A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) espera que o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, apresente na próxima reunião do Comitê Agrícola da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, os questionamentos sobre a política do governo da Tailândia para sua produção de açúcar.
A presidente da Unica, Elizabeth Farina, afirmou que há alguns anos a entidade vem identificando fortes indícios de distorção na po lítica do governo da Tailândia para sua produção local e que, por isso, contatou o governo brasileiro para que mais informações sejam solicitadas ao país asiático, no âmbito da OMC.
O Brasil é o maior exportador global de açúcar, responsável por cerca de 50% do volume negociado no mundo. Nos últimos anos, a Tailândia despontou como uma grande competidora, assumindo a segunda posição na exportação.
No entanto, o que se observou, disse Elizabeth, é que o avanço do concorrente asiático está calcado em um conjunto de políticas internas de apoio ao aumento da produção interna. Mas como o consumo interno de açúcar na Tailândia é pequeno, essa política acaba se refletindo no aumento das exportações, segundo a presidente da Unica. "O sinal é de que há um apoio para substituição do plantio de arroz por cana, com subsídio ao produtor e preços mínimos no mercado interno, além de um conjunto de instrumentos para
ampliar a produção local".
É o que a pesquisadora sênior da consultoria em comércio internacional Agroicone, Luciane Chiodi Bachion, chama de "subsídio cruzado". No caso da Tailândia, há uma cota de comercialização de açúcar no mercado interno, controlada pelo governo e cujos preços são muito mais elevados do que os de exportação", explicou a pesquisadora.
Essa remuneração artificialmente alta dá sustentação para que a indústria na Tailândia siga produzindo e exportando a commodity, ainda que os preços internacionais estejam deprimidos, como é o caso dos últimos três anos. Além disso, a Tailândia faz pagamento adicional aos seus produtores de cana para que consigam fornecer a matéria-prima a preços estáveis à indústria.
Até o momento, segundo Luciane, os estudos sobre essa política da Tailândia para o açúcar vêm sendo feitos com base em dados de terceiros, tais como os do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
"Por isso, é preciso fazer esses questionamentos oficiais ao governo tailandês para entender como funciona essa política para a commodity e ter informações mais seguras", afirmou.
A Tailândia, agora objeto de dúvidas quanto à sua política interna para o açúcar, já foi um aliado do Brasil, juntamente com a Austrália, no contencioso aberto em 2010 contra os subsídios dados pela União Europeia aos seus produtores da commodity.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) espera que o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, apresente na próxima reunião do Comitê Agrícola da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, os questionamentos sobre a política do governo da Tailândia para sua produção de açúcar.
A presidente da Unica, Elizabeth Farina, afirmou que há alguns anos a entidade vem identificando fortes indícios de distorção na po lítica do governo da Tailândia para sua produção local e que, por isso, contatou o governo brasileiro para que mais informações sejam solicitadas ao país asiático, no âmbito da OMC.
O Brasil é o maior exportador global de açúcar, responsável por cerca de 50% do volume negociado no mundo. Nos últimos anos, a Tailândia despontou como uma grande competidora, assumindo a segunda posição na exportação.
No entanto, o que se observou, disse Elizabeth, é que o avanço do concorrente asiático está calcado em um conjunto de políticas internas de apoio ao aumento da produção interna. Mas como o consumo interno de açúcar na Tailândia é pequeno, essa política acaba se refletindo no aumento das exportações, segundo a presidente da Unica. "O sinal é de que há um apoio para substituição do plantio de arroz por cana, com subsídio ao produtor e preços mínimos no mercado interno, além de um conjunto de instrumentos para
ampliar a produção local".
É o que a pesquisadora sênior da consultoria em comércio internacional Agroicone, Luciane Chiodi Bachion, chama de "subsídio cruzado". No caso da Tailândia, há uma cota de comercialização de açúcar no mercado interno, controlada pelo governo e cujos preços são muito mais elevados do que os de exportação", explicou a pesquisadora.
Essa remuneração artificialmente alta dá sustentação para que a indústria na Tailândia siga produzindo e exportando a commodity, ainda que os preços internacionais estejam deprimidos, como é o caso dos últimos três anos. Além disso, a Tailândia faz pagamento adicional aos seus produtores de cana para que consigam fornecer a matéria-prima a preços estáveis à indústria.
Até o momento, segundo Luciane, os estudos sobre essa política da Tailândia para o açúcar vêm sendo feitos com base em dados de terceiros, tais como os do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
"Por isso, é preciso fazer esses questionamentos oficiais ao governo tailandês para entender como funciona essa política para a commodity e ter informações mais seguras", afirmou.
A Tailândia, agora objeto de dúvidas quanto à sua política interna para o açúcar, já foi um aliado do Brasil, juntamente com a Austrália, no contencioso aberto em 2010 contra os subsídios dados pela União Europeia aos seus produtores da commodity.