Preço alto do etanol afasta consumidor

22/03/2016 Etanol POR: Valor Econômico
Depois de "resistirem" por meses à alta de preços do etanol hidratado iniciada no último trimestre do ano passado, motoristas brasileiros que antes abasteciam seus veículos com o biocombustível resolveram recuar. No primeiro bimestre, as vendas do produto caíram, em média, 6,7% no país em relação ao mesmo intervalo de 2015, e a percepção é que o tombo vai se acentuar em março.
Não é para menos. Desde outubro passado, os preços do hidratado ao consumidor final só sobem. Saíram do patamar médio de R$ 2,00 por litro nos postos do Estado de São Paulo para bater R$ 2,74 na semana passada, conforme dados da Agência Nacional de petróleo (ANP), uma valorização de 37%. Nessa mesma comparação, os preços médios da gasolina nos postos paulistas subiram 8,9%, de R$ 3,287 para R$ 3,572 por litro.
Com isso, a relação entre o preço do etanol e o da gasolina subiu de 66%, em outubro, para 76% neste mês. Conforme parâmetro mais aceito pelo mercado, para ser vantajoso economicamente ao motorista, o etanol tem que valer até 70% do preço da gasolina.
Mas não é essa relação que vem pesando no bolso do motorista brasileiro, segundo especialistas. O consumidor vem escolhendo o combustível mais "barato" em termos absolutos. Até janeiro, a diferença de preços entre etanol e gasolina estava se mantendo no patamar de R$ 1 por litro. "Com essa diferença, o consumidor conseguia colocar mais combustível no tanque ao escolher etanol", disse um trader. Mas, em fevereiro e março, essa diferença de R$ 1 caiu, chegando a patamares mais próximos de R$ 0,80 por litro.
Assim, uma parte dos consumidores que antes abastecia seus veículos com etanol passou a migrar para a gasolina. Além disso, observa­se uma redução do consumo do chamado ciclo Otto, que engloba os dois biocombustíveis ­ considerando que o etanol tem um rendimento energético equivalente a 70% do rendimento da gasolina.
No primeiro bimestre deste ano, as vendas de combustíveis desse grupo recuaram 3,47%, para 8,431 bilhões de litros, conforme cálculos realizados com base em informações da ANP. Em igual intervalo de 2015, essas vendas atingiram 8,735 bilhões de litros.
A desaceleração do consumo de combustíveis no país começou no ano passado, com a queda da atividade econômica. Em 2015, a venda de combustíveis do ciclo Otto cresceu apenas 0,3%, depois de anos consecutivos de taxas de crescimento superiores a 6%.
O patamar de queda das vendas do ciclo Otto dos primeiros dois meses deste ano deve persistir ao longo de 2016, na visão da maior trading de etanol do mundo, a Copersucar. A companhia projeta uma retração de 3% neste ano.
Mais otimista, a SCA Trading projeta que, na média do ano, o consumo do ciclo Otto em 2016 vai cair 1,3% frente a 2015. "Vemos um recuo mais acentuado no primeiro semestre, na ordem de 3%, mas uma estabilização no segundo", avalia o diretor da SCA, Martinho Seiiti Ono.
Independentemente do desempenho do ciclo Otto, a demanda por etanol tende a se recuperar um pouco com a entrada da nova safra de cana do Centro­Sul. Algumas usinas começaram a produzir etanol em março, o que já causa alguma pressão sobre os preços nas usinas. O indicador Cepea/Esalq para o hidratado na usina entre 14 e
18 de março caiu 1,01%, para R$ 1,9330 o litro.
"Esse novo preço deve demorar uns 15 dias para chegar na bomba", diz Ono. Ele observa, no entanto, que para voltar a ficar mais competitivo nos postos, o etanol teria que cair na usina dos atuais R$ 1,93 para R$ 1,65 o litro.
"Com isso, o preço nos postos teria potencial para cair de R$ 2,74 para R$ 2,49 o litro [em São Paulo]".
Depois de "resistirem" por meses à alta de preços do etanol hidratado iniciada no último trimestre do ano passado, motoristas brasileiros que antes abasteciam seus veículos com o biocombustível resolveram recuar. No primeiro bimestre, as vendas do produto caíram, em média, 6,7% no país em relação ao mesmo intervalo de 2015, e a percepção é que o tombo vai se acentuar em março.
Não é para menos. Desde outubro passado, os preços do hidratado ao consumidor final só sobem. Saíram do patamar médio de R$ 2,00 por litro nos postos do Estado de São Paulo para bater R$ 2,74 na semana passada, conforme dados da Agência Nacional de petróleo (ANP), uma valorização de 37%. Nessa mesma comparação, os preços médios da gasolina nos postos paulistas subiram 8,9%, de R$ 3,287 para R$ 3,572 por litro.
Com isso, a relação entre o preço do etanol e o da gasolina subiu de 66%, em outubro, para 76% neste mês. Conforme parâmetro mais aceito pelo mercado, para ser vantajoso economicamente ao motorista, o etanol tem que valer até 70% do preço da gasolina.
Mas não é essa relação que vem pesando no bolso do motorista brasileiro, segundo especialistas. O consumidor vem escolhendo o combustível mais "barato" em termos absolutos. Até janeiro, a diferença de preços entre etanol e gasolina estava se mantendo no patamar de R$ 1 por litro. "Com essa diferença, o consumidor conseguia colocar mais combustível no tanque ao escolher etanol", disse um trader. Mas, em fevereiro e março, essa diferença de R$ 1 caiu, chegando a patamares mais próximos de R$ 0,80 por litro.
Assim, uma parte dos consumidores que antes abastecia seus veículos com etanol passou a migrar para a gasolina. Além disso, observa­se uma redução do consumo do chamado ciclo Otto, que engloba os dois biocombustíveis ­ considerando que o etanol tem um rendimento energético equivalente a 70% do rendimento da gasolina.
No primeiro bimestre deste ano, as vendas de combustíveis desse grupo recuaram 3,47%, para 8,431 bilhões de litros, conforme cálculos realizados com base em informações da ANP. Em igual intervalo de 2015, essas vendas atingiram 8,735 bilhões de litros.

A desaceleração do consumo de combustíveis no país começou no ano passado, com a queda da atividade econômica. Em 2015, a venda de combustíveis do ciclo Otto cresceu apenas 0,3%, depois de anos consecutivos de taxas de crescimento superiores a 6%.
O patamar de queda das vendas do ciclo Otto dos primeiros dois meses deste ano deve persistir ao longo de 2016, na visão da maior trading de etanol do mundo, a Copersucar. A companhia projeta uma retração de 3% neste ano.
Mais otimista, a SCA Trading projeta que, na média do ano, o consumo do ciclo Otto em 2016 vai cair 1,3% frente a 2015. "Vemos um recuo mais acentuado no primeiro semestre, na ordem de 3%, mas uma estabilização no segundo", avalia o diretor da SCA, Martinho Seiiti Ono.
Independentemente do desempenho do ciclo Otto, a demanda por etanol tende a se recuperar um pouco com a entrada da nova safra de cana do Centro­Sul. Algumas usinas começaram a produzir etanol em março, o que já causa alguma pressão sobre os preços nas usinas. O indicador Cepea/Esalq para o hidratado na usina entre 14 e 18 de março caiu 1,01%, para R$ 1,9330 o litro.
 
"Esse novo preço deve demorar uns 15 dias para chegar na bomba", diz Ono. Ele observa, no entanto, que para voltar a ficar mais competitivo nos postos, o etanol teria que cair na usina dos atuais R$ 1,93 para R$ 1,65 o litro.
"Com isso, o preço nos postos teria potencial para cair de R$ 2,74 para R$ 2,49 o litro [em São Paulo]".