, aí vem uma má notícia. A presidente da estatal, Graça Foster, admitiu ontem que o valor dos ativos inflados no balanço, calculados em R$ 88,6 bilhões, pode subir. Tudo depende da evolução das investigações da Lava-Jato, já que podem ser encontrados outros esquemas envolvendo mais empresas fornecedores da estatal.
"Se tivermos mais depoimentos em que surjam outras empresas, esse número cresce", disse Graça ontem, sem tentar dar voltas em torno do assunto.
Ela ponderou, contudo, que ativos que correspondem a R$ 188,4 bilhões lançados no imobilizado da companhia referentes a contratos com empresas envolvidas com corrupção já contemplam os grandes ativos da Petrobras, como as refinarias.
Do total, foram encontrados R$ 88,6 bilhões referentes a 31 ativos cujo valor contábil é maior do que o valor justo. Desses, 94% se referem à área de Abastecimento, que era dirigida pelo delator Paulo Roberto Costa.
A forma como será feita a baixa contábil nos ativos da Petrobras ainda não está definida. Entre outras razões, porque a estatal ainda não sabe como vai contabilizar os ativos identificados com valor maior. E não sabe porque ainda não há decisão sobre o critério da baixa contábil.
Há um entendimento de que não seria suficiente calcular 3% de propina com base no depoimento do ex-diretor (o que daria R$ 4 bilhões) e fazer uma baixa equivalente já que a convicção é de que o valor pago pela companhia deve ter sido maior. Mas não há como prever quando, se é que algum dia será possível, saber qual o verdadeiro montante desviado da companhia, ponderou uma fonte qualificada a par do assunto.
"Aparentemente, o único jeito vai ser adotar o critério de valor justo. Aquele valor que deveria custar, e que pode penalizar a companhia e o acionista, já que pode captar o valor [desses ativos] no exterior mas sem considerar os custos mais elevados no Brasil".
É um problema porque precisam ser feitos os ajustes que levaram a Deloitte e BNP Paribas, contratadas pela Petrobras para ajudar na avaliação, em que foram identificados os R$ 88,6 bilhões precisam ser lançados no balanço auditado do exercício de 2014.
A decisão de não baixar qualquer número se deveu, segundo explicou uma fonte qualificada, foi uma carta da PricewaterhouseCoopers (PwC) no dia 15 deste mês. A auditora da Petrobras enviou um documento Exchange Commission (SEC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ali a Price foi enfática. Uma das poucas vezes em que venceu a usual sistemática de não se pronunciar porque não é consultor, e sim auditor e por isso não pode aconselhar a companhia, contou a fonte.
Definir que baixas serão feitas e em que ativos é a próxima missão da executiva. Segundo admitiu Graça, é uma preocupação constante e o prazo fatal é o fim de maio. Existem algumas inconsistências na avaliação de refinarias antigas, como a Refap (SP) e a Repar (PR)feitas pela Deloitte e BNP Paribas, contratados para auxiliar na nova valoração dos ativos.
Alguns grupos de equipamentos, incluindo as novas plantas de hidrotratamento (HDT)instaladas dentro dessas refinarias, tiveram seu valor reduzido sem que fossem considerados como integrados no centro de custo dessas unidades. "E a regra comum é que se baixe apenas se o efeito, o valor recuperável, tornar o conjunto antieconômico", explica a fonte.
Esse é um exemplo que mostra como a contabilização pode ser menor do que os R$ 88,6 bilhões. Mas, é claro que esse raciocínio só vale para o que se conhece até agora, não contemplando eventuais descobertas de novos esquemas no âmbito da Lava-Jato.
O valor atribuído à Rnest (US$ 18,5 bilhões) foi considerado não recuperável quando a refinaria é calculada isoladamente. Investigar o esquema de corrupção e as medidas para melhorar a governança vão custar à estatal R$ 150 milhões em 2015.