Preços de gasolina e etanol recuam em postos de Bauru

20/08/2015 Combustível POR: Jornal da Cidade - Bauru/SP
Há cerca de quinze dias o bauruense começou a notar que os preços do etanole da gasolina ensaiavam queda em Bauru. Assim continuou nos últimos dias.
No final de semana, a onda de queda chegou a algumas unidades que ainda mantinham valores no patamar máximo de R$ 1,99 e R$ 3,19, respectivamente. 
O preço atual praticado, conforme o JC constatou ontem à tarde em 15 postos de diferentes regiões da cidade, varia R$ 1,62 a R$ 1,89 no etanol e de R$ 2,92 a R$ 3,19 na gasolina, o que equivale a uma diferença de até R$ 0,27 por litro no bolso do consumidor para ambos combustíveis. 
O sindicato da categoria aponta que é impossível prever quando o preço nas bombas voltará a subir. E abastecer com álcool na cidade ainda é mais vantajoso do que com a gasolina - pelo menos no que se refere à questão especificamente monetária. 
Redução
Para entender: na última pesquisa realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que fiscalizou 35 estabelecimentos na cidade até o dia 15 de agosto, Bauru reforçou seu status como uma das cidades no Estado que praticam menor valor nos combustíveis, perdendo apenas para municípios como Campinas, Osasco, Araçatuba, Limeira e Birigui.
Entre os postos verificados pela reportagem, ontem, estão estabelecimentos localizados ao longo de algumas das principais avenidas da cidade: Nações Unidas, Doutor Marcos de Paula Rafael, Getúlio Vargas, Nossa Senhora de Fátima, Nuno de Assis e Duque de Caxias. 
As duas últimas foram as que possuíam postos, com ou sem bandeira, comercializando o produto com o menor valor praticado na cidade.
A maior parte dos estabelecimentos tinha preços de R$ 1,79 e R$ 3,09 (também menores que as máximas até então vigentes).
A queda é avaliada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo (Sincopetro) como "repentina". 
"Não tem um motivo concreto, desconhecemos. Eles estão reduzindo o preço na bomba. Parece ser uma briga entre os próprios postos por concorrência porque tem gente vendendo combustível até abaixo do preço de custo, o que para o setor eu vejo como inviável neste momento", comenta Edvaldo Tuschi, diretor do Sincopetro. 
Explicações
Gerente de um posto com bandeira localizado na quadra 17 da Nuno de Assis que, até ontem, comercializava o etanol a R$ 1,75 e a gasolina a R$ 3,09, Élio Ferreira explica que a concorrência com postos bandeira branca foi o que motivou a redução. 
"Não tem a ver com usina, a qualidade do combustível é a mesma. Acontece que, neste mês, negociamos quantidade maior com a distribuidora, por isso, conseguimos preço melhor na litragem. O etanol estava R$ 1,79 na semana passada e, no final de julho, R$ 1,89", defende Élio.
Já no posto mais barato, localizado na quadra 23 da Duque de Caxias, o funcionário, que não quis se identificar, explica que a redução para R$ 1,62 e R$ 2,92, na última semana, só foi possível porque a unidade é bandeira branca e não aceita outras formas de pagamento a não ser dinheiro. "Como ele [proprietário] não tem gasto com cartão, consegue ter uma margem melhor de negociação do que outros. O pagamento em dinheiro vale muito hoje", frisa.
O Sincopetro diz, ainda, que o que pode ter dado início a onda de quedas é a venda recente de alguns postos. 
Com dinheiro injetado e dispostos a brigar por clientes, os novos proprietários teriam apostado em margens de lucro quase nulas agora.
Ao gosto do freguês
Atenta ao valor do combustível, mas sem desconsiderar o velho e bom atendimento, a vendedora externa Flaviana Tenório, 33 anos, optou pagar R$ 1,89 pelo litro do etanol. "Eu vi que nos outros postos está mais barato, mas prefiro pagar mais caro porque o combustível daqui rende, e eles ainda lavam meu carro", diz Flaviana em um posto da rua Gustavo Maciel, quadra 25. 
Já o motorista Márcio Roberto Rodrigues, 34, rodou pela cidade até encontrar o melhor preço: R$ 1,75. "Procuro abastecer sempre em posto com bandeira, aqui foi o etanol mais barato que encontrei, e é bom", afirma.
Cálculo e rendimento na `ponta da bomba´
Como a autonomia do veículo com álcool é, em média, 30% menor, para ser vantajosa a sua utilização o preço do litro também precisa ser 30% menor, conforme explica o engenheiro mecânico Marcos Camerini. 
Para fazer o cálculo, basta dividir o valor do litro do álcool pelo da gasolina. 
"Se o resultado for menor que 0,7, compensa abastecer com álcool. Caso contrário, vale optar pela gasolina", avalia. O Sincopetro acrescenta que é preciso que o consumidor se atente ao rendimento do combustível adquirido. "O consumidor tem direito de solicitar a aferição da litragem ao posto antes de abastecer", ressalta Tuschi, que também é proprietário de um posto na cidade. "Não tem como fiscalizar cada um. O consumidor deve ficar atento e cobrar", finaliza.
Marcele Tonelli
Há cerca de quinze dias o bauruense começou a notar que os preços do etanol e da gasolina ensaiavam queda em Bauru. Assim continuou nos últimos dias.
No final de semana, a onda de queda chegou a algumas unidades que ainda mantinham valores no patamar máximo de R$ 1,99 e R$ 3,19, respectivamente. 
O preço atual praticado, conforme o JC constatou ontem à tarde em 15 postos de diferentes regiões da cidade, varia R$ 1,62 a R$ 1,89 no etanol e de R$ 2,92 a R$ 3,19 na gasolina, o que equivale a uma diferença de até R$ 0,27 por litro no bolso do consumidor para ambos combustíveis. 
O sindicato da categoria aponta que é impossível prever quando o preço nas bombas voltará a subir. E abastecer com álcool na cidade ainda é mais vantajoso do que com a gasolina - pelo menos no que se refere à questão especificamente monetária. 
Redução
Para entender: na última pesquisa realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que fiscalizou 35 estabelecimentos na cidade até o dia 15 de agosto, Bauru reforçou seu status como uma das cidades no Estado que praticam menor valor nos combustíveis, perdendo apenas para municípios como Campinas, Osasco, Araçatuba, Limeira e Birigui.
Entre os postos verificados pela reportagem, ontem, estão estabelecimentos localizados ao longo de algumas das principais avenidas da cidade: Nações Unidas, Doutor Marcos de Paula Rafael, Getúlio Vargas, Nossa Senhora de Fátima, Nuno de Assis e Duque de Caxias. 
As duas últimas foram as que possuíam postos, com ou sem bandeira, comercializando o produto com o menor valor praticado na cidade.
A maior parte dos estabelecimentos tinha preços de R$ 1,79 e R$ 3,09 (também menores que as máximas até então vigentes).
A queda é avaliada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo (Sincopetro) como "repentina". 
"Não tem um motivo concreto, desconhecemos. Eles estão reduzindo o preço na bomba. Parece ser uma briga entre os próprios postos por concorrência porque tem gente vendendo combustível até abaixo do preço de custo, o que para o setor eu vejo como inviável neste momento", comenta Edvaldo Tuschi, diretor do Sincopetro. 
Explicações
Gerente de um posto com bandeira localizado na quadra 17 da Nuno de Assis que, até ontem, comercializava o etanol a R$ 1,75 e a gasolina a R$ 3,09, Élio Ferreira explica que a concorrência com postos bandeira branca foi o que motivou a redução. 
"Não tem a ver com usina, a qualidade do combustível é a mesma. Acontece que, neste mês, negociamos quantidade maior com a distribuidora, por isso, conseguimos preço melhor na litragem. O etanol estava R$ 1,79 na semana passada e, no final de julho, R$ 1,89", defende Élio.
Já no posto mais barato, localizado na quadra 23 da Duque de Caxias, o funcionário, que não quis se identificar, explica que a redução para R$ 1,62 e R$ 2,92, na última semana, só foi possível porque a unidade é bandeira branca e não aceita outras formas de pagamento a não ser dinheiro. "Como ele [proprietário] não tem gasto com cartão, consegue ter uma margem melhor de negociação do que outros. O pagamento em dinheiro vale muito hoje", frisa.
O Sincopetro diz, ainda, que o que pode ter dado início a onda de quedas é a venda recente de alguns postos. 
Com dinheiro injetado e dispostos a brigar por clientes, os novos proprietários teriam apostado em margens de lucro quase nulas agora.
Ao gosto do freguês
Atenta ao valor do combustível, mas sem desconsiderar o velho e bom atendimento, a vendedora externa Flaviana Tenório, 33 anos, optou pagar R$ 1,89 pelo litro do etanol. "Eu vi que nos outros postos está mais barato, mas prefiro pagar mais caro porque o combustível daqui rende, e eles ainda lavam meu carro", diz Flaviana em um posto da rua Gustavo Maciel, quadra 25. 
Já o motorista Márcio Roberto Rodrigues, 34, rodou pela cidade até encontrar o melhor preço: R$ 1,75. "Procuro abastecer sempre em posto com bandeira, aqui foi o etanol mais barato que encontrei, e é bom", afirma.
Cálculo e rendimento na `ponta da bomba´
Como a autonomia do veículo com álcool é, em média, 30% menor, para ser vantajosa a sua utilização o preço do litro também precisa ser 30% menor, conforme explica o engenheiro mecânico Marcos Camerini. 
Para fazer o cálculo, basta dividir o valor do litro do álcool pelo da gasolina. 
"Se o resultado for menor que 0,7, compensa abastecer com álcool. Caso contrário, vale optar pela gasolina", avalia. O Sincopetro acrescenta que é preciso que o consumidor se atente ao rendimento do combustível adquirido. "O consumidor tem direito de solicitar a aferição da litragem ao posto antes de abastecer", ressalta Tuschi, que também é proprietário de um posto na cidade. "Não tem como fiscalizar cada um. O consumidor deve ficar atento e cobrar", finaliza.
Marcele Tonelli