O desempenho das cultivares de amendoim IAC bem como as novidades da cadeia produtiva foram apresentados durante o 8º Encontro de Produtores e Dia de Campo de Amendoim
O Estado de São Paulo produz 400 mil toneladas de amendoim em casca, o que representa 90% do volume nacional. Para promover a atualização técnica em tópicos relevantes da cultura, um ciclo de palestras e visita a campos experimentais foram realizados no dia 10 de fevereiro, em Pindorama-SP, durante o 8º Encontro de Produtores e Dia de Campo de Amendoim. Organizado pela APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) por meio do Polo Regional Centro-Norte, o evento contou com a presença de produtores do Cinturão do Amendoim (Ibitinga, Borborema, Novo Horizonte e Itajobi), região de Ribeirão Preto e da região de Tupã-Marília, além de técnicos de iniciativas privadas/públicas e estudantes. Abrindo a programação, o professor Dr. Pedro Soares, da FCAV/Unesp de Jaboticabal, explanou sobre a Importância do Amendoim no Controle de Nematoides em Cana-de-açúcar. Existe hoje uma grande demanda para a problemática dos nematoides no Brasil, os sistemas de produção e a agricultura tropical são favoráveis a eles, tornando um problema crescente. De acordo com Soares, a cultura do amendoim talvez seja a melhor opção para reduzir os principais nematoides de diferentes culturas e sistemas de produção.
“O amendoim entra no sistema da cana-de-açúcar como uma cultura excelente para reduzir a população de nematóides fazendo com que a cana a ser cultivada naquela área tenha um desenvolvimento radicular muito melhor, mais sadio, mais produtivo e com maior longevidade”, disse. O professor também destacou que o primeiro passo numa área com problema de nematóides é a identificação.
“Muitas vezes o produtor deixa de fazer a identificação e sai utilizando medidas e principalmente rotação ou sucessão com culturas que geralmente não é a melhor opção para aquele caso, para aquela situação”. Ainda segundo ele, a perda estimada pelos nematoides na agricultura mundial e brasileira é de 12%, todavia essas perdas variam em função de vários fatores como tipo de solo, temperatura, maior impacto na cultura, precipitação, espécie da planta, dentre outros. Outra questão destacada por Soares foi sobre os maquinários. Para ele, a mecanização é hoje um dos fatores principais na disseminação dos nematoides em qualquer cultura.
“A tendência é cada vez mais mecanizar o sistema produtivo devido à dificuldade de mão-de-obra, mas esse maquinário é um fator importante que vai ajudar a disseminar ainda mais os nematoides”, analisou. Na sequência, o pesquisador dr. Hamilton Humberto Ramos, do Centro de Engenharia e Automação do IAC - Jundiaí-SP, discorreu sobre Tecnologia de Aplicação e Eficácia de Agrotóxicos. Na oportunidade, Ramos destacou como a forma de utilização do pulverizador pode interferir na eficácia da aplicação.
"O produtor tem muita dificuldade em entender o uso do pulverizador. Para que ele tenha eficácia na aplicação, é preciso estar atento a três fatores: um bom pulverizador, que ele seja bem regulado e operado por uma pessoa capacitada", comentou. O pesquisador pontuou que o primeiro passo para o produtor fazer certo, é entender o que está errado. A partir do momento em que ele entende esse conceito, ele busca o conhecimento e cresce. “Um pulverizador para cana e um pulverizador para amendoim são diferentes. O espaçamento entre bicos não pode ser o mesmo porque os conceitos de aplicação são diferentes.
Enquanto o produtor não entender essa diferença, vai continuar gastando um volume de água que ele não precisaria e a ter alternâncias de eficácia sem entender por que elas estão acontecendo, a partir do momento que ele muda o conceito, passa a ganhar e a crescer”. Já o presidente da Câmara Setorial do Amendoim, Luiz Antônio Vizeu, falou sobre os trabalhos realizados pela Câmara que este ano completou três anos de existência, os efeitos positivos desses trabalhos e os desafios da cadeia do amendoim, que é manter o crescimento do setor; promover o consumo interno e levantar a importância socioeconômica da cadeia produtiva do amendoim.
“As conquistas efetivas são lentas dentro de uma Câmara Setorial, mas elas ocorrem, são necessárias e a atuação da Câmara é muito importante. Há também os efeitos colaterais positivos. Estamos com um requerimento na Comissão Especial de Sementes e Mudas do Estado de São Paulo para permitir a segunda geração de sementes básicas para dois ou três anos, que é um problema grave na produção de semente de qualidade. Se for aprovado, vamos conseguir dar um salto na multiplicação de sementes de qualidade, sementes certificadas e ainda em fevereiro junto ao governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o protocolo de desburocratização da fiscalização do amendoim”, destacou Vizeu.
Fechando o ciclo de palestras, o pesquisador Dr. Ignácio José de Godoy, do Centro de Grãos e Fibras do IAC Campinas-SP, apresentou as mais recentes cultivares de amendoim e as características desses materiais lançados pelo IAC (Instituto Agronômico), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que é referência em pesquisas com amendoim e responsável pela difusão de sementes aos produtores desde o estabelecimento da cultura no Brasil, por volta de 1950.
Nos últimos oito anos, uma inovação no mercado de amendoim fez-se necessária: os amendoins chamados alto oleicos. A partir dessa época, o IAC começou a concentrar esforços no desenvolvimento de cultivares com essas características de alto teor de ácido oleico e lançou cinco cultivares. Em 2009, foram lançadas o IAC 503 e IAC 505. Há quatro anos, o IAC OL3 e IAC OL4 e, no ano passado, foi registrado mais novo cultivar IAC OL5.
Características dos cultivares
IAC 503 – ciclo muito longo, 140 a 150 dias. Destaques: beneficia diretamente o produtor; moderada resistência à mancha preta (ferrugem e vírus); tem alto potencial produtivo dentro do amendoim rasteiro, em torno de 6.500 kg por hectares; produz grãos relativamente grandes, calibres 38/42. IAC 505 – um cultivar semelhante ao IAC 503, seu ciclo é um pouco menor, 130 a 140 dias, os destaques são: moderada resistência à mancha preta (ferrugem e vírus); potencial produtivo 6.500 kg por hectare; produz grãos de calibre 50, um pouco menor eles são ajustados para alguns produtos - são encapados.
IAC OL3 – o ciclo é menor, mais curto, entre 125 a 130 dias, tem um aspecto de vulnerabilidade que é a suscetibilidade a doenças de folhas e ao vírus. Destaque está no alto potencial produtivo; a projeção em condições favoráveis; capacidade acima de 7.000 kg por hectare em casca e a outra vantagem é que o ciclo dele é mais ajustado para as áreas de renovação de cana, que é uma exigência ainda de uma parte pelo menos de arrendamento de cana.
Os grãos são de calibres tipo “runner” 38/42, ele gera uma boa quantidade de grãos nesse calibre e também 40/50. IAC OL4 - muito semelhante a IAC OL3, o ciclo também é um pouco mais curto 125 a 130 dias, é suscetível a doenças e se destaca pelo alto potencial produtivo no ciclo ajustado para as áreas de cana. O calibre dele é um pouco menor, essa é a diferença básica entre o OL3 e o OL4 com calibre 40/50. IAC OL5 – registrada no ano passado, possui ciclo entre 125 a 130 dias e tem moderada resistência à virose, doença de ocorrência recente em São Paulo. É um cultivar que precisa ainda de desenvolvimento. Pode ser caracterizado como rasteiro, crescimento determinado, ciclo igual ou inferior a 130 dias, grãos tipo “runner” e também é um cultivar com a química alto oleico. “Fomos aprendendo ao longo do tempo, junto com os produtores as reações desses cultivares. Hoje, para nós, tem uma série de recomendações que devem ser observadas para que possa conduzir melhor cada cultivar dentro das suas características. No caso da IAC OL3, começa no plantio, já que pode ser plantada em linha simples ou em linhas duplas, isso depende da região, depende do desenvolvimento da planta”, afirmou Godoy.
Espaço Técnico
Para realizar o plantio do amendoim é muito importante ter uma semente de qualidade e junto a essa semente é preciso haver um bom tratamento. As multinacionais Syngenta e BASF mostraram os seus produtos durante o espaço técnico. A Syngenta por meio do representante técnico de vendas, Ivan Evangelista, apresentou o portfólio para o tratamento de sementes destacando o Cruiser. Já a BASF, representada pela assistente técnica de desenvolvimento de mercado, Thaís Meirelles R. da Silva, destacou os fungicidas Opera e Orquestra, ambos usados no tratamento de sementes.
O desempenho das cultivares de amendoim IAC bem como as novidades da cadeia produtiva foram apresentados durante o 8º Encontro de Produtores e Dia de Campo de Amendoim
O Estado de São Paulo produz 400 mil toneladas de amendoim em casca, o que representa 90% do volume nacional. Para promover a atualização técnica em tópicos relevantes da cultura, um ciclo de palestras e visita a campos experimentais foram realizados no dia 10 de fevereiro, em Pindorama-SP, durante o 8º Encontro de Produtores e Dia de Campo de Amendoim.
Organizado pela APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) por meio do Polo Regional Centro-Norte, o evento contou com a presença de produtores do Cinturão do Amendoim (Ibitinga, Borborema, Novo Horizonte e Itajobi), região de Ribeirão Preto e da região de Tupã-Marília, além de técnicos de iniciativas privadas/públicas e estudantes. Abrindo a programação, o professor Dr. Pedro Soares, da FCAV/Unesp de Jaboticabal, explanou sobre a Importância do Amendoim no Controle de Nematoides em Cana-de-açúcar. Existe hoje uma grande demanda para a problemática dos nematoides no Brasil, os sistemas de produção e a agricultura tropical são favoráveis a eles, tornando um problema crescente. De acordo com Soares, a cultura do amendoim talvez seja a melhor opção para reduzir os principais nematoides de diferentes culturas e sistemas de produção.
“O amendoim entra no sistema da cana-de-açúcar como uma cultura excelente para reduzir a população de nematóides fazendo com que a cana a ser cultivada naquela área tenha um desenvolvimento radicular muito melhor, mais sadio, mais produtivo e com maior longevidade”, disse. O professor também destacou que o primeiro passo numa área com problema de nematóides é a identificação.
“Muitas vezes o produtor deixa de fazer a identificação e sai utilizando medidas e principalmente rotação ou sucessão com culturas que geralmente não é a melhor opção para aquele caso, para aquela situação”. Ainda segundo ele, a perda estimada pelos nematoides na agricultura mundial e brasileira é de 12%, todavia essas perdas variam em função de vários fatores como tipo de solo, temperatura, maior impacto na cultura, precipitação, espécie da planta, dentre outros. Outra questão destacada por Soares foi sobre os maquinários. Para ele, a mecanização é hoje um dos fatores principais na disseminação dos nematoides em qualquer cultura.
“A tendência é cada vez mais mecanizar o sistema produtivo devido à dificuldade de mão-de-obra, mas esse maquinário é um fator importante que vai ajudar a disseminar ainda mais os nematoides”, analisou. Na sequência, o pesquisador dr. Hamilton Humberto Ramos, do Centro de Engenharia e Automação do IAC - Jundiaí-SP, discorreu sobre Tecnologia de Aplicação e Eficácia de Agrotóxicos. Na oportunidade, Ramos destacou como a forma de utilização do pulverizador pode interferir na eficácia da aplicação.
"O produtor tem muita dificuldade em entender o uso do pulverizador. Para que ele tenha eficácia na aplicação, é preciso estar atento a três fatores: um bom pulverizador, que ele seja bem regulado e operado por uma pessoa capacitada", comentou. O pesquisador pontuou que o primeiro passo para o produtor fazer certo, é entender o que está errado. A partir do momento em que ele entende esse conceito, ele busca o conhecimento e cresce. “Um pulverizador para cana e um pulverizador para amendoim são diferentes. O espaçamento entre bicos não pode ser o mesmo porque os conceitos de aplicação são diferentes.
Enquanto o produtor não entender essa diferença, vai continuar gastando um volume de água que ele não precisaria e a ter alternâncias de eficácia sem entender por que elas estão acontecendo, a partir do momento que ele muda o conceito, passa a ganhar e a crescer”. Já o presidente da Câmara Setorial do Amendoim, Luiz Antônio Vizeu, falou sobre os trabalhos realizados pela Câmara que este ano completou três anos de existência, os efeitos positivos desses trabalhos e os desafios da cadeia do amendoim, que é manter o crescimento do setor; promover o consumo interno e levantar a importância socioeconômica da cadeia produtiva do amendoim.
“As conquistas efetivas são lentas dentro de uma Câmara Setorial, mas elas ocorrem, são necessárias e a atuação da Câmara é muito importante. Há também os efeitos colaterais positivos. Estamos com um requerimento na Comissão Especial de Sementes e Mudas do Estado de São Paulo para permitir a segunda geração de sementes básicas para dois ou três anos, que é um problema grave na produção de semente de qualidade. Se for aprovado, vamos conseguir dar um salto na multiplicação de sementes de qualidade, sementes certificadas e ainda em fevereiro junto ao governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o protocolo de desburocratização da fiscalização do amendoim”, destacou Vizeu.
Fechando o ciclo de palestras, o pesquisador Dr. Ignácio José de Godoy, do Centro de Grãos e Fibras do IAC Campinas-SP, apresentou as mais recentes cultivares de amendoim e as características desses materiais lançados pelo IAC (Instituto Agronômico), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que é referência em pesquisas com amendoim e responsável pela difusão de sementes aos produtores desde o estabelecimento da cultura no Brasil, por volta de 1950.
Nos últimos oito anos, uma inovação no mercado de amendoim fez-se necessária: os amendoins chamados alto oleicos. A partir dessa época, o IAC começou a concentrar esforços no desenvolvimento de cultivares com essas características de alto teor de ácido oleico e lançou cinco cultivares. Em 2009, foram lançadas o IAC 503 e IAC 505. Há quatro anos, o IAC OL3 e IAC OL4 e, no ano passado, foi registrado mais novo cultivar IAC OL5.
Características dos cultivares
IAC 503 – ciclo muito longo, 140 a 150 dias. Destaques: beneficia diretamente o produtor; moderada resistência à mancha preta (ferrugem e vírus); tem alto potencial produtivo dentro do amendoim rasteiro, em torno de 6.500 kg por hectares; produz grãos relativamente grandes, calibres 38/42. IAC 505 – um cultivar semelhante ao IAC 503, seu ciclo é um pouco menor, 130 a 140 dias, os destaques são: moderada resistência à mancha preta (ferrugem e vírus); potencial produtivo 6.500 kg por hectare; produz grãos de calibre 50, um pouco menor eles são ajustados para alguns produtos - são encapados.
IAC OL3 – o ciclo é menor, mais curto, entre 125 a 130 dias, tem um aspecto de vulnerabilidade que é a suscetibilidade a doenças de folhas e ao vírus. Destaque está no alto potencial produtivo; a projeção em condições favoráveis; capacidade acima de 7.000 kg por hectare em casca e a outra vantagem é que o ciclo dele é mais ajustado para as áreas de renovação de cana, que é uma exigência ainda de uma parte pelo menos de arrendamento de cana.
Os grãos são de calibres tipo “runner” 38/42, ele gera uma boa quantidade de grãos nesse calibre e também 40/50. IAC OL4 - muito semelhante a IAC OL3, o ciclo também é um pouco mais curto 125 a 130 dias, é suscetível a doenças e se destaca pelo alto potencial produtivo no ciclo ajustado para as áreas de cana. O calibre dele é um pouco menor, essa é a diferença básica entre o OL3 e o OL4 com calibre 40/50. IAC OL5 – registrada no ano passado, possui ciclo entre 125 a 130 dias e tem moderada resistência à virose, doença de ocorrência recente em São Paulo. É um cultivar que precisa ainda de desenvolvimento. Pode ser caracterizado como rasteiro, crescimento determinado, ciclo igual ou inferior a 130 dias, grãos tipo “runner” e também é um cultivar com a química alto oleico. “Fomos aprendendo ao longo do tempo, junto com os produtores as reações desses cultivares. Hoje, para nós, tem uma série de recomendações que devem ser observadas para que possa conduzir melhor cada cultivar dentro das suas características. No caso da IAC OL3, começa no plantio, já que pode ser plantada em linha simples ou em linhas duplas, isso depende da região, depende do desenvolvimento da planta”, afirmou Godoy.
Espaço Técnico
Para realizar o plantio do amendoim é muito importante ter uma semente de qualidade e junto a essa semente é preciso haver um bom tratamento. As multinacionais Syngenta e BASF mostraram os seus produtos durante o espaço técnico. A Syngenta por meio do representante técnico de vendas, Ivan Evangelista, apresentou o portfólio para o tratamento de sementes destacando o Cruiser. Já a BASF, representada pela assistente técnica de desenvolvimento de mercado, Thaís Meirelles R. da Silva, destacou os fungicidas Opera e Orquestra, ambos usados no tratamento de sementes.