Não apenas os consumidores, mas também os usineiros de Mato Grosso foram surpreendidos com a alta dos preços do etanol hidratado no final da semana passada. De quinta-feira para sexta-feira, os valores de bomba foram recompostos pelos revendedores em média R$ 0,30. O que o consumidor levou cerca de quatro meses para conseguir, perdeu da noite para o dia, especialmente em Cuiabá e Várzea Grande. Quem pagava até R$ 1,59 pelo litro do combustível agora desembolsa pelo menos R$ 1,89, mas já há postos cobrando R$ 1,99.
A correção, como destaca os revendedores, é fruto de um reposicionamento do mercado local, com o fim da `guerra de preços´ entre os postos, período em que um revendedor opta por reduzir suas margens ao baixar o valor de bomba e assim fazer caixa para saldar pagamentos. Em função da concorrência, outros postos adotam a prática e há uma baixa geral de preços. "Mas tudo tem limite. Muitos postos aguentam essa pressão por mais tempo e outros, não. E acredito que a semana passada tenha sido o limite de baixa para os postos de Cuiabá e Várzea Grande", explica um gerente de posto da BR Distribuidora, localizado na Avenida Fernando Correa. Nesse local o valor passou de R$ 1,65 para R$ 1,99, ganho de R$ 0,34 ou 20,6%. O gerente, que preferiu anonimato, explica que a `guerra´ não tem data para começar e nem terminar. "De repente baixa, de repente recebemos a ordem de aumentar".
Um frentista lançou outra teoria para explicar o aumento. "Com essa reta final da campanha política e com os contratos de fornecimento de combustível já fechados, a reação nos preços é para forçar adendos aos contratos, "pois os partidos que pagaram `x´ por tantos litros de combustível, vão levar menos produto agora e isso pode fazer falta no planejamento deles". O frentista, que se apresentou apenas como Márcio, acredita que haja redução novamente após as eleições.
Considerando que o preço atual está R$ 0,30 mais caro - comum agora em Cuiabá e Várzea Grande é entre R$ 1,95/1,97/1,99 - o consumidor que enchia o tanque de 50 litros a R$ 1,65 desembolsava, R$ 82,50. Com R$ 0,30 a mais, a conta sobre para R$ 92,50, R$ 10 a mais por tanqueada.
O motivo
Questionado, o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado (Sindálcool/MT) se disse tão surpreso quanto o consumidor. O diretor executivo do Sindicato, Jorge dos Santos, mostrou ao Diário planilhas das últimas três semanas que mostram que o litro saído das usinas de Mato Grosso foi negociado a R$ 1,40 entre os dias 8 e 12 desse mês, exatamente na semana em que houve a correção. "Esse valor é menor que o que estava cotado na semana anterior, R$ 1,41", exclama. O mercado do etanol no Estado é acompanhado pela Universidade de São Paulo, via a Escola Superior de Agricultura "Luiz De Queiroz". Esses valores são à vista, livres de frete, mas já com impostos.
O diretor explica ainda que apesar de haver quem diga que é o início da entressafra, essa alta no mercado nada tem a ver com o processo produtivo. "Estamos longe do início da entressafra e essa alta não foi motivada pelo produtor". Sobre a evolução da safra de cana-de-açúcar no Estado, Jorge explica que das 16,7 milhões de toneladas previstas, cerca de 60% foram moídas e que a produção de etanol (anidro e hidratado) deve fechar em 1,13 bilhões de litros. "Ofertamos só de hidratado cerca de 385 milhões de litros até o momento para uma demanda local de 300 milhões. Como vê, a alta não se justifica pela pressão da oferta e demanda".
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo/MT) frisa sempre que o segmento revendedor é livre para definir os preços dos combustíveis e que o segmento reage ao que chega das distribuidoras e também conforme a necessidade de cada estabelecimento mediante seus custos fixos.
Conforme a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) foram consumidos de janeiro a julho - dados mais recentes da Agência - foram consumidos 272,6 milhões de litros de etanol hidratado em Mato Grosso, volume 1,3% acima do que se registrou em igual acumulado de 2013.
Em relação aos preços médios em adoção no Estado, a ANP que monitora semanalmente o varejo, aponta valor de R$ 1,82 no Estado, sendo o máximo de R$ 2,26 e o mínimo de R$ 1,63.
Não apenas os consumidores, mas também os usineiros de Mato Grosso foram surpreendidos com a alta dos preços do etanol hidratado no final da semana passada. De quinta-feira para sexta-feira, os valores de bomba foram recompostos pelos revendedores em média R$ 0,30. O que o consumidor levou cerca de quatro meses para conseguir, perdeu da noite para o dia, especialmente em Cuiabá e Várzea Grande. Quem pagava até R$ 1,59 pelo litro do combustível agora desembolsa pelo menos R$ 1,89, mas já há postos cobrando R$ 1,99.
A correção, como destaca os revendedores, é fruto de um reposicionamento do mercado local, com o fim da `guerra de preços´ entre os postos, período em que um revendedor opta por reduzir suas margens ao baixar o valor de bomba e assim fazer caixa para saldar pagamentos. Em função da concorrência, outros postos adotam a prática e há uma baixa geral de preços. "Mas tudo tem limite. Muitos postos aguentam essa pressão por mais tempo e outros, não. E acredito que a semana passada tenha sido o limite de baixa para os postos de Cuiabá e Várzea Grande", explica um gerente de posto da BR Distribuidora, localizado na Avenida Fernando Correa. Nesse local o valor passou de R$ 1,65 para R$ 1,99, ganho de R$ 0,34 ou 20,6%. O gerente, que preferiu anonimato, explica que a `guerra´ não tem data para começar e nem terminar. "De repente baixa, de repente recebemos a ordem de aumentar".
Um frentista lançou outra teoria para explicar o aumento. "Com essa reta final da campanha política e com os contratos de fornecimento de combustível já fechados, a reação nos preços é para forçar adendos aos contratos, "pois os partidos que pagaram `x´ por tantos litros de combustível, vão levar menos produto agora e isso pode fazer falta no planejamento deles". O frentista, que se apresentou apenas como Márcio, acredita que haja redução novamente após as eleições.
Considerando que o preço atual está R$ 0,30 mais caro - comum agora em Cuiabá e Várzea Grande é entre R$ 1,95/1,97/1,99 - o consumidor que enchia o tanque de 50 litros a R$ 1,65 desembolsava, R$ 82,50. Com R$ 0,30 a mais, a conta sobre para R$ 92,50, R$ 10 a mais por tanqueada.
O motivo
Questionado, o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado (Sindálcool/MT) se disse tão surpreso quanto o consumidor. O diretor executivo do Sindicato, Jorge dos Santos, mostrou ao Diário planilhas das últimas três semanas que mostram que o litro saído das usinas de Mato Grosso foi negociado a R$ 1,40 entre os dias 8 e 12 desse mês, exatamente na semana em que houve a correção. "Esse valor é menor que o que estava cotado na semana anterior, R$ 1,41", exclama. O mercado do etanol no Estado é acompanhado pela Universidade de São Paulo, via a Escola Superior de Agricultura "Luiz De Queiroz". Esses valores são à vista, livres de frete, mas já com impostos.
O diretor explica ainda que apesar de haver quem diga que é o início da entressafra, essa alta no mercado nada tem a ver com o processo produtivo. "Estamos longe do início da entressafra e essa alta não foi motivada pelo produtor". Sobre a evolução da safra de cana-de-açúcar no Estado, Jorge explica que das 16,7 milhões de toneladas previstas, cerca de 60% foram moídas e que a produção de etanol (anidro e hidratado) deve fechar em 1,13 bilhões de litros. "Ofertamos só de hidratado cerca de 385 milhões de litros até o momento para uma demanda local de 300 milhões. Como vê, a alta não se justifica pela pressão da oferta e demanda".
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo/MT) frisa sempre que o segmento revendedor é livre para definir os preços dos combustíveis e que o segmento reage ao que chega das distribuidoras e também conforme a necessidade de cada estabelecimento mediante seus custos fixos.
Conforme a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) foram consumidos de janeiro a julho - dados mais recentes da Agência - foram consumidos 272,6 milhões de litros de etanol hidratado em Mato Grosso, volume 1,3% acima do que se registrou em igual acumulado de 2013.
Em relação aos preços médios em adoção no Estado, a ANP que monitora semanalmente o varejo, aponta valor de R$ 1,82 no Estado, sendo o máximo de R$ 2,26 e o mínimo de R$ 1,63.