O prejuízo para as transportadoras de grãos que têm caminhões parados na BR¬163 por conta dos atoleiros chega a R$ 50 milhões, segundo o empresário do setor e líder dos caminhoneiros de Mato Grosso, Gilson Baitaca. Ele calcula que em um trecho de 164 quilômetros estão parados entre 4 mil e 5 mil veículos em média a 12 dias. “Este valor é o prejuízo só das transportadoras, sem contar o dos caminhoneiros autônomos e o das tradings, que com certeza é muito maior”, diz. Ele tem uma frota de seis caminhões, mas já conseguiu tirar os que estavam na BR¬163 do atoleiro.
Conforme Baitaca, hoje o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) está apoiando os motoristas e seus familiares com água e comida. “Tem muitas crianças com os caminhoneiros que levam família e eles estão colhendo água da chuva para as necessidades básicas e para tomar. Não há banheiro. É um caos”. À pedido do empresário, o senador José Medeiros (PSD¬MT) encontrou¬se na quarta à noite com o diretor do Dnit, Halpher Rosa, e o diretor da Polícia Rodoviária Federal, Renato Borges, para pedir auxílio aos caminhoneiros. “O problema é que eles vêm um dia e vão embora. Eles precisam ficar e retirar todos de lá”, afirma Baitaca. Segundo o senador, porém, a partir de sua reunião o apoio será contínuo e as máquinas do Dnit já estão no local para tentar retirar os caminhões atolados. Ontem, a fila gigantesca de veículos que ainda aguarda para chegar ao porto em Miritituba, às margens do rio Tapajós, e os estresse dos caminhoneiros começou a causar conflitos e casos de vandalismo. Alguns caminhoneiros que tentam cortar fila ou manobrar estão sendo retaliados por colegas, que abrem as bicas do caminhão e derrubam toda a carga de soja sobre a estrada, disse Miguel Mendes, diretor¬executivo da Associação de Transportadores de Carga de Mato Grosso (ATC¬MT). De acordo com ele, a soja mistura¬se à lama da estrada, o que tende a dificultar ainda mais a remoção dos caminhões atolados. Segundo a Abiove, os caminhoneiros estão levando 14 dias para levar a mercadoria em um percurso de 1 mil quilômetros. “Durante esse mesmo período, seria possível ter feito o trajeto de ida e volta para Santos (SP) ou Paranaguá (PR). A situação é tal que já se viram casos de cargas tombadas, filas intermináveis e mesmo caminhonetes atoladas na lama”, afirma a entidade. Sobre a situação da estrada, o senador Medeiros afirmou que não é possível uma solução rápida. “Não dá para jogar cascalho, está tão alta a água que o certo seria jogar boia para os caminhões”. O senador afirmou que acompanha há dois anos o problema do escoamento de soja e milho em Mato Grosso e já conversou diversas vezes com o Dnit, Funai e representantes dos caminhoneiros. Em janeiro, ele participou das negociações para dar fim à greve dos caminhoneiros no Estado. “Esbarro sempre na burocracia para que os projetos de ampliação da BR 163 e da BR 242 saiam do papel”, resumiu. As tradings informam, por sua vez, que seus pátios estão praticamente vazios e que o impacto deve ser significativo no escoamento pelo Norte nesta safra. Cargill, Amaggi, Bunge, ADM, Glencore e Hidrovias do Brasil contam com o corredor do Tapajós para honrar contratos de exportação para o exterior.
Por Fernanda Pressinott e Bettina Barros
O prejuízo para as transportadoras de grãos que têm caminhões parados na BR¬163 por conta dos atoleiros chega a R$ 50 milhões, segundo o empresário do setor e líder dos caminhoneiros de Mato Grosso, Gilson Baitaca. Ele calcula que em um trecho de 164 quilômetros estão parados entre 4 mil e 5 mil veículos em média a 12 dias. “Este valor é o prejuízo só das transportadoras, sem contar o dos caminhoneiros autônomos e o das tradings, que com certeza é muito maior”, diz. Ele tem uma frota de seis caminhões, mas já conseguiu tirar os que estavam na BR¬163 do atoleiro.
Conforme Baitaca, hoje o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) está apoiando os motoristas e seus familiares com água e comida. “Tem muitas crianças com os caminhoneiros que levam família e eles estão colhendo água da chuva para as necessidades básicas e para tomar. Não há banheiro. É um caos”. À pedido do empresário, o senador José Medeiros (PSD¬MT) encontrou¬se na quarta à noite com o diretor do Dnit, Halpher Rosa, e o diretor da Polícia Rodoviária Federal, Renato Borges, para pedir auxílio aos caminhoneiros. “O problema é que eles vêm um dia e vão embora. Eles precisam ficar e retirar todos de lá”, afirma Baitaca. Segundo o senador, porém, a partir de sua reunião o apoio será contínuo e as máquinas do Dnit já estão no local para tentar retirar os caminhões atolados. Ontem, a fila gigantesca de veículos que ainda aguarda para chegar ao porto em Miritituba, às margens do rio Tapajós, e os estresse dos caminhoneiros começou a causar conflitos e casos de vandalismo. Alguns caminhoneiros que tentam cortar fila ou manobrar estão sendo retaliados por colegas, que abrem as bicas do caminhão e derrubam toda a carga de soja sobre a estrada, disse Miguel Mendes, diretor¬executivo da Associação de Transportadores de Carga de Mato Grosso (ATC¬MT). De acordo com ele, a soja mistura¬se à lama da estrada, o que tende a dificultar ainda mais a remoção dos caminhões atolados. Segundo a Abiove, os caminhoneiros estão levando 14 dias para levar a mercadoria em um percurso de 1 mil quilômetros. “Durante esse mesmo período, seria possível ter feito o trajeto de ida e volta para Santos (SP) ou Paranaguá (PR). A situação é tal que já se viram casos de cargas tombadas, filas intermináveis e mesmo caminhonetes atoladas na lama”, afirma a entidade. Sobre a situação da estrada, o senador Medeiros afirmou que não é possível uma solução rápida. “Não dá para jogar cascalho, está tão alta a água que o certo seria jogar boia para os caminhões”. O senador afirmou que acompanha há dois anos o problema do escoamento de soja e milho em Mato Grosso e já conversou diversas vezes com o Dnit, Funai e representantes dos caminhoneiros. Em janeiro, ele participou das negociações para dar fim à greve dos caminhoneiros no Estado. “Esbarro sempre na burocracia para que os projetos de ampliação da BR 163 e da BR 242 saiam do papel”, resumiu. As tradings informam, por sua vez, que seus pátios estão praticamente vazios e que o impacto deve ser significativo no escoamento pelo Norte nesta safra. Cargill, Amaggi, Bunge, ADM, Glencore e Hidrovias do Brasil contam com o corredor do Tapajós para honrar contratos de exportação para o exterior.
Por Fernanda Pressinott e Bettina Barros