Os teresinenses que possuem carros ou motocicletas com o sistema bicombustível têm reclamado que, nos últimos meses, inúmeros postos da capital suspenderam – ou mesmo encerraram – a venda do etanol para os consumidores.
A ausência do álcool tem sido observada em estabelecimentos espalhados por toda a cidade – em bairros das zonas Sul, Sudeste, Norte, Leste, e até mesmo no Centro.
Na última quinta-feira (30), para constatar a dimensão do problema, a reportagem do portal O DIA percorreu 30 postos da cidade, todos localizados em ruas ou avenidas com grande movimentação de veículos.
Foram consultados postos de cinco bandeiras distintas, situados no Centro; Saci, Parque Piauí e Morada Nova (zona Sul); Dirceu Arcoverde (zona Sudeste); Morada do Sol, Horto, Ininga e Jóquei (zona Leste); Buenos Aires, Mocambinho, Aeroporto, Vila Operária e Marquês (zona Norte).
Dos 30 postos pesquisados, em 14 não havia álcool à venda – o que equivale a 46% do total da amostra. No Centro, por exemplo, a reportagem d’O DIA consultou três estabelecimentos, e em apenas um deles o etanol estava disponível.
Na Avenida Dr. Luís Pires Chaves, a principal do bairro Saci, o frentista de um posto revelou que há mais de um ano o álcool deixou de ser comercializado, pois “não estava dando lucro”.
A mesma justificativa foi apresentada por frentistas de postos situados na Rua Rui Barbosa (Centro), na Avenida Dom Severino (Morada do Sol) e na Rua Coelho de Resende (Marquês).
Em outros postos, os frentistas disseram que a ausência de álcool era temporária, e que logo o combustível voltaria a ser comercializado. Mas a maioria dos funcionários ouvidos pela reportagem preferiu não dar detalhes sobre a escassez do etanol.
Num posto situado na Avenida Nossa Senhora de Fátima, o frentista admitiu que havia, sim, álcool estocado, mas revelou que o dono do estabelecimento mandou suspender a comercialização do biocombustível até que o preço da gasolina volte a subir. A intenção do empresário seria, supostamente, comercializar o etanol armazenado a um preço maior, maximizando seu lucro.
Esta semana, cogitou-se que o novo reajuste da gasolina seria anunciado durante reunião do Conselho de Administração da Petrobras nesta sexta-feira (31), o que acabou não se confirmando. Mas a previsão do Governo Federal é que o aumento seja anunciado ainda no mês de novembro.
Em busca de uma explicação para a escassez de álcool na capital, a reportagem tentou contato com o presidente do Sindicato dos Postos, Robert Ataíde, mas não houve retorno.
Em apenas quatro Estados compensa abastecer com álcool, diz ANP
Nesta sexta, a Agência Nacional do Petróleo divulgou um levantamento apontando que o preço do litro do etanol subiu em onze Estados brasileiros, e caiu em dez.
Em outros cinco Estados e no Distrito Federal os valores ficaram estáveis.
Segundo a ANP, o álcool esteve mais competitivo que a gasolina apenas em Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Nos demais Estados e no Distrito Federal a gasolina continua mais competitiva.
Nos postos de Teresina consultados pel’O DIA, o preço do biocombustível varia de R$ 2,42 a R$ 2,69.
Ciclo inflacionário culminou com desinteresse pelo álcool
A tecnologia bicombustível para abastecimento de veículos automotivos foi lançada no Brasil no ano de 2003, com a promessa de oferecer aos consumidores uma excelente oportunidade para economizar, através da possibilidade de abastecimento com duas opções de combustível - o etanol e a gasolina.
A partir daquele ano, com a popularização dos carros "flex", teve início um processo gradual de encarecimento do álcool nas bombas dos postos brasileiros. À medida que o consumo crescia, o preço do etanol também aumentava, aproximando-se cada vez mais do da gasolina. E a vantagem da nova tecnologia de abastecimento passou a ter um efeito cada vez menor no bolso dos consumidores.
Nos últimos anos, o ciclo inflacionário do etanol atingiu seu ápice, e a demanda pelo combustível voltou a cair. Isso, porém, não provocou uma redução do seu preço nas bombas. Daí a explicação para o generalizado desinteresse dos donos de postos em comercializar este tipo de combustível, que é muito menos poluente que o diesel e a gasolina.
Como saber se o preço do álcool está bom
Via de regra, o litro do etanol é mais barato que o da gasolina. No entanto, como este combustível rende mais que aquele, os motoristas passaram a evitar abastecer seus veículos com álcool, a não ser que o valor esteja, de fato, muito atrativo.
De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o abastecimento do veículo flex com álcool só é vantajoso se o litro deste combustível estiver custando até 70% do valor do litro da gasolina. Mas estudos recentes feitos pela empresa de consultoria Ecofrotas apontou que vale a pena abastecer com etanol se o seu preço corresponder a até 80% do da gasolina.
Os teresinenses que possuem carros ou motocicletas com o sistema bicombustível têm reclamado que, nos últimos meses, inúmeros postos da capital suspenderam – ou mesmo encerraram – a venda do etanol para os consumidores.
A ausência do álcool tem sido observada em estabelecimentos espalhados por toda a cidade – em bairros das zonas Sul, Sudeste, Norte, Leste, e até mesmo no Centro.
Na última quinta-feira (30), para constatar a dimensão do problema, a reportagem do portal O DIA percorreu 30 postos da cidade, todos localizados em ruas ou avenidas com grande movimentação de veículos.
Foram consultados postos de cinco bandeiras distintas, situados no Centro; Saci, Parque Piauí e Morada Nova (zona Sul); Dirceu Arcoverde (zona Sudeste); Morada do Sol, Horto, Ininga e Jóquei (zona Leste); Buenos Aires, Mocambinho, Aeroporto, Vila Operária e Marquês (zona Norte).
Dos 30 postos pesquisados, em 14 não havia álcool à venda – o que equivale a 46% do total da amostra. No Centro, por exemplo, a reportagem d’O DIA consultou três estabelecimentos, e em apenas um deles o etanol estava disponível.
Na Avenida Dr. Luís Pires Chaves, a principal do bairro Saci, o frentista de um posto revelou que há mais de um ano o álcool deixou de ser comercializado, pois “não estava dando lucro”.
A mesma justificativa foi apresentada por frentistas de postos situados na Rua Rui Barbosa (Centro), na Avenida Dom Severino (Morada do Sol) e na Rua Coelho de Resende (Marquês).
Em outros postos, os frentistas disseram que a ausência de álcool era temporária, e que logo o combustível voltaria a ser comercializado. Mas a maioria dos funcionários ouvidos pela reportagem preferiu não dar detalhes sobre a escassez do etanol.
Num posto situado na Avenida Nossa Senhora de Fátima, o frentista admitiu que havia, sim, álcool estocado, mas revelou que o dono do estabelecimento mandou suspender a comercialização do biocombustível até que o preço da gasolina volte a subir. A intenção do empresário seria, supostamente, comercializar o etanol armazenado a um preço maior, maximizando seu lucro.
Esta semana, cogitou-se que o novo reajuste da gasolina seria anunciado durante reunião do Conselho de Administração da Petrobras nesta sexta-feira (31), o que acabou não se confirmando. Mas a previsão do Governo Federal é que o aumento seja anunciado ainda no mês de novembro.
Em busca de uma explicação para a escassez de álcool na capital, a reportagem tentou contato com o presidente do Sindicato dos Postos, Robert Ataíde, mas não houve retorno.
Em apenas quatro Estados compensa abastecer com álcool, diz ANP
Nesta sexta, a Agência Nacional do Petróleo divulgou um levantamento apontando que o preço do litro do etanol subiu em onze Estados brasileiros, e caiu em dez.
Em outros cinco Estados e no Distrito Federal os valores ficaram estáveis.
Segundo a ANP, o álcool esteve mais competitivo que a gasolina apenas em Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo. Nos demais Estados e no Distrito Federal a gasolina continua mais competitiva.
Nos postos de Teresina consultados pel’O DIA, o preço do biocombustível varia de R$ 2,42 a R$ 2,69.
Ciclo inflacionário culminou com desinteresse pelo álcool
A tecnologia bicombustível para abastecimento de veículos automotivos foi lançada no Brasil no ano de 2003, com a promessa de oferecer aos consumidores uma excelente oportunidade para economizar, através da possibilidade de abastecimento com duas opções de combustível - o etanol e a gasolina.
A partir daquele ano, com a popularização dos carros "flex", teve início um processo gradual de encarecimento do álcool nas bombas dos postos brasileiros. À medida que o consumo crescia, o preço do etanol também aumentava, aproximando-se cada vez mais do da gasolina. E a vantagem da nova tecnologia de abastecimento passou a ter um efeito cada vez menor no bolso dos consumidores.
Nos últimos anos, o ciclo inflacionário do etanol atingiu seu ápice, e a demanda pelo combustível voltou a cair. Isso, porém, não provocou uma redução do seu preço nas bombas. Daí a explicação para o generalizado desinteresse dos donos de postos em comercializar este tipo de combustível, que é muito menos poluente que o diesel e a gasolina.
Como saber se o preço do álcool está bom
Via de regra, o litro do etanol é mais barato que o da gasolina. No entanto, como este combustível rende mais que aquele, os motoristas passaram a evitar abastecer seus veículos com álcool, a não ser que o valor esteja, de fato, muito atrativo.
De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o abastecimento do veículo flex com álcool só é vantajoso se o litro deste combustível estiver custando até 70% do valor do litro da gasolina. Mas estudos recentes feitos pela empresa de consultoria Ecofrotas apontou que vale a pena abastecer com etanol se o seu preço corresponder a até 80% do da gasolina.