Plano de reestruturação interna da Abengoa Bioenergia deve ser concluído ainda este mês

19/02/2016 Cana-de-Açúcar POR: Agência Estado
A Abengoa Bioenergia planeja concluir até o fim deste mês o plano de reestruturação interna para poder renegociar dívidas com bancos e dar continuidade aos pagamentos a fornecedores. Em entrevista exclusiva ao Broadcast Agro, o diretor e porta-voz do braço sucroenergético do conglomerado espanhol, Rogério Abreu dos Santos, informou que o orçamento em discussão prevê a moagem de 5,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2016/17 e desconsidera qualquer apoio por parte da matriz, com sede em Sevilha.
"A tendência é que as coisas se acertem, que tenhamos tudo acordado, para seguirmos com as operações e acertarmos toda a dívida em 2016", disse, reafirmando não estar no radar qualquer pedido de recuperação judicial.
De acordo com o executivo, o plano de reestruturação inclui a reavaliação de contratos com fornecedores que não trazem "boa margem", seja por questões de distância até as unidades fabris ou de qualidade da matéria-prima. A companhia também pretende elevar os índices de produtividade e não planeja demitir. "Queremos operar para fazer caixa", afirmou Abreu dos Santos.
As 5,8 milhões de toneladas de moagem estimadas para o ciclo 2016/17 estão em linha com o observado nos dois anteriores. No total, a Abengoa Bioenergia, com duas usinas no interior de São Paulo, uma em Pirassununga e outra em São João da Boa Vista, tem capacidade para processar 6,7 milhões de toneladas de cana por ano.
Em 2016, as unidades devem alternar os períodos de manutenção, para que o processamento não seja interrompido mesmo no período tradicional de entressafra. Em abril, quando se inicia oficialmente a próxima temporada, a companhia deverá ter as duas plantas em operação, com mix previsto para o ciclo de 65% para açúcar e 35% para etanol.
A Abengoa Bioenergia chegou ao País em 2007 ao adquirir o controle da Dedini Agro por R$ 1,3 bilhão e assumir R$ 730 milhões em dívidas. Um ano depois, houve a crise mundial de liquidez e o início das dificuldades do setor de etanol por causa do congelamento dos preços da gasolina. No segundo semestre do ano passado, a situação ficou ainda mais delicada devido ao pedido de pré-recuperação judicial pela matriz na Espanha, e os fornecedores de cana no Brasil deixaram de receber.
Segundo Abreu dos Santos, os atrasos nos pagamentos começaram em setembro passado, mas a situação já está sendo resolvida. No início deste mês, a Abengoa Bioenergia pagou a primeira parcela da dívida com os produtores e planeja quitar mais duas em março e abril. Fornecedores na região de São João da Boa Vista já haviam relatado ao Broadcast Agro que cada uma das parcelas representa 10% do total, enquanto os 70% restantes serão renegociados. No mercado, estima-se que a empresa teria R$ 500 milhões em débito com os produtores. Abreu dos Santos, no entanto, afirmou que o montante é "bem menor" que isso. Ele não citou números.
A Abengoa Bioenergia trabalha com aproximadamente 900 fornecedores. Desse total, 20 não receberam a primeira parcela porque estavam com algum processo na Justiça contra a empresa, afirmou o executivo.
Aporte
Abreu dos Santos comentou também sobre o aporte feito pela gestora de fundos norte-americana Waddell&Reed, que agora detém 5% da Abengoa. O negócio foi anunciado na segunda-feira e fez as ações da empresa dispararem quase 20% na Bolsa de Madri. "Isso melhora o ambiente de uma maneira geral e se reverte em créditos positivos para nós", disse o diretor. 
A Abengoa Bioenergia planeja concluir até o fim deste mês o plano de reestruturação interna para poder renegociar dívidas com bancos e dar continuidade aos pagamentos a fornecedores. Em entrevista exclusiva ao Broadcast Agro, o diretor e porta-voz do braço sucroenergético do conglomerado espanhol, Rogério Abreu dos Santos, informou que o orçamento em discussão prevê a moagem de 5,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2016/17 e desconsidera qualquer apoio por parte da matriz, com sede em Sevilha.

"A tendência é que as coisas se acertem, que tenhamos tudo acordado, para seguirmos com as operações e acertarmos toda a dívida em 2016", disse, reafirmando não estar no radar qualquer pedido de recuperação judicial.
De acordo com o executivo, o plano de reestruturação inclui a reavaliação de contratos com fornecedores que não trazem "boa margem", seja por questões de distância até as unidades fabris ou de qualidade da matéria-prima. A companhia também pretende elevar os índices de produtividade e não planeja demitir. "Queremos operar para fazer caixa", afirmou Abreu dos Santos.

 
As 5,8 milhões de toneladas de moagem estimadas para o ciclo 2016/17 estão em linha com o observado nos dois anteriores. No total, a Abengoa Bioenergia, com duas usinas no interior de São Paulo, uma em Pirassununga e outra em São João da Boa Vista, tem capacidade para processar 6,7 milhões de toneladas de cana por ano.
Em 2016, as unidades devem alternar os períodos de manutenção, para que o processamento não seja interrompido mesmo no período tradicional de entressafra. Em abril, quando se inicia oficialmente a próxima temporada, a companhia deverá ter as duas plantas em operação, com mix previsto para o ciclo de 65% para açúcar e 35% para etanol.
A Abengoa Bioenergia chegou ao País em 2007 ao adquirir o controle da Dedini Agro por R$ 1,3 bilhão e assumir R$ 730 milhões em dívidas. Um ano depois, houve a crise mundial de liquidez e o início das dificuldades do setor de etanol por causa do congelamento dos preços da gasolina. No segundo semestre do ano passado, a situação ficou ainda mais delicada devido ao pedido de pré-recuperação judicial pela matriz na Espanha, e os fornecedores de cana no Brasil deixaram de receber.
Segundo Abreu dos Santos, os atrasos nos pagamentos começaram em setembro passado, mas a situação já está sendo resolvida. No início deste mês, a Abengoa Bioenergia pagou a primeira parcela da dívida com os produtores e planeja quitar mais duas em março e abril. Fornecedores na região de São João da Boa Vista já haviam relatado ao Broadcast Agro que cada uma das parcelas representa 10% do total, enquanto os 70% restantes serão renegociados. No mercado, estima-se que a empresa teria R$ 500 milhões em débito com os produtores. Abreu dos Santos, no entanto, afirmou que o montante é "bem menor" que isso. Ele não citou números.
A Abengoa Bioenergia trabalha com aproximadamente 900 fornecedores. Desse total, 20 não receberam a primeira parcela porque estavam com algum processo na Justiça contra a empresa, afirmou o executivo.
Aporte
Abreu dos Santos comentou também sobre o aporte feito pela gestora de fundos norte-americana Waddell&Reed, que agora detém 5% da Abengoa. O negócio foi anunciado na segunda-feira e fez as ações da empresa dispararem quase 20% na Bolsa de Madri. "Isso melhora o ambiente de uma maneira geral e se reverte em créditos positivos para nós", disse o diretor.