As tecnologias móveis mudaram a rotina de trabalho e consumo em todo o mundo, impulsionando o crescimento econômico. Em 2014, a indústria de produtos e serviços móveis gerou receitas de US$ 3,3 trilhões, responsável por 11 milhões de empregos, informa estudo do Boston Consulting Group (BCG), encomendado pela Qualcomm.
As pequenas e médias empresas que adotaram mais tecnologias móveis aumentaram seu faturamento até duas vezes mais rápido e fizeram contratações com velocidade até oito vezes superior a seus concorrentes, informa o estudo, que consultou 3,5 mil companhias em seis países - Estados Unidos, Alemanha, Coreia do Sul, China, Índia e Brasil. Se mais companhias ampliarem o uso de tecnologias móveis, 7 milhões de empregos podem ser criados nesses países, estima o BCG.
No conjunto dos seis mercados avaliados - responsáveis por 47% de todos os bens e serviços produzidos no mundo -, o segmento de tecnologias móveis contribuiu em mais de US$ 1,2 trilhão para o Produto Interno Bruto (PIB). A maior representatividade em relação ao PIB é na Coreia do Sul (11%); a menor, no Brasil (1,7%).
Os gastos em pesquisa e desenvolvimento somaram US$ 1,8 trilhão de 2009 a 2013, quase inteiramente financiados por empresas privadas. Mais US$ 4 trilhões devem ser necessários até 2020, para colher os benefícios do 5G e de outras tecnologias, sendo que a 'internet das coisas' e os aparelhos conectados tendem a crescer de forma significativa.
A pesquisa ouviu também 7,5 mil consumidores. A maioria dos entrevistados disse estar disposta a deixar de jantar fora ou de ter um dia de folga na semana para manter o telefone celular. O custo para se manter conectado no Brasil representa cerca de 20% da renda anual; na China e na Índia, supera 40%. Já nos países desenvolvidos (EUA, Alemanha e Coreia do Sul), corresponde a cerca de 12% da renda.
O aumento da velocidade das redes e a queda dos custos para conexões e compra de aparelhos trouxeram novas formas de pagar contas, fazer compras ou fugir do trânsito. O consumidor espera que novos aplicativos, aparelhos e redes ampliem as conexões - "com tudo, e em todos os lugares", afirma o estudo. A adoção dos padrões 3G e 4G atingiu cerca de 3 bilhões de assinantes em menos de 15 anos, e deve chegar a mais de 8 bilhões até 2020.
A evolução é rápida. Os gastos para a transmissão de um megabyte, por exemplo, diminuíram 95% na passagem do 2G para o 3G e mais 67% na migração do 3G para o 4G. A colaboração do setor para solucionar problemas técnicos, estabelecer padrões e licenciar a propriedade intelectual também foram fundamentais para a 'revolução' das tecnologias móveis, diz o BCG.
A Raízen, empresa de cana-de-açúcar e distribuição de combustíveis controlada pela Cosan e pela Shell, vai desativar por dois anos a operação industrial da usina Bom Retiro, localizada em Capivari (SP). A unidade tem capacidade para moer 1 milhão de toneladas de cana por ano e integra a operação sucroalcooleira do grupo, formada por outras 23 usinas no Centro-Sul do país.
Conforme a empresa, a medida foi tomada para minimizar o efeito da escassez de cana no negócio. Devido à forte estiagem que afetou os canaviais do Estado de São Paulo em 2014, as áreas agrícolas da empresa localizadas na região de Piracicaba foram também prejudicadas.
Com isso, 250 funcionários da usina foram demitidos e os outros 506, que atuam na área agrícola, permaneceram na operação no campo, uma vez que a unidade vai fornecer matéria-prima para ser processada nas outras quatro usinas do grupo na região.
Ao todo, a Raízen tem cinco unidades nesse polo (chamado Piracicaba) que soma capacidade para processar 11 milhões de toneladas, mas detém uma oferta de cana da ordem de 8 milhões de toneladas. "A suspensão das atividades industriais visa otimizar a produção de outras plantas da Raízen na região, através do redirecionamento de matéria-prima para as mesmas, cuja ociosidade cresceu neste ano-safra em função da seca que atingiu os canaviais", afirmou a Raízen em nota.
Conforme a empresa, a operação agrícola dos fornecedores de cana-de-açúcar da Raízen na região não será impactada. A companhia garantiu também que a produção prevista pela empresa não será afetada.
Em março do ano passado, antes do início da safra 2014/15, a Biosev, a segunda maior companhia de açúcar e etanol do país, também tomou uma medida semelhante, ao desativar a unidade paulista Jardest, localizada em Jardinópolis. Na época, a empresa, controlada pela francesa Louis Dreyfus Commodities, informou a demissão de 528 funcionários, do total de 728 que estavam empregados na unidade.