O preço, em algumas situações, e o prazo, em outras, explicam o resultado do leilão A-5 desta sexta-feira, 28 de novembro, na avaliação de agentes do setor. É o caso de Itaocara, única hidrelétrica de grande porte do certame, que não conseguiu negociar contratos por causa do preço-teto de R$ 114/MWh. E é também a situação de três usinas a carvão que, à exceção da térmica Pampa Sul, da Tractebel, não participaram da disputa em razão do prazo de quatro anos para início da entrega da energia, e não de cinco, como deveria acontecer em um leilão desse tipo.
“No geral, o leilão foi bem sucedido. A contratação de térmica foi significativa, mas tem que evoluir na questão do preço teto”, observou o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia, Luiz Fernando Vianna. O executivo concluiu que o preço máximo da energia de Itaocara foi inadequado e admitiu evolução para alguns empreedimentos de fonte térmica, como a biomassa. Mas observou que as plantas a gás ainda têm na garantia do combustível um gargalo para seu crescimento.
A questão do prazo afetou, segundo Vianna, os projetos de usinas a carvão que não têm, como a Tractebel, uma base de geração mais flexível para atendimento a carga, em caso de atrasos no empreendimento. “O prazo ficou curto e, infelizmente, não teremos mais projetos”, lamentou o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral, Fernando Zancan.
O executivo da ABCM admitiu que o preço-teto incluído no edital era viável para as usinas a carvão, que têm Custo Variável Unitário baixo – menos da metade dos empreendimentos a gás natural. A expectativa é de que no ano que vem o A-5 ocorra no primeiro trimestre ou quadrimestre, já que os empreendimentos da fonte levam em média 46 meses para serem concluídos.
A única térmica a carvão que conseguiu vender energia no A-5 é classificada por Zancan como “um projeto grife”, por utilizar tecnologia mais eficiente e com menos emissões de gases poluentes. “É o que tem de mais moderno para carvão de alta cinza”, disse. Levantamento feito pela associação revelou que com um investimento em torno de R$ 2 bilhões uma usina do porte da Pampa Sul (340 MW) tem impacto de R$ 5 bilhões na economia local.
A participação de seis projetos a biomassa no certame não chegou a empolgar o gerente de bioeletricidade da Única. Para Zilmar de Souza, os contratos negociados representaram um valor diminuto em relação à contratação total de 2.742,5 MW. “Para a biomassa é importante continuar esse processo de valorização do preço-teto”, afirmou Souza, para quem as condições atuais evoluíram, mas ainda não chegaram ao ponto de estimular o potencial de oferta da fonte.
“Um fator que espantou alguns projetos foi o risco da transmissão”, disse o gerente da Única. Até o fim do ano passado, as regras dos editais de geração ainda previam o pagamento da receita fixa ao gerador, caso a usina não conseguisse gerar por problemas de atrasos em instalações de transmissão. Essa regra deixou de existir, o que traz incerteza para o gerador.
Com três projetos entre os vencedores do certame, o segmento de pequenas centrais hidrelétricas mais uma vez reclamou do preço pouco competitivo para a fonte. O presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa, Charles Lenzi, disse que o resultado está de acordo com a expectativa de que não haveria participação significativa de projetos. “Só três empreendimentos venderam energia, obviamente porque tinham condições mais especificas. Esperamos que no ano que vem possamos ter um preço melhor”, afirmou Lenzi.
Para o presidente da Associaão Brasileira de Fomento ás Pequenas Centrais Hidroelétricas, Ivo Pugnaloni, “já está se tornando um hábito esse leilões serem um fracasso para as PCHs”. Ele disse que os preços são anti nacionais, anti renováveis e favorecem termelétricas e hidrelétricas de grande porte na Amazônia. “Algum dia vai vir a tona a razão de esses preços serem tão baixos, e vai ficar claro que os interesses atendidos não são públicos nem nacionais. Está ficando mais do que provado em nove anos que tem alguma coisa muito errada nesses preços”, acusou o executivo.
O preço, em algumas situações, e o prazo, em outras, explicam o resultado do leilão A-5 desta sexta-feira, 28 de novembro, na avaliação de agentes do setor. É o caso de Itaocara, única hidrelétrica de grande porte do certame, que não conseguiu negociar contratos por causa do preço-teto de R$ 114/MWh. E é também a situação de três usinas a carvão que, à exceção da térmica Pampa Sul, da Tractebel, não participaram da disputa em razão do prazo de quatro anos para início da entrega da energia, e não de cinco, como deveria acontecer em um leilão desse tipo.
“No geral, o leilão foi bem sucedido. A contratação de térmica foi significativa, mas tem que evoluir na questão do preço teto”, observou o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia, Luiz Fernando Vianna. O executivo concluiu que o preço máximo da energia de Itaocara foi inadequado e admitiu evolução para alguns empreedimentos de fonte térmica, como a biomassa. Mas observou que as plantas a gás ainda têm na garantia do combustível um gargalo para seu crescimento.
A questão do prazo afetou, segundo Vianna, os projetos de usinas a carvão que não têm, como a Tractebel, uma base de geração mais flexível para atendimento a carga, em caso de atrasos no empreendimento. “O prazo ficou curto e, infelizmente, não teremos mais projetos”, lamentou o presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral, Fernando Zancan.
O executivo da ABCM admitiu que o preço-teto incluído no edital era viável para as usinas a carvão, que têm Custo Variável Unitário baixo – menos da metade dos empreendimentos a gás natural. A expectativa é de que no ano que vem o A-5 ocorra no primeiro trimestre ou quadrimestre, já que os empreendimentos da fonte levam em média 46 meses para serem concluídos.
A única térmica a carvão que conseguiu vender energia no A-5 é classificada por Zancan como “um projeto grife”, por utilizar tecnologia mais eficiente e com menos emissões de gases poluentes. “É o que tem de mais moderno para carvão de alta cinza”, disse. Levantamento feito pela associação revelou que com um investimento em torno de R$ 2 bilhões uma usina do porte da Pampa Sul (340 MW) tem impacto de R$ 5 bilhões na economia local.
A participação de seis projetos a biomassa no certame não chegou a empolgar o gerente de bioeletricidade da Única. Para Zilmar de Souza, os contratos negociados representaram um valor diminuto em relação à contratação total de 2.742,5 MW. “Para a biomassa é importante continuar esse processo de valorização do preço-teto”, afirmou Souza, para quem as condições atuais evoluíram, mas ainda não chegaram ao ponto de estimular o potencial de oferta da fonte.
“Um fator que espantou alguns projetos foi o risco da transmissão”, disse o gerente da Única. Até o fim do ano passado, as regras dos editais de geração ainda previam o pagamento da receita fixa ao gerador, caso a usina não conseguisse gerar por problemas de atrasos em instalações de transmissão. Essa regra deixou de existir, o que traz incerteza para o gerador.
Com três projetos entre os vencedores do certame, o segmento de pequenas centrais hidrelétricas mais uma vez reclamou do preço pouco competitivo para a fonte. O presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa, Charles Lenzi, disse que o resultado está de acordo com a expectativa de que não haveria participação significativa de projetos. “Só três empreendimentos venderam energia, obviamente porque tinham condições mais especificas. Esperamos que no ano que vem possamos ter um preço melhor”, afirmou Lenzi.
Para o presidente da Associaão Brasileira de Fomento ás Pequenas Centrais Hidroelétricas, Ivo Pugnaloni, “já está se tornando um hábito esse leilões serem um fracasso para as PCHs”. Ele disse que os preços são anti nacionais, anti renováveis e favorecem termelétricas e hidrelétricas de grande porte na Amazônia. “Algum dia vai vir a tona a razão de esses preços serem tão baixos, e vai ficar claro que os interesses atendidos não são públicos nem nacionais. Está ficando mais do que provado em nove anos que tem alguma coisa muito errada nesses preços”, acusou o executivo.