Petrobras investe R$ 21 bi em gasolina menos poluente
08/01/2014
Combustível
POR: Marta Nogueira | Valor Econômico
A Petrobras investiu R$ 20,6 bilhões, entre 2005 e 2013, em medidas para tornar possível a produção de gasolina menos poluente. O montante foi empenhado na construção de 21 novas unidades, que permitem a produção da gasolina S50 ppm (com 50 partes por milhão de enxofre) nas onze refinarias da empresa. Apesar dos aportes, os preços nos postos não serão alterados.
O investimento da companhia foi necessário para atender resolução da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que tem como objetivo reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Com a iniciativa, a partir de 1º de janeiro, a gasolina automotiva que passa a ser adotada no Brasil é a S50 ppm. Até 2013, era permitido veicular gasolina de até 800 ppm.
Segundo a ANP, a adoção da S-50 vai reduzir a emissão de enxofre em 94% e a de poluentes, em até 59%, no médio e longo prazo.
Questionado se a gasolina poderia ficar mais cara devido aos investimentos, Frederico Kremer, gerente de soluções comerciais e desenvolvimento de produtos do abastecimento, limitou-se a dizer que a melhora na qualidade do combustível não irá alterar a atual política de preços da companhia. Kremer explicou ainda que a gasolina importada já atende às novas especificações.
Na mesma linha, a empresa destacou o fim da comercialização do diesel S1800 ppm para caminhões no país, a partir deste ano. Desde janeiro de 2013, caminhões foram obrigados a usar apenas o diesel S10 ppm nas capitais e regiões metropolitanas. Agora, os postos de combustíveis nas rodovias do interior também vão trocar o diesel S1800 ppm pelo S500 ppm. No plano de negócios 2011-2015, a Petrobras previu investimentos de US$ 12,6 bilhões no programa de qualidade do diesel.
A Petrobras convocou a imprensa para falar sobre a redução de enxofre nos combustíveis, medida já prevista há anos pela ANP. Em meio a série de problemas registrados nas refinarias da Petrobras, com cinco acidentes registrados desde novembro, o diretor de Abastecimento, José Carlos Cosenza, não compareceu à coletiva para a qual estava previsto. De acordo com a assessoria, o diretor teve um imprevisto.
Após cinco acidentes em menos de dois meses, especialistas e petroleiros têm apontado que as refinarias da Petrobras estão operando com níveis de capacidade instalada muito elevados, por volta dos 95%, e afirmam que, por isso, a segurança nas unidades está ameaçada. Kremer foi impedido pela assessoria de imprensa de responder sobre o assunto durante a coletiva.