Platts Kingsman reduz estimativa para cana do centro-sul
31/08/2014
Cana-de-Açúcar
POR: Portal Exame
A consultoria Platts Kingsman reduziu sua previsão para a safra de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil em 7 milhões de toneladas, para 568 milhões, devido aos efeitos da seca prolongada no país e a baixas produtividades, embora a estimativa ainda esteja acima da realizada pelas próprias usinas.Os números da Platts Kingsman fornecidos para a Reuters mostram uma estabilidade na produção de açúcar em 2014/15 em 32,87 milhões de toneladas. O mix de produção deverá ser de 44,8 por cento de cana indo para a produção de açúcar, ante 45 por cento na previsão anterior.A empresa fornecedora de dados havia feito sua última estimativa em junho, quando chuvas eram esperadas para os meses seguintes. No entanto, o tempo ficou mais seco que o esperado, apesar de chuvas esparsas em julho."Apesar de o total de cana processada até o final de julho ser maior que ano passado, a produtividade agrícola está muito abaixo, devido à seca", avaliou a Platts Kingsman em seu relatório."A produtividade média de 2013/14 ficou perto de 79-80 toneladas de cana por hectare, enquanto este ano esperamos um índice perto de 72-73 toneladas/hectare." Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgados na terça-feira, a moagem de cana do centro-sul do Brasil em 2014/15 deverá ficar em 545,9 milhões de toneladas, ante 580 milhões de sua previsão de abril.A produção de etanol na região deverá ficar em 24 bilhões de litros, 6,14 por cento menos que em 2013/14, enquanto a de açúcar cairá 8,6 por cento, para 31,36 milhões de toneladas, previu a Unica.A Platts Kingsman disse que as produtividades têm sido fracas e que deverão ficar assim até o final da safra.As produtividades agrícolas tendem a cair à medida que a temporada aproxima-se do final.O analista sênior da Platts Kingsman Claudiu Covrig disse que as especulações do mercado sobre a possibilidade de um encerramento abrupto da moagem não é uma certeza, apesar das baixas produtividades."Ainda acreditamos que haverá um número importante de usinas moendo em outubro, reduzindo gradualmente a atividade até novembro", afirmou."Agora que entramos na segunda metade da temporada, a cana em muitas áreas ainda está pouco desenvolvida e alguns contatos acreditam que as usinas podem preferir deixar a cana em pé", disse o relatório da Platts Kingsman.Algumas estimativas apontam para até 20 milhões de toneladas de cana sendo deixada no campo para a próxima temporada."Neste ponto, e considerando as dificuldades financeiras enfrentadas por muitas usinas, nós ainda acreditamos que as usinas irão tentar moer o máximo possível, para diluir custos", disse a consultoria.