Usinas puxaram vagas; mais 3 cidades da região estão entre 10 mais de SP. Sem demanda nas metalúrgicas, Sertãozinho perdeu 1.212 empregos... leia mais...
Com 1.396 oportunidades geradas em abril, Pitangueiras (SP) foi o município paulista que mais criou vagas no mês, segundo dados divulgados na sexta-feira (22) pelo Ministério do Trabalho. Impulsionados pela safra da cana-de-açúcar e pelas contratações nas usinas, a cidade e mais outras três da região de Ribeirão Preto (SP) figuraram entre as dez que mais geraram empregos com carteira assinada no Estado, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Por outro lado, Sertãozinho (SP), um dos maiores polos sucroenergéticos do país, amargou a perda de 1.212 vagas em abril, em função da baixa demanda nas metalúrgicas. Maior cidade da região, Ribeirão Preto (SP) também terminou o mês com números negativos - déficit de 395 - , graças a quedas no comércio e nos serviços.
Alta nos empregos
Quatro cidades da região foram as que mais criaram oportunidades de trabalho em abril. Em primeiro lugar no Estado, Pitangueiras contratou 1.587 e somente demitiu 191. Com o saldo de 1.396 vagas, o município melhorou sua posição em relação ao mesmo mês do ano passado, quando ficou em terceiro lugar e acumulou 1.370 vagas. Na sequência, aparecem Guariba, em 5º lugar com 626 oportunidades abertas, Guaíra, em 7º com 563, e Luís Antônio, em 9º com 537 vagas.
Nas quatro localidades foi importante o desempenhos da indústria e da agropecuária, o que o economista José Rita Moreira, diretor da divisão de consultoria da BLB Brasil Auditores e Consultores, associa à atividade da lavoura e das usinas na safra da cana de açúcar.
Ele também cita um cenário marcado por volume suficiente de chuvas no início do ano e incentivos que aumentaram a demanda pelo etanol, como o aumento de seu percentual na gasolina. “Esses fatores foram extremamente positivos para se começar a voltar a acreditar no setor sucroenergético e, com isso, as indústrias voltaram a fazer suas contratações”, analisa o consultor financeiro.
Sertãozinho em baixa
Na outra ponta, a economia de Sertãozinho reagiu de uma maneira diferente. O município perdeu 1.212 postos com carteira assinada em abril, aproximadamente o dobro perdido no mesmo mês em 2014. Ao contrário das usinas, as indústrias metalúrgicas têm menor procura na safra e acabam dispensando funcionários.
Segundo Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br), abril e maio são meses em que contratos temporários fechados entre dezembro e janeiro são finalizados. “O pessoal contrata no começo do ano por três a quatro três meses. Em abril, se dispensa. Mesmo quando o mercado está aquecido, dá uma baixada, porque começa a safra, depois voltava de novo. Como estamos em crise, não teremos praticamente mais nada para frente, porque não tem mais pedido novo”, afirma.
As demissões, segundo Moreira, também são impulsionadas pela menor procura ainda no período da entressafra, quando as usinas recorrem a elas para manutenção de maquinário. Com isso, outros setores de atividade acabam sentindo, com a construção civil, que perdeu 603 oportunidades de trabalho em abril, e o comércio teve déficit de 284.
“Como não houve a atividade principal da cidade, as outras acabam se esvaziando. Se a indústria metalúrgica não está funcionando, o comércio se esvazia, ninguém tem dinheiro para comprar casa”, diz.
Ribeirão e Franca
As duas maiores cidades da região tiveram balanços distintos em abril. Franca terminou o mês com 321 postos gerados - 22,5% a mais em comparação com o mesmo mês em 2014 - e foi a 25ª do Estado em geração de empregos formais, impulsionada pelas contratações da indústria.
Ribeirão Preto, por outro lado, terminou com déficit de 395 vagas, principalmente em razão das demissões no comércio e nas prestadoras de serviços. No mesmo período do ano passado, a cidade criou 709 vagas. "A região compra em Ribeirão. Se ela não está aquecida, Ribeirão sofre diretamente a consequência disso, porque não tem vocação industrial", afirma o economista José Rita Moreira.
Com 1.396 oportunidades geradas em abril, Pitangueiras (SP) foi o município paulista que mais criou vagas no mês, segundo dados divulgados na sexta-feira (22) pelo Ministério do Trabalho. Impulsionados pela safra da cana-de-açúcar e pelas contratações nas usinas, a cidade e mais outras três da região de Ribeirão Preto (SP) figuraram entre as dez que mais geraram empregos com carteira assinada no Estado, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Por outro lado, Sertãozinho (SP), um dos maiores polos sucroenergéticos do país, amargou a perda de 1.212 vagas em abril, em função da baixa demanda nas metalúrgicas. Maior cidade da região, Ribeirão Preto (SP) também terminou o mês com números negativos - déficit de 395 - , graças a quedas no comércio e nos serviços.
Alta nos empregos
Quatro cidades da região foram as que mais criaram oportunidades de trabalho em abril. Em primeiro lugar no Estado, Pitangueiras contratou 1.587 e somente demitiu 191. Com o saldo de 1.396 vagas, o município melhorou sua posição em relação ao mesmo mês do ano passado, quando ficou em terceiro lugar e acumulou 1.370 vagas. Na sequência, aparecem Guariba, em 5º lugar com 626 oportunidades abertas, Guaíra, em 7º com 563, e Luís Antônio, em 9º com 537 vagas.
Nas quatro localidades foi importante o desempenhos da indústria e da agropecuária, o que o economista José Rita Moreira, diretor da divisão de consultoria da BLB Brasil Auditores e Consultores, associa à atividade da lavoura e das usinas na safra da cana de açúcar.
Ele também cita um cenário marcado por volume suficiente de chuvas no início do ano e incentivos que aumentaram a demanda pelo etanol, como o aumento de seu percentual na gasolina. “Esses fatores foram extremamente positivos para se começar a voltar a acreditar no setor sucroenergético e, com isso, as indústrias voltaram a fazer suas contratações”, analisa o consultor financeiro.
Sertãozinho em baixa
Na outra ponta, a economia de Sertãozinho reagiu de uma maneira diferente. O município perdeu 1.212 postos com carteira assinada em abril, aproximadamente o dobro perdido no mesmo mês em 2014. Ao contrário das usinas, as indústrias metalúrgicas têm menor procura na safra e acabam dispensando funcionários.
Segundo Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br), abril e maio são meses em que contratos temporários fechados entre dezembro e janeiro são finalizados. “O pessoal contrata no começo do ano por três a quatro três meses. Em abril, se dispensa. Mesmo quando o mercado está aquecido, dá uma baixada, porque começa a safra, depois voltava de novo. Como estamos em crise, não teremos praticamente mais nada para frente, porque não tem mais pedido novo”, afirma.
As demissões, segundo Moreira, também são impulsionadas pela menor procura ainda no período da entressafra, quando as usinas recorrem a elas para manutenção de maquinário. Com isso, outros setores de atividade acabam sentindo, com a construção civil, que perdeu 603 oportunidades de trabalho em abril, e o comércio teve déficit de 284.
“Como não houve a atividade principal da cidade, as outras acabam se esvaziando. Se a indústria metalúrgica não está funcionando, o comércio se esvazia, ninguém tem dinheiro para comprar casa”, diz.
Ribeirão e Franca
As duas maiores cidades da região tiveram balanços distintos em abril. Franca terminou o mês com 321 postos gerados - 22,5% a mais em comparação com o mesmo mês em 2014 - e foi a 25ª do Estado em geração de empregos formais, impulsionada pelas contratações da indústria.
Ribeirão Preto, por outro lado, terminou com déficit de 395 vagas, principalmente em razão das demissões no comércio e nas prestadoras de serviços. No mesmo período do ano passado, a cidade criou 709 vagas. "A região compra em Ribeirão. Se ela não está aquecida, Ribeirão sofre diretamente a consequência disso, porque não tem vocação industrial", afirma o economista José Rita Moreira.