Plataforma de conteúdos de gestão para o agronegócio é lançada na Capital paulista
21/11/2017
Agronegócio
POR: Revista Canavieiros
Por: Fernanda Clariano
Duas companhias uniram suas expertises para desenvolver uma plataforma digital com conteúdos de conhecimento complementar, inserindo as preocupações do agronegócio dentro dos grandes debates da gestão.
Chamada de Futuro Fértil, a plataforma reúne vídeos, artigos, livros e podcasts. “A ideia do projeto Futuro Fértil foi justamente unir as expertises de educação para gestão com o nosso conhecimento e com a nossa plataforma de geração de conteúdo para e sobre o agronegócio. Entendíamos que faltava trazer este conhecimento de gestão para o agro e também mostrar os bons exemplos que já existem para o público em geral das cidades - o público mais urbano”, disse Luiz Fernando Sá, sócio e diretor editorial das plataformas Plant Project e da StartAgro.
Para marcar o lançamento, a Plant Project e StartAgro e a HSM Educação Executiva, com o apoio da CBN, reuniram no mês de setembro, na unidade do We Work, em São Paulo, renomados representantes do agro como Luiz Fernando Sá; Luís Lobão, diretor e professor da HSM Educação Executiva; Rafael Okuda, diretor para área de agronegócios da SAP, empresa alemã de software de gestão; Paulo Herrmann, CEO da John Deere Brasil, uma das maiores fabricantes mundiais e equipamentos agrícolas e de construção do mundo; Victor Campanelli, diretor da Agropastoril Paschoal Campanelli e Roberto Nonato, âncora da CBN (moderador), para um bate-papo sobre o tema “Gestão no Campo e o futuro do agronegócio – O que a cidade tem a ver com isso”?
Será que a sociedade percebe a importância do agronegócio, a importância de se discutir esse tema atualmente? As pessoas observam a importância do agronegócio hoje? Quais são as preocupações para o setor? No evento de lançamento, os convidados debateram a situação da gestão no agro brasileiro.
O presidente da John Deere Brasil, na ocasião, comentou sobre uma pesquisa realizada pela Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), sobre como o agro é percebido na sociedade urbana. “A constatação da pesquisa foi de que a sociedade urbana respeita e entende o agronegócio, mas que muitas vezes ela é mal informada, a sociedade é alimentada com informações que não são adequadas e aí ela se posiciona também de maneira não adequada em relação ao agro”. Herrmann ainda apontou a falta de gestão empresarial no campo como um dos desafios do agro. “O agro brasileiro nos dá orgulho pela capacidade de produzir de maneira sustentável. O balanço positivo que estamos tendo não é obra do acaso, temos acesso a tecnologias de todas as naturezas e isso é muito bom, porém, enfrentamos um grande desafio que é a questão de gestão. Falta discutir, como em empresas, por exemplo, o que funcionou ou não no último ciclo para não repetir os mesmos problemas no ano seguinte”. O executivo também destacou que estudos feitos pela empresa em que atua apontaram que da tecnologia disponibilizada nos maquinários, apenas 50% a 60% efetivamente é transformada em trabalho. “Ainda há um espaço muito grande para aumentar a eficiência da tecnologia que está sendo oferecida ao setor”, observou Herrmann.
A falta de aproximação entre a sociedade e o agro, foi analisada pelo diretor da Agropastoril Paschoal Campanelli, Victor Campanelli. “Não conseguimos vender a imagem do agronegócio, que é quem sustenta o mundo, e isso é lamentável. O trabalho da porteira para dentro é ‘show de bola’ e da porteira para fora deixa a desejar”. Campanelli também pontuou que o que falta para o agro no Brasil é se aproximar mais da sociedade. “Sinto um distanciamento muito grande da sociedade com o produtor rural. O produtor não consegue vender a imagem para a sociedade do quão a agricultura é importante para os brasileiros, tanto em relação ao que entra na mesa deles, quanto o que representa para a economia do país”.