Ponto de Vista: Agrishow, uma das três maiores feiras do mundo, foi o evento mais badalado no ramo do agronegócio

19/06/2018 Agronegócio POR: Revista Canavieiros
Em 2018, a feira que aconteceu de 30 de abril a 4 de maio, em Ribeirão Preto, São Paulo, bateu recorde e movimentou R$ 2,7 bilhões. E para o ano que vem deve incorporar mais 140 mil m² o que, se ocorrer, passará a ser a maior do planeta.

Foi um show de alta tecnologia na área na agropecuária. As máquinas se pareciam cada vez mais robôs de inteligência artificial e aumentada do que somente máquinas. Muitas startups estavam presentes na Agrishow apoiadas pelo Sebrae e Senar, entre outros órgãos.

O evento deste ano foi presidido por Francisco Matturro, vice-presidente da Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, que foi a idealizadora da Agrishow, que este ano completa 25 anos.

Evaristo Miranda, diretor da área de monitoramento por satélite da Embrapa, mostrou que o Brasil teria um total de R$ 3,5 trilhões se valorizasse os ativos imobilizados em áreas protegidas e preservadas. Se incorporasse esse valor no volume do agronegócio do Brasil, de cerca de R$ 1,5 trilhão, o PIB do agronegócio passaria a ser 75% do PIB brasileiro. Se aumentasse o valor desse ativo em áreas preservadas na maior do mundo, o Brasil seria da 6ª economia do planeta (hoje é a 9ª economia).

Ou seja, existem muitos números na economia que não são contados, mas que contam, e ao contabilizarmos esses números intangíveis, vamos apropriando de novos valores, visões e fundamentos humanos, da gestão do país, das nossas vidas e do planeta. 
Uma das ideias mais importantes para dominarem os fatores incontroláveis da produção agropecuária foi debatida e apresentada na Arena do Conhecimento da Agrometeorologia de Precisão, no stand da Climatempo.

O Brasil pode vir a ter a mesma cobertura de precisão meteorológica dos Estados Unidos se os produtores rurais que tiverem suas estações meteorológicas próprias e endereçarem seus sinais para um satélite que consiga cobrir o país.

Nos Estados Unidos são cobertos na sua área agrícola cerca de 25 mil estações meteorológicas. No Brasil são apenas 500 estações do Governo. Temos o mesmo número de estações compradas por produtores e cooperativas do agro brasileiro.
Se compartilharmos essas estações no satélite passaremos a ter um nível sensacional de precisão meteorológica, fazenda a fazenda, no país. Com o satélite temos uma cobertura de sinais independentes dos demais sinais da telecomunicação brasileira, que da mesma forma perde extraordinariamente para a cobertura dos Estados Unidos.

Sem precisar de Governo, o agronegócio pode ter uma cobertura excelente e com a mesma dimensão norte-americana, compartilhando e direcionando para um satélite (já disponível) as informações climáticas de cada local específico de cada fazenda brasileira.

Um avanço de viabilidade do uso da moderna tecnologia, plena de sensores e de novos contadores que contam o que antes já existia, mas não podia ser contado.

Mas como Einstein escreveu: “existem números que contam, mas não podem ser contados, e outros que são contados, mas não contam”. Hoje no agro de precisão passamos a contar números que antes não contávamos, mas que contam muito na gestão do novo e da nova produtora e produtor do Brasil.
 
*José Luiz Tejon é jornalista e publicitário. Mestre em Arte e Cultura pela Universidade Mackenzie com diversas especializações no exterior. Doutor em Educação. Coordenador acadêmico do MBA França & Brasil, da Audencia Business School, de Nantes (França). Foi diretor dos Grupos Agroceres, Jacto e Estadão. Prêmio Top ofMind. Palestrante e Best Keynote Speaker Olmix, em Paris. É sócio-diretor da Biomarketing. Tem 33 livros publicados (em autoria e coautoria), entre eles O voo do cisne, best-seller, que chegou à sua 13ª edição.