Preços do açúcar caem mais uma vez devido alta do dólar

27/07/2015 Açúcar POR: Agência UDOP de Notícias
Uma retração de 27 pontos. Foi assim que o açúcar, no vencimento outubro/15 da bolsa de Nova York, encerrou a semana. Na sexta-feira (24), a commodity foi cotada a 11,24 centavos de dólar por libra-peso. No vencimento março/16, ela teve uma queda de 26 pontos. Nas demais telas, também houve desvalorização.
Para os analistas consultados pelo jornal Valor Econômico de hoje (27), a queda é reflexo de mais uma rodada de forte alta do dólar perante o real. Com a valorização da moeda norte-americana, as vendas do açúcar brasileiro, principal produtor global da commodity, são estimuladas, uma vez que aumenta a rentabilidade das exportações. Com mais oferta do produto no mercado, as cotações tendem a cair.
"A queda livre do real em relação à moeda americana também ajudou o açúcar em NY a seguir sua longa e aparentemente interminável caminhada para níveis cada vez mais baixos. O real atingiu 3.3470 a cotação mais baixa dos últimos doze anos", comentou o Diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa, em seu artigo semanal.
Ainda no texto, ele pergunta se alguma coisa pode segurar esse mercado. "Difícil afirmar. O número de moagem na quinzena foi decepcionante: menos de 29 milhões de toneladas numa semana que teve como média 41.3 milhões de toneladas nas ultimas cinco safras. Normalmente, o acumulado desta semana representou nas últimas cinco safras 41,6% do total moído no respectivo ano-safra, ou seja, se extrapolássemos esse número a safra 2015/2016 chegaria a um máximo de 550 milhões de toneladas. Muito cedo para falar disso, mas é impressionante para quem visita o interior de São Paulo e vê o canavial com muitas flores no topo da cana. Um fenômeno que se chama isoporização que desidrata os colmos, gerando perda de peso, aumento do teor de fibra e diminuição da extração deaçúcar pelas moendas. Depois que esse processo ocorre, não há nada que possa ser feito. Alguns produtores dizem que o florescimento atinge até 10% de algumas regiões", concluiu Corrêa.
Em Londres, o açúcar acompanhou essa desvalorização e foi negociado a US$ 346,60 a tonelada no vencimento outubro/15. Uma queda de 2,90 dólares no comparativo com a véspera. Nos lotes dezembro/15 a agosto/16, o recuo oscilou de 3,00 a 3,40 dólares.
Mercado interno
No Brasil, os preços do açúcar também caíram na sexta-feira. De acordo com os índices do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), da USP, a saca de 50 quilos do tipo cristal foi cotada a R$ 47,61. Uma retração de 0,17% em relação à quinta-feira.
Patrícia Mendonça
Fonte: Agência UDOP de Notícias
Uma retração de 27 pontos. Foi assim que o açúcar, no vencimento outubro/15 da bolsa de Nova York, encerrou a semana. Na sexta-feira (24), a commodity foi cotada a 11,24 centavos de dólar por libra-peso. No vencimento março/16, ela teve uma queda de 26 pontos. Nas demais telas, também houve desvalorização.
Para os analistas consultados pelo jornal Valor Econômico de hoje (27), a queda é reflexo de mais uma rodada de forte alta do dólar perante o real. Com a valorização da moeda norte-americana, as vendas do açúcar brasileiro, principal produtor global da commodity, são estimuladas, uma vez que aumenta a rentabilidade das exportações. Com mais oferta do produto no mercado, as cotações tendem a cair.
"A queda livre do real em relação à moeda americana também ajudou o açúcar em NY a seguir sua longa e aparentemente interminável caminhada para níveis cada vez mais baixos. O real atingiu 3.3470 a cotação mais baixa dos últimos doze anos", comentou o Diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa, em seu artigo semanal.
Ainda no texto, ele pergunta se alguma coisa pode segurar esse mercado. "Difícil afirmar. O número de moagem na quinzena foi decepcionante: menos de 29 milhões de toneladas numa semana que teve como média 41.3 milhões de toneladas nas ultimas cinco safras. Normalmente, o acumulado desta semana representou nas últimas cinco safras 41,6% do total moído no respectivo ano-safra, ou seja, se extrapolássemos esse número a safra 2015/2016 chegaria a um máximo de 550 milhões de toneladas. Muito cedo para falar disso, mas é impressionante para quem visita o interior de São Paulo e vê o canavial com muitas flores no topo da cana. Um fenômeno que se chama isoporização que desidrata os colmos, gerando perda de peso, aumento do teor de fibra e diminuição da extração deaçúcar pelas moendas. Depois que esse processo ocorre, não há nada que possa ser feito. Alguns produtores dizem que o florescimento atinge até 10% de algumas regiões", concluiu Corrêa.
Em Londres, o açúcar acompanhou essa desvalorização e foi negociado a US$ 346,60 a tonelada no vencimento outubro/15. Uma queda de 2,90 dólares no comparativo com a véspera. Nos lotes dezembro/15 a agosto/16, o recuo oscilou de 3,00 a 3,40 dólares.
Mercado interno
No Brasil, os preços do açúcar também caíram na sexta-feira. De acordo com os índices do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), da USP, a saca de 50 quilos do tipo cristal foi cotada a R$ 47,61. Uma retração de 0,17% em relação à quinta-feira.
Patrícia Mendonça