Os preços dos créditos de combustíveis renováveis comercializados entre as refinarias americanas para garantir o cumprimento do mandato de biocombustíveis do governo estão em queda livre nesta semana. A desvalorização é reflexo da decisão do governo de Donald Trump de congelar todas as decisões dos departamentos e agências reguladoras — entre as quais a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), que regula a política de combustíveis renováveis. Em memorando publicado na sexta¬feira, o chefe de gabinete de Trump, Reince Priebus, suspendeu o encaminhamento de medidas para publicação no Registro Federal, além da aplicação de medidas já oficializadas mas que ainda não entraram em vigor. Conforme levantamento da agência de informações Argus Media, o RIN (sigla para Renewable Identification Number) vinculado ao etanol de milho fechou ontem em 53 centavos de dólar por RIN (ou por galão), ante 69,8 centavos de dólar o RIN na segunda¬feira. O RIN vinculado aos biocombustíveis avançados (categoria na qual se encaixa o etanol produzido a partir da cana¬de¬açúcar no Brasil) caiu de 104,5 centavos de dólar o RIN na segunda¬feira para 95 centavos de dólar ontem. O RIN vinculado ao biodiesel caiu de 97 centavos de dólar o RIN na segunda para 89,3 centavos de dólar o RIN ontem. Os RINs são gerados pelas refinarias que misturaram mais combustível renovável que o volume obrigatório estabelecido pela EPA e são comercializados para refinarias que não atingiram esse patamar. Paulo Roberto de Souza, presidente executivo da Copersucar ¬ maior trading de etanol do Brasil e dona de dona da maior trading de biocombustíveis dos Estados Unidos, a Eco¬Energy, ¬ afirmou ao Valor que “o mercado já ‘reprecificou’ o RIN como resultado das indicações iniciais do governo Trump”. Para o executivo, “mesmo com a reação negativa do mercado, não há medidas efetivas ainda, e a expectativa é com o que virá”. Souza não vê risco de o novo governo americano alterar os mandatos estabelecidos para este ano, mas avalia que pode haver risco com relação à mistura de 15% do etanol na gasolina (E15). “Se não for um governo abertamente favorável aos biocombustíveis, talvez não tenhamos o E15, mas não vemos riscos em relação ao E10 [mistura de 10% de etanol na gasolina]”. O presidente da Copersucar disse ainda que o mercado está esperando que Trump “se pronuncie sobre o programa de [combustíveis] renováveis derivados do milho” e lembrou que, em campanha, o republicano se manifestou a favor do mercado de etanol de milho perante os produtores.
Por Camila Souza Ramos
Os preços dos créditos de combustíveis renováveis comercializados entre as refinarias americanas para garantir o cumprimento do mandato de biocombustíveis do governo estão em queda livre nesta semana. A desvalorização é reflexo da decisão do governo de Donald Trump de congelar todas as decisões dos departamentos e agências reguladoras — entre as quais a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), que regula a política de combustíveis renováveis. Em memorando publicado na sexta¬feira, o chefe de gabinete de Trump, Reince Priebus, suspendeu o encaminhamento de medidas para publicação no Registro Federal, além da aplicação de medidas já oficializadas mas que ainda não entraram em vigor. Conforme levantamento da agência de informações Argus Media, o RIN (sigla para Renewable Identification Number) vinculado ao etanol de milho fechou ontem em 53 centavos de dólar por RIN (ou por galão), ante 69,8 centavos de dólar o RIN na segunda¬feira. O RIN vinculado aos biocombustíveis avançados (categoria na qual se encaixa o etanol produzido a partir da cana¬de¬açúcar no Brasil) caiu de 104,5 centavos de dólar o RIN na segunda¬feira para 95 centavos de dólar ontem. O RIN vinculado ao biodiesel caiu de 97 centavos de dólar o RIN na segunda para 89,3 centavos de dólar o RIN ontem. Os RINs são gerados pelas refinarias que misturaram mais combustível renovável que o volume obrigatório estabelecido pela EPA e são comercializados para refinarias que não atingiram esse patamar. Paulo Roberto de Souza, presidente executivo da Copersucar ¬ maior trading de etanol do Brasil e dona de dona da maior trading de biocombustíveis dos Estados Unidos, a Eco¬Energy, ¬ afirmou ao Valor que “o mercado já ‘reprecificou’ o RIN como resultado das indicações iniciais do governo Trump”. Para o executivo, “mesmo com a reação negativa do mercado, não há medidas efetivas ainda, e a expectativa é com o que virá”. Souza não vê risco de o novo governo americano alterar os mandatos estabelecidos para este ano, mas avalia que pode haver risco com relação à mistura de 15% do etanol na gasolina (E15). “Se não for um governo abertamente favorável aos biocombustíveis, talvez não tenhamos o E15, mas não vemos riscos em relação ao E10 [mistura de 10% de etanol na gasolina]”. O presidente da Copersucar disse ainda que o mercado está esperando que Trump “se pronuncie sobre o programa de [combustíveis] renováveis derivados do milho” e lembrou que, em campanha, o republicano se manifestou a favor do mercado de etanol de milho perante os produtores.
Por Camila Souza Ramos